Parte 5

35 3 2
                                    

Resolvo então voltar para o Canadá, junto da minha mãe,e da memória do meu pai. Coloco minhas coisas no carro, e vou em direção ao aeroporto. Falei com uma transportadora, e eles levariam meu carro em um navio. Ele chegaria em alguns dias.

Dentro do avião me preparo para chegar finalmente em casa. Agora me dou conta que nem me despedi do Lucas. Mas eu tinha pressa, ele entenderia. Fecho meus olhos e fico pensando em tudo que andou acontecendo. Acabo pegando no sono.

"-Oi meu amor. - Gustavo me deu um beijo.

-Você não morreu? Voltou pra mim? -eu chorava de felicidade.

-Não meu amor, eu estou o mais perto que você imagina. -e sumiu."

Acordo apavorada, que sonho esquisito. Tinha sim uma chance do Gus não ter morrido.Eu não fui até o hospital aquele dia. Eu fiquei sem saber o que fazer. Mas a mãe dele me garantiu ser ele. E o enterro foi com o caixão fechado. Será possível ela ter mentido pra mim? Será que o Gus não morreu? Ainda me restava uma esperança. A caixa com certeza me traria respostas. E eu vou seguir cada uma delas.

MESES DEPOIS

Hoje chegou o dia de abrir a caixa. E pra ajudar, tenho plantão no hospital hoje. Por isso levantei mais cedo que o normal. Estou morando sozinha no apartamento que eu e o Gus viveríamos depois de nos casarmos. Abro a caixa maior, e pego a que diz "Janeiro,03". Hoje é dia três, então vamos lá.

"Querida Lu, primeiramente me desculpe. A mobília de nossa moradia está um pouco empoeirada e ultrapassada, mas isso fará você se lembrar de mim. Aqui está a dica deste mês. Você só irá me encontrar, se notar os mínimos detalhes que a vida esconde. Há algo em você que me encanta, e ali você me encontrará. Te amo."

Minha bondade era algo que encantava ele, e eu o guardo no coração. Resolvo seguir a procura do meu urso de coração. E encontro. Vejo costuras nele, e então abro. Há algo dentro. Outro bilhete.

"Amor, é tão bom saber que você está me procurando. Deixei atrás do espelho do banheiro algo pra você. Amo você mais que tudo."

Corro até o banheiro e tiro o espelho. Encontro uma foto nossa, onde ele me pegou no colo, e ficamos com os narizes grudados. E atrás da foto dizia "até o próximo mês."

Porque fazer todo esse suspense? Eu não sei se vou conseguir me controlar.


Frio de MaioOnde histórias criam vida. Descubra agora