Dean observava Castiel de longe, uma vez que o de olhos azuis tinha se recusado a falar com ele pela manhã. Cass apertava o sobretudo contra o corpo, mas nada que não dissesse respeito ao seu TOC.
– Com licença, Dean – uma paciente, Joanna, se aproximou. Ela se cobria com uma manta preta – Pode pedir para Bela parar de importunar?
Dean não sabia o que havia levado a garota ao hospital, mas chutava serem os acessos de raiva. Então era melhor o enfermeiro intervir antes que algo de pior acontecesse.
– Bela! Assim eu vou ter que pedir pra você ficar no refeitório ao invés de ficar vendo TV – Dean avisou e a mulher revirou os olhos, entregando o controle à loira que voltou a se sentar bem perto da TV, ambas logo voltando a conversar.
Dean voltou os olhos para o pequeno homem na mesa. Ele percebeu que o mesmo tinha um curativo no rosto e julgou ter sido colocado ali por causa de um ferimento com a lâmina de barbear, uma vez que o rosto estava limpo da mesma.
Os olhos estavam concentrados no vidro que ele havia guardado sua abelha, e ele parecia satisfeito ao ver que a mesma voava na direção da flor dentro do pote.
– Você parece um bobo apaixonado – uma voz surgiu do nada e Dean teve que olhar para cima ao sentir a mão do irmão em seu ombro. Sam tinha aquele sorriso infantil nos lábios e assim como o irmão, ele mantinha na cabeça uma coroa de flores. Suas flores de plástico eram amarelas e realçavam os olhos cor-de-mel – Oh, espere. Bobo apaixonado é um pleonasmo.
– Cale a boca, Alce – Dean olhou para os lados, estranhando o seguidor de Sam (Gabriel) não o estar importunando – Onde está o seu chiclete? – indagou ao mais velho que suspirou, aparentando estar cansado.
– Gabe teve mais um de seus pesadelos e ele não conseguiu dormir metade da noite. Eu fiquei conversando com ele até agora, lhe dei os remédios e parece que pelo menos agora ele vai conseguir cochilar.
Gabriel era um paciente recente que havia chegado em um estado catastrófico de privação de sono por pelo menos quatro dias. Antes de ter sido levado ao hospital psiquiátrico, foi levado ao Pronto-Socorro da cidade e lá ele praticamente desmaiou. Entretanto, os pesadelos começaram e ele não tinha família com quem ficar.
Sam, obviamente, tomou as dores pelo mais baixo e pediu para que ele desse a entrada no hospital psiquiátrico. Os Winchesters filhos eram assim e praticamente moravam dentro do hospital, simpatizados demais por todos ali para agirem como os funcionários normais. Eles – tendo como passado cheiro de bebidas, sangue e principalmente fogo – tinham uma conexão muito maior do que a de irmãos; eram melhores amigos.
A mãe deles havia morrido ainda quando Sam era um bebê em um incêndio em casa, e John enfiou a cara nas bebidas e aparentemente culpou Dean por ter esquecido de desligar o arroz que sua mãe havia pedido. Os pequenos passaram pelos cuidados do tio, que os visitava quatro dias da semana escondido para cuidar de Sam, que ainda tinha seis meses.
Quando o mesmo entrou para o ensino básico na mesma escola de Dean, John Winchester não só levava garrafas e garrafas de bebida para casa, mas como levava prostitutas que fediam a cigarro e sujeira. Não apenas de corpo, mas de falta de espírito. O mais velho dos irmãos foi reclamar com o pai, então. O inferno começou ali.
Primeiramente negligenciados pela figura paterna, Dean e Sam foram trancados dentro de casa durante meses e as regras para não apanharem era não fazerem barulho, não aparecerem nas vistas de John nenhuma vez e não fazer sujeira. Obviamente, como crianças, não puderam obedecer. O irmão mais velho começou a apanhar e Sam era obrigado a assistir, tendo pesadelos todas as noites e chorando sobre o corpo do irmão inconsciente no chão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
still 》fanfic destiel
FanfictionCastiel Novak gostava de Dean mais do que gostava do número oito e odiava ficar longe dele mais do que odiava moscas. ▪▪▪ [fanfic destiel - boys love - a supernatural fanfic - autism - scm] 2014©