Eu não me importo

96 8 0
                                    

Narração Matt)

A conversa com meu advogado não tinha sido das melhores, não havia modo que convencesse o chefe do fbi a me deixar ir. Eu não tinha notícias a horas, a noite já tinha caído e nada.

Até que Peter me deu sua honra ao entrar na minha cela, mas o que eu vi me assustou. Ele estava com os olhos inchados e rosto contraído de dor. Senti meu estômago inteiro revirar, eu não queria saber. Queria tapar meus olhos e não queria saber de nada.

- Filho... – ele me chamou naquele tom, eu mal conseguia olhar pra ele, as lágrimas encheram meus olhos-

- Eu não quero saber – disse com um fio de voz e ele se sentou no banquinho em frente a minha cama entrelaçando uma mão na outra-

- Nós tentamos segura-la em casa, mas ele fugiu

- Não... Não... – era a única coisa que eu conseguia dizer balançando a cabeça negativamente-

- Uns paparazzi tiraram fotos de Kevin entrando no mesmo taxi que ela estava... nós rastreamos o taxi e a 20 km dali encontramos o taxista a beira da morte... Ele foi encaminhado ao pronto socorro mais ainda não consegue falar.

Um súbito passou pelos meus olhos, mas e Nora?

- Ele disse alguma coisa? Onde ela está? EU DISSE PARA PROTEGÊ-LA

Peter não disse nada...

- A única coisa que ele conseguiu dizer foi "salvem a moça, ela salvou minha vida". E então ele apagou, os médicos induziram ele em coma.

- Já revirei Beverly Hills de cabeça pra baixo e não a encontro, você tem alguma ideia? Algum lugar, propriedade que ele tenha

Eu não conseguia lembrar de nada, todo tempo foi só a casa. Mas nada. Nunca me interessei por seu patrimônio então não conhecia.

- Você precisa me tirar daqui!!

- Pra que? Pros dois irem presos? NÃO!! Pelo menos um pode procurar ela, e que seja quem não deu causa a tudo isso.

Ele saiu batendo a grade e antes disso eu havia decidido, eu iria sair dali, com ou sem ajuda da justiça.

Peter deixou meu cadeado aberto propositadamente ou não, mas eu não tinha tempo para pensar. Me esgueirei pela escuridão e cai na sala de uniformes. Vesti um uniforme, peguei uma lanterna e comecei a andar pelos corredores.

Mesmo de uniforme eu era uma figura pública então eu teria que torcer para dar certo. Felizmente todos estavam cansados e com sono então mal repararam quando sai pela porta da frente. Em outra hipótese que me gabaria.

Alguém considerado criminoso saindo pela porta da frente da prisão. Mas eu não tinha tempo pra isso. Corri até o portão e minha sorte já tinha um táxi à minha espera.

Ou Peter estava me ajudando por baixo dos panos ou Deus estava sendo muito bom.

Mas agora eu precisava saber o destino pra onde iria. Então num súbito eu me lembrei.

- Dirija até o rodeo drive por favor, o senhor tem um celular para me emprestar?

O motorista me passou o celular e rapidamente disquei pra Peter que não parecia surpreso com a ligação e indiquei onde ele estava.

Tudo parecia uma eternidade. Toda a polícia da Califórnia já devia estar atrás de mim e a essa altura até mesmo Kevin já sabia da minha fuga. Ele estacionou no acostamento da pista e Peter já estava a minha espera acompanhado de dois agentes que tentaram fingir que não me viam.

- O que te trouxe até aqui?

- Foi nessa região que meu pai foi encontrado morto, e futuramente outro estudante da Universidade de Kevin. Ele deve ter alguma coisa por aqui. Vai ser melhor se nos separarmos.

DESEJOS PROIBIDOSOnde histórias criam vida. Descubra agora