Maik
A música começa e, no ritmo lento e envolvente da Bachata, vou conduzindo Annie. Hoje um amigo nosso, Daniel Santa cruz, que é um sucesso, convidou-nos para ir ao palco. Nós o conhecemos em um concurso, na Argentina. Suas músicas já faziam parte de nossas aulas e coreografias. Com a vitória, a aproximação foi inevitável. Não era nossa intenção fazer uma exibição, mas não pudemos recusar.
Nós dançamos e nos divertimos; sinto-me agradecido por toda empolgação. Depois de algumas músicas, Daniel agradece, em público, nossa participação. Ele menciona que eu e Annie somos irmãos, e as mulheres, que são a maioria do público, começam a gritar e pedir para dançar comigo. Enquanto curtimos o show, aproveito para flertar com várias garotas. Só preciso levantar o olhar, mostrar o sorriso e elas se derretem. Esta é uma das vantagens de saber dançar. Não entendo os homens que vão à balada para ficar olhando, a diversão é toda aqui, na pista. Mesmo não sendo um "expert", como eu sou, não é tão difícil deixar-se levar pelo ritmo e agradar a parceira.
Observo os homens se aproximarem de Annie, hora de agir e espantar esses canalhas. Aproximo-me dela e, sem pedir licença, puxo-a para meus braços. Imediatamente a conduzo, no ritmo da música, para o centro da pista.
Não é que eu não queira que minha irmã se envolva com alguém, mas ela é inocente, não faz ideia do poder que tem.
Annie acredita no amor e em príncipes. Já a alertei sobre a ingenuidade disso, mas minha irmã insiste em esperar, acha que pode viver um romance como os que acontecem nos livros. Enquanto tal delírio romântico ocorre com seus amores literários, okay, eu não me importo. O problema é quando ela transpõe toda essa maluquice para a minha vida e vem com aquela teoria descabida de que um dia eu vou me render novamente ao amor. Novamente... Hum, até parece que algum dia eu senti isso.
— O que foi agora, Maik? Diga, em que está pensando? — Annie interrompe nossa dança e me puxa para o bar.
— Eu que pergunto. Por que me trouxe aqui?
— Duas vodcas, por favor — peço ao garçom e me volto para ela.
— Desembucha, Maik, por que você está tão distante?
Percebo os malefícios de viver praticamente vinte e quatro horas com minha irmã. Tenho certeza de que ela prevê até o momento em que vou espirrar ou, quem sabe, até quando preciso ir ao banheiro.
— Estava pensando em seus sapos.
— Em meus sapos?
— Sapos, claro, porque príncipe como o que você deseja não existe, né?
— Por que será que acho que, ao analisar meu gosto, você estaria se perguntando se seria um desses "príncipes" para alguém?
— Sem chance, você sabe disso. Mas o assunto aqui é você. Não percebeu o avanço do cara de preto? — Antes de "resgatar" Annie, o cara com quem ela dançava estava ultrapassando todos os limites aceitáveis. Como sei? Eu ultrapasso esses limites. Mas só com as mulheres que dão liberdade e nunca no palco, só nas baladas.
— Tenha dó, Maik. — Ela se levanta, furiosa. — Eu sei até que ponto posso ir. Até quando vai seguir controlando meus passos?
Antes que ela se afaste, eu a seguro pelo braço. — Desculpe, mas eu sei que você não é mulher de uma noite. Não quero que se coloque em risco, só isso.
— Sabe o que eu estava pensando enquanto te via dançar, Maik? Que os homens gostam é disso, de apenas uma noite. Por que EU — aponta o dedo para si — não gostaria?
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No Ritmo da Paixão - Degustação
RomanceMaik, um cara que leva a vida da melhor maneira possível. Faz o que ama e desfruta de todas as vantagens que sua profissão proporciona. Lindo e com um belo corpo, dono de um gingado único. Ele só pensava em curtir a vida. Sua melhor amiga e parceira...