Manipulação

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( Narração Matt)

Eu não conseguia acalmar meu coração depois da minha noite com Nora. Sentia todos os tipos de sensações e sentimentos a flor da pele, como se eu fosse um adolescente e não um homem de 28 anos. Nora me encantou desde a primeira vez que a vi. Simplesmente não consigo tirar os olhos dela. Ela tem o sorriso de uma menina e o olhar confiante de uma mulher. Acho que ela poderia ter quem quisesse nas mãos. Depois de muito tempo, estou perdido, não consigo identificar quem realmente sou e quem eu quero ser.
Na noite da festa, Kevin quis dormir comigo, como sempre. Mas eu simplesmente não consegui, Sentia um enorme carinho por ele, mas nada mais. Kevin me salvou de uma vida miserável e graças a ele hoje sou quem sou. Mas ficou tudo confuso de repente. Ele percebeu e me perguntou sobre Nora. Confessei que me sentia completamente atraído por ela, e que nunca havia sentido isso por mulher nenhuma. Ele não disse nada, ficou calado. Logo depois ele me disse que era melhor darmos um tempo, pra eu ver o que eu realmente queria. Meu coração quebrou quando vi o sofrimento nos seus olhos. Ele não podia ser tão justo, mas estava sendo. E então ele saiu por aquela porta, mas penso eu que com esperanças de que eu estivesse apenas passando por uma crise pessoal. Mas depois de passar a noite com Nora, vi que não se tratava de uma crise. E que eu realmente estava me apaixonando pela menina mulher que ela consegue ser. Que seus olhos faziam meu coração disparar todas as vezes.
Foi algo tão incrível que senti por estar dentro dela, por saber que naquele momento ela era minha. Que eu desejei ficar lá pelo resto da vida. E isso vindo de mim, é algo inusitado, algo com o qual eu não estou preparado. Depois disso eu não conseguia mais manter minhas mãos longe dela, como se fosse apenas nós dois. Mas adivinhem, não era. Os paparazzi estavam em todos lugares. O nosso jantar, o nosso beijo na frente do hotel, estamparam todas as capas de revistas dos EUA. No final do dia eu recebi uma ligação da empregada da minha casa na Califórnia.
Kevin havia sido encontrado desacordado por ela, e ao lado dele várias frascos de remédios. Kevin havia tentado suicídio.
Aquilo caiu em mim de forma tão devastadora, que só consegui pensar, que se algo acontecesse a ele, a culpa então seria toda minha. Não tive tempo de voltar para o hotel e pegar meu celular, deixei um bilhete rápido para Nora. Que nesse momento eu sabia que estaria me odiando e se sentindo usada. Mas eu não podia deixar Kevin morrer por mim causa, ele era jovem, com um futuro brilhante. Eu jamais me perdoaria.
Quando cheguei no hospital, Kevin estava acordado, com uma expressão de tristeza. Mal conseguiu me olhar nos olhos.
- Eii - Me sentei na cadeira ao lado da sua cama e ele ainda não conseguia me olhar, segurei sua mão, tentando mostrar que estava ali - Você me deu um tremendo susto, que loucura foi essa?
- Me desculpe atrapalhar seu trabalho
- Kevin, eu sempre pararei tudo que estiver fazendo se você precisar de mim - Finalmente ele conseguiu me olhar -
- Você está apaixonado por ela? - Aquela pergunta me pegou desprevenido. O que eu poderia responder? A verdade? era o que ele merecia, mas não podia fazê-lo sofrer mais ainda-
- Eu não sei - Disse, e ele apertou os olhos segurando as lágrimas - Eu não preciso me apaixonar se você não quiser

Dizer isso me trouxe tanta dor, eu não imaginava minha vida sem a Nora. Sem seu sorriso bobo, sem seus beijos, sem seu corpo.... Mas eu faria isso por Kevin, eu devia muito a ele.
- Como se você pudesse controlar seus sentimentos - Ele me deu um sorriso fraco - Eu quero que você seja Feliz Matt... Desde quando encontrei você naquele beco, eu quis que fosse feliz, e acho que no fundo, eu sempre soube que você era hétero.

Kevin era muito justo, justo até demais. Mas como eu poderia correr o risco de uma outra tentativa de suicídio? E como assim ele sempre soube o que eu era?! Nem eu mesmo sei o que sou agora. Minha verdadeiro identidade.
- Você não pode mais fazer isso Kevin, eu não suportaria se você tivesse realmente morrido - Pronto eu disse as palavras-
- É só que no momento que vi as fotos do jantar, o seu olhar pra ela. Você nunca olhou pra mim daquele jeito. Percebi que não se tratava de uma crise pessoal.... E eu simplesmente não aguentei o buraco no meu peito. Foi impulsivo, sem pensar. Não vai se repetir.

