Capítulo 10

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Dois rapazes
musculosos seguidos de uma garota com ares
de metida aproximaram-se de Thaise e
Daiane . Olharam para ambas com um olhar
de desprezo tão profundo que ambas podiam
sentir em suas almas. "E aí amiguinha! Como
é que vai ser? De boa, ou na pressão? Será
que as balofinhas vão querer encarar?", a tal
menina falava com extrema firmeza e ironia
na voz, denotando que o desprezo pelas
novatas não se resumia apenas ao trote, mas
que também era algo discriminador; aliás,
uma sensação que tanto Thaise como
Daiane conheciam muito bem (haviam
convivido com esse comportamento
abominável desde a tenra infância). Um dos
rapazes trazia nas mãos spray de tinta e o
outro uma tesoura longa (daquelas usadas em
corte e costura) e seus olhares davam conta
de que realmente estava por acontecer.
Thaise percebeu que os olhos de sua amiga
haviam se enchido de lágrimas e que ela
estava prestes a desmoronar. Ela segurou
fortemente a mão da amiga e olhou fixamente
para o olhar da garota sinalizando que a
coisa teria que acontecer através da força. A
menina, por sua vez, olhava desafiadoramente
para elas demonstrando que estava confiante
do resultado daquele embate do qual elas
sairiam muito mais feridas no orgulho que na
própria pele. "Opa! Parou tudo! Quem vocês
acham que são para usar o trote como
instrumento de ameaça!" - a voz soou firme,
alta e em bom tom sinalizando que provinha
de alguém com autoridade. Thaise
surpreendeu-se ao perceber que, embora em
um volume mais alto ela sabia quem era o
dono daquela voz:

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