(Narração Matt)
Comecei a me sentir estranho, como se alguma coisa ruim estivesse acontecendo. Bati a mão do meu lado, e não encontrei Nora. Acordei num salto
- Nora!
Ao me levantar, me deparei com ela desmaiada no chão. Agachei ao seu lado e sacudi seus ombros
- Nora - Mas ela não se movia, sua respiração saía com dificuldade. Peguei meu celular e liguei pra emergência.
- Por Deus Nora - A coloquei em meus braços, sentindo o pior sentimento do mundo. Não posso te perder, mal consegui você.Enxerguei tudo embaçado quando a colocaram na maca e levaram ela pra ambulância. Não sentia meu coração bater, não conseguia nem saber como estava respirando.
- Eu vou com ela - Disse aos paramédicos -
Eles estavam colocando inúmeros aparelhos nela. Aquilo não deveria ser bom. Estava apertando tanto minhas mãos, que um nó roxo se formou nos meus dedos. Assim que chegamos no hospital fizeram com que eu me separasse dela e preenchesse fichas.
- Você tem que avisar alguém da família dela? - A enfermeira me perguntou e eu balancei a cabeça afirmativamente, só sabia o número do pai dela, e era da agência do FBI.Depois de minutos que pareceram horas o médico apareceu.
- O que houve com ela? - Ele perguntou sério -
- Não sei, acordei e ela estava caída no chão, ao lado da cama, porque? - Disse angustiadamente, sem saber o que esperar-
- Sr. Greyson, ela foi envenenada, por cianureto ainda. É um veneno que vai sugando a respiração aos poucos, matando em menos de 20 minutos.
- O QUEEE? - berrei e todos olharam pra mim - POR DEUS, DIGA QUE CONSEGUE SALVA-LA
- Ela teve uma parada cardíaca, mas conseguimos trazê-la de volta. Apliquei o soro pra esse veneno. Mas não vou criar esperança. Ela estava em seus últimos segundos quando chegou ao hospital. O pulmão já estava quase comprometido. Mas vamos fazer de tudo, preciso ver como ela vai reagir com o soro. Vai demorar a noite inteira, o Sr. Pode ficar com ela se quiser.Ele me acompanhou até o quarto e lá estava Nora. Pálida como leite, respirando por aparelho, conectada a um bip. A Mulher forte e confiante, agora estava ali deitada diante de mim, tão frágil como uma criança. Finalmente deixei as lágrimas escaparem pelo meus olhos, quando toquei seu rosto. Parecia que o chão tinha sumido debaixo dos meus pés. Encarei seu rosto, tentando assimilar o que sentir primeiro. E saber que eu era o culpado por ela estar dessa maneira. Que eu havia trazido Kevin para a vida dela. Desde que me conheceu, só tenho causado dor e sofrimento. A segunda tentativa de morte que acontecia. Até quando eu iria esperar antes de Kevin realmente conseguir mata-la? Isso não era justo. Todos tínhamos o direito de ser felizes. Nora era minha felicidade. Mas talvez eu não estivesse sendo a dela...
Sentei na cadeira ao lado da cama, segurei sua mão.
- Meu amor por favor, você precisa voltar. O que eu daria pra estar no seu lugar. - coloquei sua mão no meu rosto e então eu me deixei chorar, liberando toda a dor que eu sentia naquele momento. Um pequeno filme de nós dois começou a passar pela minha cabeça (Link nas notas finais). Não o nosso tempo não podia ser tão curto. -Acordei no meio da manhã com alguém tocando meus ombros. Havia dormido com a cabeça na cama, segurando a mão de Nora. Olhei para trás e era o pai dela.
- Senhor... - Minha voz saiu entrecortada-
- O que aconteceu rapaz? - Peter não parecia um agente do FBI, nesse momento ele era um pai. A expressão cansada, revelava que ele pegou o primeiro voou de N.Y. para Atlanta. E ao ver sua filha ali daquela forma, seus olhos encheram de lágrimas. Tive conter um nó na garganta, para não chorar junto. Contei a ele o que aconteceu-
- Mas como ela teria sido envenenada? Você checou o quarto antes de sair? havia alguma coisa fora do lugar?Forcei minha mente, tentando reconstruir o cenário que me deixou paralisado.
- Ao passarmos pela cozinha, eu notei que a garrafa de água estava caída sob o carpete. Mas queria acompanhar Nora, então não parei verificar
Peter pegou o telefone e parece que encaminhou alguns agentes ao quarto.
- Se aquele filho da mãe envenenou minha filha. Dessa vez ele não escapa!!!
