Capítulo 23 - It's all about you

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AVISO SUPER IMPORTANTE NAS NOTAS FINAIS! LEIAM!
O quote de hoje é de música que ainda não foi lançada, adoro.

--X--

"Hey Angel. Do you look at us and laugh, when we hold on to the past?"

(Ei, anjo. Você olha pra nós e ri, quando nos apegamos ao passado?)
Hey Angel - One Direction

***

Não seria louco se durante a infância você tivesse um "amigo imaginário", a quem você fosse mais apegado que a qualquer outra pessoa? Aí um dia ele sumisse deixando pra trás a promessa de voltar sem se lembrar de você, e pedindo pra que você, por favor, fizesse isso por ele?

Seria muito, muito louco, se depois de toda a tristeza que você passou, você um dia se esquecesse dele porque tudo aquilo doeu demais, e você era apenas uma criança que não conseguia lidar com tanta coisa, não seria?

Seria ainda muito mais louco se de repente - após uma vida inteira de um vazio estranho - tudo ganhasse vida novamente, porque simplesmente depois de uma noite de insônia você resolveu ir pra praia e então seu cachorro incorpora um serial-killer e ataca uma pessoa, que vem de alguma forma a ser aquele quem você costumava ver quando era criança? Em outro corpo?

Seria uma loucura...

E aparentemente, enquanto eu acordo em meio a um emaranhado de cobertas, travesseiros, e um corpo humano absurdamente familiar - ainda que seja a primeira vez que acorda ao meu lado - me prendendo a um abraço com braços e pernas, eu estou começando a me dar conta que essa loucura agora é minha vida.

Acho que tentar colocar toda a bagunça que é minha cabeça em ordem agora não daria certo de qualquer maneira, então eu apenas liberto uma de minhas mãos suavemente de debaixo de Harry e levo a seus cabelos, tirando uma mecha de seus olhos.

Deus, ele é tão lindo... Tanto que talvez eu esteja mesmo louco, porque não é possível que exista alguém assim.

Tudo nele é perfeito: sua pele é branquinha e macia, livre de quaisquer imperfeições, seus lábios rosados que estão fechados e parecem maravilhosos, e essa expressão angelical que está em sua face enquanto respira baixinho e em paz.

Eu tenho medo de que apenas o tocando tudo se desmanche e ele suma em frente a meus olhos, e deve ser por isso que meu toque pelos traços de seu rosto é tão leve que duvido que mesmo acordado ele pudesse sentir, pois meus dedos quase não estão encostando onde passam.

É como não precisar tocar. Existe um campo gravitacional, uma aura em volta dele, e eu estou o perto o suficiente para apenas tocar essa energia. E levando em consideração nosso passado - ainda não quero pensar em como isso é possível - talvez nós tenhamos nos adaptado a unirmos nossas almas. Senti-las, sem precisar de fato dessa parte física que nos envolve.

Ainda muito relutante me livrei de seus braços, e ele deve ter mesmo sono pesado, pois assim que coloquei um travesseiro para engana-lo durante minha ausência, ele apenas murmurou alguma reclamação baixa e enfiou seu nariz ali, inalando meu cheiro.

O merdinha consegue ser mais sentimental que eu.

Saí nas pontas dos pés, e admirando seu corpo de longe, entre lençóis brancos, cachos bagunçados e uma luz suave do sol na janela, que deixava ele com essa aparência irresistivelmente confortável, eu quase voltei pra cama, e o abracei de novo, só pra sentir nossos corpos se encaixando enquanto eu deito a cabeça em seu peito.

Linked Across Time | L.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora