Bônus

116 7 0
                                    

Capítulo Bônus de Natal

Era finalmente dia vinte e quatro de Dezembro. Após uma longa espera, horas diante do fogão, passeios estressantes pelo shopping e tempo perdido tentando tirar a fita adesiva dos dedos, aquele bando de adolescentes estava finalmente reunido na casa de John Egbert, comemorando juntos o Natal.

Não que fosse de todo ruim; o clima era agradável, mesmo que Vriska continuasse pegando no pé de todos, Sollux e Eridan se estrangulassem simultaneamente a um canto e Karkat tentasse acalmar Gamzee, que entrara em pânico por sabe Deus o quê, com sussurros e afagos. Apesar desses pequenos conflitos pela sala, a maioria dos adolescentes continuava em paz; Kanaya e Rose voltavam da cozinha a todo o tempo, trazendo fornadas quentinhas de biscoitos de gengibre, Feferi e Aradia fofocavam no sofá, Equius ajudava Nepeta a enfeitar a sala com luzinhas e flocos de neve brilhantes feitos com papel e glitter pela talentosa Terezi, e Tavros e Jade tomavam chocolate quente diante da lareira crepitante. E além disso, todos vestiam suéteres de suas cores favoritas, tricotados pelas meninas do grande grupo, e se ficassem em fila, iriam parecer um arco-íris humano.

Era até bom ver todos os amigos reunidos, conversando e rindo, sem que nenhuma briga de grandes proporções explodisse; porque, se houvesse um desentendimento, definitivamente a sala de estar se tornaria um campo de batalha.

Mas bem, por sorte, todos estavam tranquilos. Por ora.

Mas você deve estar se perguntando onde estava Dave Strider. Pois ele se encontrava em um dos cantos da sala, pendurando no teto um ramo de visgo. Planejava beijar alguém aquela noite, e não deixaria a chance escapar.

-Dave! –alguém o chamou da cozinha- Pode me dar uma ajuda aqui?

Ele seguiu na direção da voz, e encontrou Rose tentando alcançar algo numa prateleira bem alta.

-Pode pegar o açúcar pra mim? Preciso terminar de polvilhar os biscoitos, mas não alcanço o potinho.

-Por que não pede pra Kanaya te ajudar? –o rapaz franziu a testa.

-Ela foi ao banheiro. Por favor, me dê um suporte.

Dave suspirou um "ah, tudo bem" e revirou os olhos. Ele subiu no banquinho no lugar da amiga, e conseguiu pegar o potinho de açúcar.

-Aqui –disse, enquanto a entregava o objeto.

-Obrigada, Dave –ela sorriu, e antes que Dave se afastasse, ergueu os olhos e perguntou- Humm, diga-me...qual o objetivo de pendurar um visgo no teto da sala, hein? –ergueu uma das sobrancelhas- É apenas pelo genuíno regojizo do seu espírito de porco, ou há alguma mensagem subliminar em tal ato?

-Pff, mensagem subliminar? Claro que não. Não mesmo. Que bobagem... –ele tentou disfarçar, desviando o olhar. Mas Rose enxergou o tom rubro de suas bochechas.

-Você vai tentar beijar o John, não vai? –ela riu contido. Dave se virou tão rápido para ela que quase quebrou o pescoço.

-SSHHH! E-eu vou, tudo bem, m-mas ele não pode ouvir! Quieta sobre isso, ok?

-Os meus lábios estão selados –ela sorriu de canto.

-Acho bom –disse o louro, franzindo a testa. Planejava falar mais alguma coisa, mas Kanaya entrou na cozinha nesse momento.

-Rose, querida, já polvilhou os biscoitos? –perguntou a moça, e estava linda com aquele laço vermelho e verde nos cabelos curtos.

-Ainda não, amor –foi a resposta- Acabou o açúcar e eu tive que pedir pro Dave me alcançar mais.

Aqueles Seus Olhos Azuis (JohnDave)Where stories live. Discover now