- Me desculpe... Eu sei que eu sou a causa de tudo isso - Abaixei os olhos sem conseguir olhar diretamente pra ele-
- Rapaz, eu nunca vi os olhos da minha filha, brilharem tanto quando ela falava seu nome. Acho que mesmo que você quisesse desistir dela, ela não desistiria de você. Vou avisar a mãe dela agora. Você pode ir pra casa descansar.
- Não Senhor, eu não vou sair do lado dela. - Peter abaixou a cabeça e saiu porta a fora -Encostei na cadeira e a fiquei observando. Tão perfeitamente linda. Eu havia demorado 28 anos pra me encontrar. E ela tinha sido minha resposta. As coisas que havia imaginado, quando assumi nosso namoro ontem....
O médico entrou na sala fazendo uma série de exames. Insisti pra poder ficar e ele desistiu de tentar me mandar pra fora. Ficava andando de um lado pro outro. Minha ansiedade estava corroendo todos na sala.
- Então Doutor?
- Ela está reagindo. Nunca vi tanta força assim em uma pessoa. Ela está lutando fortemente pra permanecer aqui. - ele disse admirado- Vamos aplicar mais um soro e tirar o aparelho de respiração.
Peter bateu de leve no meu ombro.
- Essa é a nossa garota - ele disse orgulhoso e eu dei um sorriso fraco. Uma esperança começou a se acender no fundo do meu coração.Peter teve que se ausentar na hora do almoço para ir ver a que pé estava a investigação. Eu não havia saído do lado dela em nenhum momento. Segurava sua mão o tempo todo, para que ela soubesse que eu estava ali. Sinceramente eu estava com pena de Kevin. Alguém que queria se auto destruir assim... Todos nós temos momentos difíceis, mas há sempre uma escolha a se fazer. E ele optou pela pior escolha.
- Sr. Greyson - A enfermeira me sobressaltou - O Sr. precisa comer, não queremos que acabe desmaiando.
- Eu não vou sair do lado dela, e eu não estou com fome - Disse rudemente, mas ela não pareceu ligar -
- Então tome ao menos um suco - Ela estendeu pra mim um copo de suco de laranja- Por favor, ou o Dr. vai pedir que o Senhor deixe o quartoPeguei o suco da mão dela. Meu estômago não ia aceitar nada nesse momento. Mas ela não desistiu. Ficou ali até que eu tivesse tomado todo o conteúdo do copo. Senti um gosto amargo na boca e o estômago revirar. Já fazia mais de 12 horas que não tomava sequer água.
No inicio da noite a mãe de Nora chegou. Invadindo o quarto e me jogando pro lado.
- Meu Deus menina - Ela disse contendo as lágrimas apertando forte a mão dela. Só depois de alguns longos minutos seus olhos me encontraram -
- Diria que e'um prazer finalmente conhecê-lo mas a circunstância não ajuda, sou Kate Miller, mas pode me chamar de Kate - Ela se aproximou de mim, me dando um beijo na bochecha. A semelhança dela com Nora, era incrível, os olhos, o rosto, o cabelo, até mesmo as manias -
- Você está um espanto menino, vá comer alguma coisa eu fico com ela.
Estava pronto pra responder quando o Pai de Nora entrou no quarto. Peter e Kate se encararam por longos segundos, e uma tensão se instalou na atmosfera daquele quarto. Estava na cara que haviam coisas mal resolvidas, entre os dois. Concentrei toda minha força e pedi licença-A noite já estava alta no céu e eu havia conseguido comer apenas metade de um sanduíche. Nem cogitava a ideia de ir embora tomar banho. Não iria sair do lado dela. Estava com medo de que se eu saísse alguma coisa iria acontecer. Assim que voltei para o quarto, Kate e Peter estavam saindo.
- Eu posso ficar com ela essa noite Matt - Kate disse-
- Não, eu não quero sair do lado dela - Ela sorriu docemente-
- Nossa menina é forte, e vai sair dessa, amanhã já vai acordar querendo tirar os fios. Bom nós já vamos então - Ela me abraçou, seguida por Peter. e fiquei olhando os dois se distanciarem antes de entrar no quarto. Estavam mais juntos e com outro tipo de olhar.Me instalei na poltrona e voltei a segurar a mão de Nora.
- Vamo lá meu amor. Ta quase conseguindo
Já era alta madrugada quando senti suas mãos se mexerem. Levantei a cabeça num sobressalto e lá estava Nora, olhando pra mim. E mal consegui controlar a felicidade que tive, por vê-la acordada. de volta.(Fim da narração)

VOCÊ ESTÁ LENDO
DESEJOS PROIBIDOS
RomanceMatthews era absolutamente resolvido sobre ser gay. Mas vê tudo isso desabar quando conhece Nora. Sempre que está com ela, tudo que consegue pensar é em rasgar toda a sua roupa e fodê-la em cima da mesa do trabalho. Ele era casado e sabia que amava...