No Ritmo da Paixão - Degustação

Prólogo

Maik

— É isso mesmo que você quer? Eu posso ser novo, mas não sou bobo. Se você for embora, não adianta voltar daqui a dois anos.

Maik fazia um esforço enorme para não chorar, precisava mostrar que, mesmo com 17 anos, tinha maturidade suficiente para terminar um namoro secreto. Há um ano uma nova professora, Bárbara, de apenas 20 anos entrou para a escola de dança de seus pais. Foi inevitável a paixão que o garoto, no auge de sua adolescência, sentiu pela jovem e atraente professora.

O mesmo aconteceu a ela, não pôde conter o desejo pelo rapaz, que, embora fosse mais novo, era atraente e sedutor. O romance foi inevitável, começou com algumas danças, mas logo estavam se encontrando às escondidas dentro da escola e, em seguida, na casa dele. Da parte de Maik, o segredo se devia à diferença de idade, mas Bárbara tinha outro motivo; estava noiva, com casamento marcado. Embora tivesse se apaixonado perdidamente por ele, engravidou de seu noivo e, sendo assim, foi impossível manter esse romance.

— Sim, é o que quero. Vou me casar na semana que vem.

Maik acreditava que tinha encontrado o amor de sua vida, mas, com a revelação que acabara de ouvir, fez sua primeira viagem ao inferno, sentiu-se em areia movediça.

— Espera, Maik, preciso te contar o porquê disso tudo.

Ele não esperou, não quis saber. Assim que recuperou a força em suas pernas, saiu, correu para longe dali. Só queria ficar só e tentar juntar os pedaços do coração partido. Depois de chorar e se livrar da dor da rejeição — era assim que se sentia, um rejeitado — jurou a si mesmo nunca mais se apaixonar, nunca mais se envolver e nunca mais abrir o coração.

— Foi melhor assim — Bárbara disse a si mesma ao olhar pela última vez para o prédio onde foi tão feliz. Tinha sido uma difícil decisão, mas precisava pensar em seu filho, não poderia privar a criança de ter um pai, nem o pai de ter seu filho por perto. Também não seria justo com Maik. Melhor assim — concluiu em pensamento.

Naquela noite, Maik não dormiu. Tentou descobrir onde foi que errou para ser rejeitado e se culpava por ser burro o suficiente para não ter percebido que fora enganado todo aquele tempo.

— O Maik bobo e apaixonado morreu! — gritou para convencer a si mesmo. Depois de contar tudo a sua irmã — a única que sabia —, colocou uma pedra no assunto e resolveu viver uma nova vida onde não haveria espaço para sentimentos, mas apenas diversão.