Fiquei com Kevin mais algumas horas até que o médico desse alta, levei-o pra casa e conversamos bastante como nos velhos tempos. Mas meu coração estava angústiado, eu precisava voltar, ainda não havia conseguido falar com Nora. E precisava me certificar de que ela não teria outro pesadelo. Dei um beijo na testa de Kevin, sem conseguir beija-lo de verdade. E me despedi

O caminho todo de volta a Atlanta fui pensando em como eu ia fazer para não causar tanta dor assim em Kevin? Não ia poder deixa-lo, não correndo o risco dele tentar se matar novamente. Ele disse que queria me ver feliz, mas... Eu sabia que na verdade ele queria que eu dissesse que ficaria com ele.
( Fim da Narração)

( Narração de Kevin)
Como eu previ, consegui chamar a atenção de Matt, tomando todos aqueles remédios. Como médico eu sabia que não poderia morrer com aquilo, mas iria ficar desacordado por tempo bastante para dar um susto nele. Matt sabia que devia muito a mim, e não hesitaria em correr pra cá. O que deixaria nossa querida Nora furiosa. E nesse momento eu o tenho na palma da minha mão. Se ele acha que após eu investir tanto tempo e amor nele, vai me deixar assim, tá muito enganado. Nem que eu mesmo tenha que tirar Nora do meu caminho. Podia ver a dúvida em seus olhos, mas eu tinha que bancar o homem abandonado. Ele irá pensar muito antes de voltar pros braços daquela destruidora de lares.
( Fim da Narração)

Já era tarde da noite e eu não tinha recebido nenhuma noticia de Matt, estava angustiada, pensando que estava sendo usada e cuspida como um chiclete. Mas seus olhos transpareciam tanta admiração e desejo por mim. Que até eu cheguei a acreditar que poderia dar certo. E que história será essa de divórcio? Estou achando tudo muito confuso, não da pra saber o que é fofoca e o que é verdadeiro. Resolvi ligar pra minha mãe.
- Nora, ainda não dormiu? - Sem tom era preocupado, como se soubesse o que eu estava passando-
- Mãe... O que aconteceu comigo? sempre fui tão esperta em relação a homens, nunca os deixei ficar por cima. E agora tem esse homem, que faz toda minha confiança ir por água abaixo.
- Filha... Você sempre foi muito forte, porque nunca havia encontrado o amor de verdade, e ai ele bate na sua porta, da forma mais confusa do mundo. Mas você é forte e vai saber sair dessa.
Conversamos mais um pouco e desliguei. Senti uma enorme saudade da minha irmã nesse momento, ela saberia exatamente o que dizer... Lágrimas brotaram em meus olhos com que esse pensamento. Mas fui dispersada pelo toque do telefone do hotel, será que era ele??!!.
- Alo?
- Nora, sou eu seu agente - Merda lá vinha buxa, Cesar raramente ligava, só quando tinham trabalhos e entrevistas - Me diz essa história sua e do Matt é real?
- Talvez... - Disse receosa-
- Nora, os fãs estão adorando, já criaram até perfil no Facebook pra vocês dois. Mas eu tenho que avisar uma coisa, Eu conheço Kevin de longa data... Ele não vai deixar isso barato, Há muitos anos atrás quando um namorado dele o deixou, ele foi encontrado morte dias depois. Nunca descobriram quem foi o assassino. Mas eu tenho muitas suspeitas. Então muito cuidado.

O que????? Cesar o conhecia? e suspeitava que Kevin era um assassino? Aquele Kevin? com cara de sonso? Não podia ser.
- Da onde que você o conhece?
- Nossas famílias eram muito amigas. Até suspeitarem que o pai de Kevin estava envolvido em dívidas de jogo. Minha mãe se distanciou, mas ainda estava perto demais, pra saber que Kevin não é a boa pessoa que ele mostra ser. Muito Cuidado Nora, Matt é a coisa mais valiosa que ele conseguiu, e se ele se separar pra ficar com você. Não acho que ele vá aceitar tudo numa boa.
- Cesar, me faz um favor? hoje a tarde Matt teve que viajar de última hora, desconfio que seja por causa de Kevin... Você consegue descobrir o que foi?
- Me dê 10 minutos gata - ele desligou e fiquei com o coração aos pulos. Cesar não era mentiroso, ao contrário disso, ele era honesto até demais. As vezes a sinceridade dele machucava, e se Kevin não for um dos bons moços, deveria manter Matt longe dele. Não posso nem pensar em encontrar Matt morto.
O telefone tocou novamente.
- Gata escuta essa, O Kevin foi encontrado hoje pela empregada desacordado no chão, com vários frascos de remédios do lado - Meu coração deu um salto-
- Ele tentou suicídio?
- Não acho que tenha tentado, ele é médico. Sabe qual seria a dose certa para morrer. Acho que ele só quis....
- Chamar a atenção de Matt - Completei a frase por ele- E lógico que ele foi correndo, Matt me contou a história, diz que deve muito a ele.
- É gata, melhor você se cuidar, acho que o Kevin ta só começando -

Desligamos e eu fui pra cama. Custei a pegar no sono, pensando em tudo que Kevin poderia fazer. Mas simplesmente não conseguia pensar nele como uma pessoa ruim. Ele demonstrava ser muito ingênuo e apaixonado. Mergulhei num sono confuso e agitado.

