4º Não poderia ser pior, poderia?

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Antes de passar a tarde conhecendo o campus, passo no refeitório e compro um suco e volto pro dormitório, decidi que antes, que vou terminar de arrumar as minhas roupas no guarda-roupa, e por sorte quando volto está vazio.

- O lado bom de este lugar está vazio, é que adoro ter que arrumar as minhas roupas em paz, sem nem uma interrupção, e o lado ruim é que me faz sentir falta da companhia dos meus amigos.

- Falando sozinha?

Me assusto e olho em direção de onde veio a voz, e percebo que não estou tão sozinha assim quanto pensei que estava, esqueci que tem o banho também, e provavelmente o dono da voz estaria lá.

- Você sempre aparece assim do nada assustando as pessoas?

- Normalmente, não costumo aparecer nos lugares.

- Você tem que parar com isso, quase morri de um ataque cardíaco.

- Não me importo.

- Da pra parar de ser tão ignorante só por um minuto?

- Não.

- Você não se importa mesmo, mas eu sim, e quero que colabore em não chegar de surpresa, eu poderia está me vestindo, ou qualquer outra coisa.

- Seria legal.

- O que seria legal?

- Chegar, sem você perceber e você ficar se vestindo como se não tivesse ninguém no quarto.

- Não seria nada legal, seria constrangedor.

- Pra você seria constrangedor, pra mim seria divertido.

- Então você se diverte vendo meninas se vestirem sem percebe que você está olhando elas se vestirem?

- Não, seria melhor tirando-nas. - Ele sorri pensativo, e percebo que ele está com uma toalha enrolada na cintura, desvio o olhar.

- Vai se trocar no banheiro ou quer que dou licença?

- Não vou me vestir no banheiro.

- Entendi. - Me levanto indo em direção à porta mas ele me interrompe.

- Pode voltar a qualquer coisa que estava fazendo, finge que não estou aqui.

- Ok - Digo um pouco baixo de mais - Tudo bem .. - Suspiro .

Volto e me sento na cama, voltando a organizar as ninhas blusa por cor e tamanho, tento não olhar em direção ao barulho ouvir a toalha caindo no chão.

Ele está me testando? Pois se for isso, ele está totalmente enganado, não pretendo e nem vou jogar o joguinho dele.

Fico concentrada em arrumar minhas roupas e esqueço que ele está no quarto como havia dito até ele me fazer uma mesma pergunta pela segunda vez.

- Hm.. Desculpa, não ouvi o que você me perguntou.

Ele revira os olhos.

- Eu perguntei se você já almoçou.

- E te importa?

- Claro, não quero dividir um quarto com uma anorexia doente.

- Não.

- Não o que? - Ele me pergunta confuso.

- Não, eu não almocei.

- Ok - Diz e sai do quarto.

- Não entendi, esse menino é maluco, enfim - Balanço a cabeça esquecendo do assunto. - Agora só falta colocar as roupas no guarda-roupa, já estão todos organizados e dobrados. - Termino de beber meu suco e jogo a garrafa no lixo, levanto e coloco as roupas dentro do guarda-roupa.

Vou até a mesa e sento na cadeira e ligo meu notebook, faço algumas pesquisas pra adiantar algumas coisas para as próximas aulas e vou ver as notícias pra passar o tempo, percebo que tou faminta ao ver um anúncio de sanduíches no site.

- Isso cairia bem agora.

- Não é nada saudável.

- Caralho meu. - Me assusto novamente com o meu colega de quarto em pé ao meu lado com caixas de comidas nas mãos. - Você me assustou de novo, já disse que tem que parar com isso, e a propósito, não ouvi você chegando, você é uma espécie de ninja? Agente do FBI? Esta aqui infiltrado em alguma missão pra me pegar no flagra cometendo algum crime?

- Você sempre falar sozinha? - Ele ignora minha pergunta e faz outra. - Por que dormindo eu já sei que fala.

- O-o que? - Gaguejo. - Ontem eu falei dormindo? O que eu disse? - Fico um pouco nervosa.

Ele só balança a cabeça concordando e coloca uma caixa ao lado do meu notebook e vai direção a dele e coloca a outra caixa na mesa dele.

- Não sei do que você gosta, mas eu comprei, arroz com passas, salada com azeite, e estrogonofe, a.. E suco natural de laranja, meu preferido. - Fala tirando a garrafa de suco de dentro da caixa.

- Sou vegetariana, não como carne.

- Que pena, eu como. - Diz tirando e colocando a comida em um prato descartável.

- Obrigado. - Ele me olha confuso. - Por ter comprado meu almoço - Acrescento - Quanto custou?

- Nada.

- Como assim? Não custou nada?

- É.

- Mas diz que, aqui as refeições, todas são pagas.

- E são.

- E como não custou nada?

- Pra você nada, pra mim sim, por que eu paguei. - Diz sem olhar pra mim e começa a comer. - A propósito, seu almoço está começando a esfriar, e eu não aconselharia comer frio, acho que não seja uma boa ideia, tenho quase certeza que não é nada gostoso.

Ignoro ele e coloco apenas o arroz e a salada no prato, tiro o suco e começo a comer, termino rápido e vejo que ele também já terminou. Pego a caixa, coloco o prato descartável e a garrafa vazia dentro e jogo no lixo.

O dia está calmo, o céu está claro sem nuvens e o sol está escondido, deixando o clima ameno, ótimo pra fazer um piquenique, mas eu não tenho tempo pra isso, o único dia que me resta livre, terei que aproveitar pra conhecer o lugar.
O campus é bastante grande, eu começo pelas salas que terei aula, converso com alguns professores, tento entender melhor como irá funcionar às aulas, e depois passo nos dormitórios femininos.

Aqui é igual ao masculino, bastante grande também e tem vários quartos, sem querer paro em uma porta que me chama atenção , é a única com desenhos pichados e de repente sai um garota de cabelo grande na altura da cintura tingido de pink quase vermelho sangue, um pouco menor que eu e com mais curvas.

- Ah, oi desculpa, estava apenas passando por aqui e.. Nossa o que eu estou falando? - Resmungo comigo mesma. - Desculpa já vou indo.

- Não, espera, tudo bem, meu nome é Leah, você parece está perdida, acertei?

- Estou um pouco pra falar a verdade. - Sorrio.

- Ah, meu nome é Maddie.. Madson.

- Bom Maddie hoje é seu dia de sorte, minhas aulas foram cancelada, estou sem fazer nada, quer que eu te ajude a conhecer o lugar? - Ela sorri pra mim, sorrio também.

- Adoraria.

- Então vamos começar pelo andar das artes.

- Ok.

Saímos andando em direção às escada e começamos a subir. Subimos mais ou menos dois lances de escada e chegamos. É um lugar cheio de salas diferente, algumas são pra fazer pinturas em telas, outras estudos e pesquisas.

Ao entrarmos em uma das salas uma pessoa me chama a atenção e logo reconheço quem é.

The Hate ;; hs (Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora