Quem foi?

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Matt estava aflito no hospital enquanto os médicos faziam exames. Eu tentava acalma-lo dizendo que seria só uma gripe. Mas os médicos estavam demorando muito para ser só isso, minha vontade era de gritar, mas tinha que ficar calma.

- Sr e Sra Greyson.

Levantamos praticamente juntos.

- Foi encontrada uma bactéria no intestino do Nicolas, essa bactéria ela é ativa em comer carne, e só é encontrada em laboratórios muito raros, tem alguma ideia de como ele ingeriu?

O chão sumiu sobre meus pés e minha visão ficou escura, bactéria que come carne? Fiquei muda e acho que fui ficando cada vez mais branca, quem poderia dar isso ao meu precioso Nick? A voz de Matt foi ficando cada vez mais distante.

- Ele estava em uma festinha de aniversário, será que estava em alguma comida?

- é possível, mas extremamente raro, se me permite dizer, acho que alguém pode ter dado ela ao seu filho de propósito.

- O que? Quem daria uma bactéria forte a uma criança de 5 anos ? - berrei-

- O que levam as pessoas a cometer maldade Sra? Eu também não sei, mas acho improvável ele ter ingerido em algum doce, se mais alguma criança passar mal na noite de hoje, você ficará sabendo, senão foi particular com o Nicolas.

Senti as lágrimas arderem em meus olhos e Matt abraçou minha cintura.

- Como ele está?

- Felizmente a bactéria ainda não tinha começado a agir, pois o sistema imunológico dele é forte, seus agentes defensivos começaram a combate-la e de tanto esforço a febre se instaurou. Quando ele chegou aqui só precisamos elimina-la pelo laser, assim como se faz com uma pedra no rim.

Ele foi andando e falando e nós o seguindo, eu estava com a cabeça a mil e não conseguia falar nada, como alguém pode fazer mal a uma criança? O pior era não conseguir imaginar quem, já que a única pessoa que teria coragem para cometer tal ato estava a sete palmos da terra.

Ao entrarmos na sala, Nick estava conectado ao soro dormindo como um anjo, fui a primeira a sentar na beirada na cama e tomar sua mãozinha, a temperatura havia voltado ao normal.

- Meu amor - passei delicadamente as mãos pelo seu rosto, ele abriu os olhos sonolentos-

- Mamãe, eu to com medo, essa agulha ta doendo - ele fez uma careta que me fez sorrir-

- Eu estou aqui agora.

- Você vai ficar comigo?

- Sempre meu lindo, sempre.

- Então eu vou dormir agora mamãe, acho que brinquei muito.

Ele virou de lado e voltou a dormir imediatamente, e nesse momento as lágrimas escaparam pelos meus olhos.

- Ele está bem mãe, não precisa se preocupar, muito forte esse garoto, assim que o remédio acabar eu o libero para ir pra casa.

Afirmei com a cabeça e deitei ao seu lado da cama incapaz de falar alguma coisa, Matt sentou na cadeira e acariciou o meu cabelo. Eu não podia vê-lo, mas podia escuta-lo chorar em silêncio. Nesse momento nada era mais importante que a vida do nosso filho.

Já era tarde da madrugada quando Matt me acordou e levamos Nick pra casa, Ele estava bem melhor. Colocamos ele deitado em nossa cama.

- Você acha que pode ter sido alguma coisa da festa?

- Só pode Matt, quem iria machucar uma criança? Não consigo pensar em ninguém

Matt afirmou e me beijou com carinho.

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