Senti o impacto do avião na montanha e vi ele se partindo ao meio. Aline escorregou, e caiu, gritando por ajuda... E eu estava em frente ao seu caixão, sacudindo-a para que ela abrisse os olhos
- NÃÃO, PELO AMOR DE DEUS. POR FAVOR VOCÊ PRECISA SAIR DAI, SAIA DAI, SAIA
Senti braços fortes me agarrem me arrastando para longe dali, e eu me debatia
- ME SOLTA, EU PRECISO TRAZÊ-LA DE VOLTA, É TUDO MINHA CULPA
Os braços me agarraram com mais força e ouvi meu nome ritmada mente em minha mente.
- NORA, por favor abra seus olhos - Os braços me sacudiram com mais força, me fazendo despertar-

Matt estava sobre mim, segurando meus braços um de cada lado do meu corpo. Meus pés estavam em seu peito, mostrando sinais de Luta. Lágrimas rolaram descontroladamente, ao perceber que havia sido mais um pesadelo.
- Por Deus Nora - ele me trouxe para junto de seu peito, me abraçando com força. Senti o ar encher meus pulmões novamente. Eu estava em segurança.
Afastei-me dele, acendendo o abajur ao lado da cama. Me assustei com o que vi, expressão cansada, Barba por fazer, roupa amassada. Isso mostra que ele saiu do avião e veio direto me ver.
- O que está fazendo aqui? - Eu disse, passando um lenço nos olhos - Você sai sem se despedir, nenhuma ligação você fez para me contar o que estava acontecendo
Ele abaixou a cabeça e depois voltou a me olhar
- Você precisa me contar sobre o que são seus pesadelos. Você chegou a lutar comigo, poderia ter se machucado-
- Você perdeu o direito de saber, assim que me deixou a porra de um bilhete. Acha que eu sou adolescente? Eu tenho 25 anos Matt, sou uma mulher. Você não poderia ter ido correndo me avisar o que estava acontecendo?
- Me desculpe eu não consegui pensar direito, mas assim que entrei no avião, percebi a burrada que tinha feito
- Você poderia ter tentado me ligar de um telefone público - Disse com raiva, a raiva me fazia esquecer todo o pesadelo-

Matt parecia exausto, e apenas concordou.
- É melhor você ir pro seu quarto - Eu disse sem muita convicção-
Mas Matt ignorou e me puxou para um beijo desesperado. Como se eu fosse a sua necessidade. Suas mãos desceram para minha bunda, apertando-a, puxando-a com força para frente, fazendo sua ereção pressionar meu sexo. Soltei um gemido em sua boca. E ele virou por cima de mim, subindo minha camisola vermelha até a altura do meu quadril, e rasgando minha calcinha. enquanto eu abria sua calça. Sua respiração começou a ficar cada vez mais ofegante. Arqueei as costas quando ele me penetrou fundo, sem parar de me beijar, soltando gemidos guturais em minha boca. Sua mão subiu para meu seio, apertando-o. Enquanto ele metia cada vez mais forte e apertava seu polegar no meu clitóris, me fazendo urrar de prazer.
- Aaah Nora - ele disse com reverência. Senti meu sexo se contrair inteiro, apertando seu pau e gozei com espasmos em todo o corpo, melando seu pau com meu líquido
- PUTA MERDA - Matt enterrou seu pau em mim e gozou ruidosamente-

Nenhuma palavra precisava ser dita após essa explosão de sentimentos acumulados. Matt desabou ao meu lado, com um sorriso fraco no rosto-
- Que magia é essa que você fez comigo Nora? - ele perguntou sério, mas seus olhos foram se fechando com o cansaço-

Eu teria que contar a ele na próxima manhã sobre o que eu achava desse suicídio. E ele precisaria confiar em mim. Se era para continuarmos juntos, Matt teria que decidir, ou eu, ou Kevin. E essa não ia ser uma conversa fácil. Puxei o edredom para cobri-lo e me aconcheguei ao seu lado. Vamos ver o quanto a nossa ligação é forte, e o quanto Kevin pode manipula-lo.  

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