Capítulo 5 - Parte 2

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Liz

— Chega, Steve! — grito.

— Liz, ela não significou nada, foi um erro, perdoe-me. — implora, em vão.

— Você não tem vergonha de duvidar da minha inteligência?! Você nunca vai estar pronto para ser um homem, um marido! Nem para namorado você presta! — grito e respiro fundo para recuperar o fôlego.

— Eu realmente pensei que poderia, mas você tem essa ideia fixa em casamento e eu não quero isso.

— Não é ideia fixa, Steve. É o futuro. — respiro fundo para não torcer o pescoço desse idiota. — Quer o quê? Uma mulher de boa família para apresentar à sociedade? Pois bem, vá procurar em outro lugar. Suma da minha vida!

Entro correndo para dentro de casa e deixo o imbecil do meu ex-namorado na rua.

Como fui idiota em achar que ele teria amadurecido.

No silêncio do meu quarto, choro de tanta raiva. Eu não o amo, mas ele tinha que me respeitar. Era seu dever.

Eu fui traída. De novo, pelo mesmo idiota. Como fui burra. — coloco minha cabeça em baixo do travesseiro, como se com isso pudesse tirar a raiva que sinto.

Pergunto-me porque caí na dele de novo. Ah, claro, com a insistência do meu avô, o estresse no trabalho, ter um colo e braços fortes para passar o tempo ajudou. Steve tem muitos defeitos e o seu pior é saber me seduzir. Acho que me deixei levar mais por isso, do que por outra coisa, mas agora chega.

Ouço meu telefone tocar e saio procurando por ele, já pensando em qual parede vou jogar se for Steve. Olho no visor e vejo o sorriso de minha mãe, para a sorte do aparelho.

— Oi, mãe. — Atendo sem disfarçar minha angustia.

— Filha, o que foi? Steve aprontou, não foi? Eu sabia que isso era um erro. — Minha mãe começa a falar tudo que já tinha falado quando contei que tinha voltado com ele.

Depois que conto tudo e afirmo que acabou, ela me conta a novidade, já definiu a data da festa. Como esperado, Joe e meu pai estão doidos com tudo que ela quer.

— Mãe, se eu conseguir, volto amanhã para o Brasil. Vou ajudar papai e Joe.

— Filha, será maravilhoso. Tenho outra novidade — fala, entusiasmada. — Seu pai encontrou um amigo de faculdade que tem uma academia de dança. Eles vão criar uma coreografia para nós. — Imagino minha mãe dando pulinhos enquanto me conta. Eu provavelmente estaria muito mais animada se não fosse pelo traste do Steve.

Falar com minha mãe me deu ânimo. O que eu preciso é sumir dessa cidade para não ver a casa do Steve. Não estou sofrendo por amor, mas por me achar uma burra em cair nas garras daquele idiota. E embora não o amasse loucamente, estava disposta a levar a diante.

***

Finalmente, chego ao meu tão amado país. Partiu o meu coração deixar o vovô sozinho, mas preciso seguir com minha vida.

Corro para os braços da minha mãe e, ao sentir o contato do nosso abraço, começo a chorar. É uma mistura de sentimentos, alegria e saudade.

— Não chore, Liz. — Minha mãe tenta me conter, mas é impossível.

— Mamãe, eu te amo tanto! — declaro enquanto a sufoco com meu abraço.

No Ritmo da Paixão - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora