Capítulo 4

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Maik

Pela primeira vez, estou só. Literalmente, só.

Sempre viajei com minha família ou amigos, mas, desta vez, precisava vir sozinho. Paulo não sai do meu pé, quer que eu assine logo o contrato, e, depois daquela noite, digamos..., não fui mais o mesmo. Eu quero minha vida de volta!

Sempre gostei de Miami, aqui a diversão é garantida. Além das baladas, a praia é maravilhosa.

Assim que cheguei ao hotel, larguei minha mala, troquei de roupa e fui para a praia. Entrar na água foi revigorante. Foi como se estivesse lavando toda a má sorte que pairava sobre mim, sim, porque só podia ser este o motivo para tudo o que aconteceu comigo ultimamente: má sorte. Minhas duas últimas aventuras foram quase um fiasco. No mínimo, isso se deve a alguma praga daquela garota, a louca da boate, pois só vejo essa explicação.

Preciso é de novos ares, conhecer gente nova e, de preferência, de um lugar onde ninguém me conheça.

Depois de dar um mergulho, permaneço no quiosque, observando o movimento na praia. Enquanto bebo um suco, pego um folheto sobre a inauguração de uma casa noturna, parece ser um bom lugar para começar a diversão nesses poucos dias que vou passar aqui. Infelizmente, só posso me dar ao luxo de ficar três dias e preciso fazer valer a pena tanto investimento.

***

Como eu imaginava, a boate está lotada. Vou direto ao bar para observar o ambiente. Preferi vir mais tarde, assim evitaria filas e a aglomeração dos fotógrafos. Estou bem familiarizado com esse tipo de evento, por isso sei que chegar quando tudo já está mais calmo é o melhor.

Agora é ir para a diversão, olhar todas as possíveis gatas, escolher uma e me aproximar. A música ajuda e aos poucos vou ganhando a atenção daquela morena que, até agora, recusou todas as investidas dos outros caras. Hora de atacar.

Fácil, como sempre. A morena já está na minha e fico feliz por ter feito uma boa escolha. Ela é gostosa e não me parece ser tão fácil, o que é ótimo, já que o desafio da conquista me instiga.

Ficamos dançando e nos beijando. A cada investida minha, uma passada de mão ou um simples abraço mais forte, ela se retrai, mas sei que gosta.

— Vou pegar uma bebida — aviso e saio entre as pessoas em direção ao bar.

— Duas cervejas — grito.

Enquanto espero, tento olhar para o local em que a deixei, mas, devido à multidão, não é possível.

Volto e a encontro observando um casal que se pega bem próximo à pista. Automaticamente, olho para a mulher e não acredito no que vejo. Tenho certeza de que é ela, a safada que me agarrou na boate. Mesmo com a pouca luz, reconheço seu rosto, esse maldito rosto que não sai da minha cabeça. Pelo jeito, ela gosta mesmo de agarrar os homens.

— Ele é o dono da boate — minha acompanhante informa sem que eu tenha perguntado.

— E ela? Quem é?

— Pelo que ouvi, sua namorada — fala com desdém, o que me chama atenção.

— Você o conhece? — Levanto seu rosto para que possa olhar em seus olhos e vejo lágrimas se acumulando. Ela vai chorar, e eu não sei lidar com mulheres sensíveis. Provavelmente, ele deve ter prometido flores e chocolate. As mulheres se iludem com muita facilidade, por isso nunca prometo nada.

— Ele... Eu pensei que era meu namorado, mas estava enganada. — A decepção em sua voz é de cortar corações. Por isso ela estava recusando todos que se aproximavam. Mas por que comigo ela quis "ficar"?

No Ritmo da Paixão - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora