Despedidas... Ou adeus?

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Domingo, 25 de agosto
Uma semana antes da Lua azul
 
-Luna querida! Venha aqui! -Gritou a tia Caitlin da sala
   Terminei rapidamente de secar os 2 pratos que faltavam na pia e fui pra sala.
-Minha filha, sente. -Falou calmamente o tio Henry, que também estava na sala
Eu sentei no sofá. A tia Caitlin pegou a minha mão com cuidado e deu batidinhas nas costas, depois olhou pra mim.
-Meu amor, não quero que fique triste, por favor. Não fique. -Disse a tia Caitlin tentando me conformar de alguma coisa que eu não entendia o que.
-Não estou entendendo... -Falei
-Temos que ir a a cidade, Luna. -Falou meu tio, diretamente.
-Ah, tudo bem, mas... Porque eu ficaria triste com isso?
-Você sabe que demoramos alguns dias pra ir e pra voltar não é? Fica um pouco longe...
Eu assenti.
-Bem, -Continuou ela -Nós vamos precisar ir amanhã. É muito urgente, querida.
Eu não compreendia ainda, até que me lembrei do que vinha em seguida...
-Então... Vocês não vão estar aqui no dia do meu aniversário? É isso?
-Bem, não.
Ela me olhou esperando uma resposta e eu apenas assenti. Claro que seria ruim passar o meu aniversário sem meus tios, sempre comemoro com eles, mas sei que eles vivem aqui no campo o tempo todo e se vão a cidade é pra alguma coisa realmente importante.
-Não precisam ficar preocupados, de verdade. Eu vou ficar bem. Não vai fazer mal vocês não estarem aqui no domingo, façam o que tem que fazer.
-Viu só Caitlin? -Se pronunciou, finalmente, o tio Henry. -Falei que a menina ia entender. Ela é uma boa garota, sei que vai ficar bem.
Passamos o resto da noite conversando sobre o que eu faria enquanto meus tios estivessem fora. A tia Caitlin preparou a casa como sempre fazia antes de ir para a cidade:
Arrumava tudo, deixava a despensa cheia, programava perfeitamente quanto tempo ela passaria fora, me dava as mesmas instruções de sempre... Tudo que eu ja sabia. Mas dessa vez, teve algo diferente.
-Minha querida. Sinto realmente muito por não estarmos aqui domingo. Não é grande coisa, mas, enquanto estamos fora, este é o seu presente, mas só até voltarmos.
Então ela me entregou um embrulho. Era algo não maior que 7 centímetros de comprimento enrolado em um embrulho de papel marrom.
-Ah tia, não precisava, de verdade. -Agradeci.
Então me ela abraçou bem forte e, pelo que eu entendi, começou a choramingar.
-Tia, a senhora está... Chorando?
-Não menina, que bobagem. Despeça-se agora do seu tio, amanhã pela manhã quando você acordar já vamos ter partido.
Me virei pra o meu tio e, supreendentemente, ele me abraçou fortemente. Isso não era de seu costume, não que ele fosse uma pessoa rude, ele era uma pessoa maravilhosa e eu o amava, só não era hábito isso.
-Cuide-se Luna. Não faça nada de errado e lembre-se do que eu sempre lhe ensinei...
- "Nada nunca é impossível contanto que o seu coração acredite". -O completei.
 Essa era uma frase que ele sempre me falava quando eu era criança e a continuo levando por toda minha vida.
 Ele sorriu e me livrou do seu abraço. Disse que ia arrumar as malas a partiu rapidamente para o quarto sem olhar pra trás.
-Meu amor, tenho que ir ajudar seu tio. Se aprece para a cama, ja está tarde.
Ela me abraçou novamente e eu subi as escadas indo pra o meu quarto e pensando o quão estranho foi aquilo. Quero dizer, ela ja foi a cidade diversas vezes e me deixou aqui. Talvez ela realmente estivesse com pena de me deixar sozinha no dia do meu aniversário, mas algo parecia diferente, ela estava agindo como se eu nunca mais fosse vê-la....

                    *************

 Ja estava na cama me preparando pra dormir quando lembrei do presente dos meus tios.
Não sei se a intenção era abrir no dia do meu aniversário em si, mas, qualquer que fosse o dia que ela quisesse que eu abrisse, não iria conseguir passar de hoje.
 Eu sou muito ansiosa pra essas coisas, então deitei na cama com o presente na mão e o abri.
A primeira coisa que vi foi um bilhete com uma letra cursiva a qual reconheci ser da tia Caitlin.

"Feliz aniversário minha querida. Não importa o que você é ou deixa de ser, não importa para onde você vá, sempre vamos te amar incondicionalmente.
  De seus tios, Henry e Caitlin"

 Então desembrulhei a resto do presente em si e o peguei.
Media 6 centímetros, era de uma cor dourada desbotada, tinha uma aparência velha e gasta. Era uma chave.


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