Maik
Puta merda, o que foi que eu fiz? — Soco o armário para aliviar a tensão que estou sentindo. Nunca perdi o controle em uma apresentação. Nunca, porra!
Essa sem-vergonha não sabe que não pode beijar o dançarino? Eu tinha que ter evitado, sabia que ela ia aprontar alguma. Ô filha da mãe gostosa; a safada se aproveitou de mim. Geralmente elas ficam imóveis, não são tão ousadas, mas essa? Essa era safada. A descarada passeava aquelas mãos por meu corpo e, quando podia, sussurrava em meu ouvido que eu era gostoso e que queria me ver depois.
— Porra, Maik, que merda foi aquela? Você sabe que não pode beijar as mulheres, meu. Você fodeu com tudo, cara. — Paulo aparece, bem irritado.
— Foi a doida que me agarrou, Paulo, você viu.
— Vi, vi também você todo empolgado com ela. Tá ouvindo? — Aponta para fora, onde a multidão grita. — Escute todo mundo querendo beijar o "Mascarado". — Ele está uma fera e com razão. Nem sei o que dizer, sempre soube me comportar e manter meu autocontrole. A culpa é daquela louca, só pode ser.
— Vá tomar um banho para baixar essa "mixaria" aí, vai. Como se não bastasse te ver pelado... Ter que ver você assim é o cúmulo.
A safada ainda me deixou assim. — Olho para baixo e vejo o quanto estou fora de mim. Perdi todo meu controle, não consegui domar nem meu próprio corpo. Ah, filha de uma deusa, se te encontro lá fora, tá ferrada na minha mão. Não posso nem xingar, porque ela só pode ter uma ótima mãe para ser assim.
***
— Caramba, Maik, nunca imaginaria ver você de fio-dental! — Annie ri da minha cara quando a encontro fora dos vestiários.
— Engraçadinha, nem sei por que coloquei aquela merda. — Estou tão frustrado por meu descontrole no palco, que nem consigo prestar atenção na falação de Annie.
Quando saí do vestiário, queria dar uma volta pelo salão e achar a safada para resolver nossa pendência. Tenho certeza de que ela ficou como eu ou até pior, mas Paulo me proibiu de ir até lá e já tinha chamado minha irmã para a saída. Foda!
— Annie, preciso que saiba que nunca aconteceu de uma mulher abusar de mim assim, como aquela louca.
— Como assim? Você faz tudo aquilo com a moça no calor do momento, ela te beija e você diz que ela abusou de você?
— Eu sou profissional, nunca me deixei levar pelas tentativas ousadas delas. Só essa que me pegou desprevenido.
— Notei que você gostou bastante. Ficou lá, segurando a bunda dela e a nuca, desfrutando do beijo.
— Eu estava era puxando a cabeça dela, você estava longe, não viu direito.
Que beijo gostoso aquela mulher tem, não posso negar que aproveitei mesmo. Ainda bem que a razão voltou a tempo e consegui sair dali sem ela ou sabe-se lá o que teria acontecido.
— Quero ver de novo, adorei o show.
— Não, acabou. Hoje foi a última vez que fiz isso. — É hora de tomar uma atitude. É hora de parar.
— Só porque eu quero ir de novo, Maik?
— Claro que não. É só porque não quero mais. Só isso. — Com certeza não tem nada a ver com a mulher que me agarrou. Nada a ver com o fato de que memorizei seu perfume doce, a textura dos seus cabelos macios enquanto os puxava. Tampouco tem a ver com a recordação de ter passado a mão por toda a extensão de seu corpo e, com certeza, nada a ver com aquele olhar penetrante, sedutor e cheio de desejo.
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No Ritmo da Paixão - Degustação
RomanceMaik, um cara que leva a vida da melhor maneira possível. Faz o que ama e desfruta de todas as vantagens que sua profissão proporciona. Lindo e com um belo corpo, dono de um gingado único. Ele só pensava em curtir a vida. Sua melhor amiga e parceira...