[6 dias após a partida]
Sam
O Winchester mais novo discutia raivosamente com a diretora do hospital.
– Somos enfermeiros, não psiquiatras – as grandes mãos caíram ao lado do corpo - Você disse que Gabriel estava liberado das sessões, exceto da terapia de choque. Você me passou um email explicando que ele não teria problemas ao faltar duas semanas na terapia de choque. Você imprimiu e fez cópias que comprovam isso. Eu tenho pr-
– Provas? Samuel, peço desculpas se não fui clara, mas eu não sabia da situação pela qual Castiel e Dean estavam passando – a mulher suspirou, como se lhe faltasse ar nos pulmões. Sam gostaria de repetir o gesto no momento, mas parecia falta de respeito e quase uma tirada de sarro com a cara da diretora – Crowley disse que estava a par da situação e que, na verdade, não vê problemas em um relacionamento entre eles. Os pais de Castiel pagaram o que tinham que pagar e muito mais, não querem saber do filho! E o homem está machucado. É uma criança num corpo adulto, é...
– Uma mente corrompida pelo mundo? – Sam apontou o dedo para o corredor. Gabriel trançava os cabelos de um pônei de brinquedo colado no chão com cola quente por ele mesmo enquanto escutava Sam falar. Ele tinha uma almofada debaixo do traseiro – Todas as mentes são corrompidas pelo mundo e como em todos os casos que vemos nesse hospital, eu vejo que o mundo maltratou ou Deus não soube criar com perfeição a porra da criação dele!
Dean apareceu no corredor, com a boca cheia do que parecia ser um sanduíche e com os olhos arregalados. Sam percebeu que ele indagava à Gabe se tudo estava bem com ele, e o paciente assentiu.
– Acho que ele está sendo filosófico de novo e está dizendo sobre nossas mentes corrompidas pelos filmes pornôs – Gabriel sussurrou, escondendo a boca atrás da palma da mão para que Sam não escutasse: sem sucesso.
– Na verdade, acho que ele está criticando Deus. Uma crítica divina? – Dean contestou e sentou-se de frente para Gabriel. Sam deu graças a Deus que ambos estavam saudáveis e claramente mais vívidos que dias atrás.
Mas eles ainda não sabiam sobre Castiel.
Sam havia escondido o fato.
– Agora você é quem mete Deus na história! Nem sabemos se ele existe e o que sabemos é que Castiel tentou se matar ontem. Espero que você tenha uma resposta já sobre que devemos fazer com os pacientes de Dean, e Gabriel.
O pomo de Adão de Sam subiu e desceu. Ele imaginou ter sentido uma gota de suor escorrendo pela lateral do seu rosto, mas depois de tanto tempo sem beber água ele não conseguia chorar direito sem sentir a boca seca – psicologicamente falando.
Mas Sam tinha argumentos. Poderia colocar a diretora do hospital contra uma parede fria de metal e dizer todos eles, cuspindo palavras chulas e demonstrar a sua irritação como ele queria demonstrar.
Todavia, sabemos que Sam Winchester era e sempre foi Sam Winchester.
– Depois de anos trabalhando no hospital, você sabe da reputação que eu tenho. Obviamente, a doença que eu possuo não está ao meu favor – ele virou de costas para o irmão e o paciente – Gabriel está praticamente curado. Os remédios que eu tenho administrando vem surtindo efeito e eu estou quase arrumando os horários dele. Gabe quase não dorme de tarde, come comidas saudáveis e desde que deu entrada ao hospital não fez referências às coisas ilícitas como drogas ou pornografia pesada.
Por que retirar os pensamentos de pornografia de Gabe, mesmo que fossem leves, era impossível.
– Sinto que o estou curando, que o meu método de tratamento é eficaz.
O silêncio se fez presente, e Sam quase chorou ao saber que ao menos isso estava estável.
– Perfeitamente claro, como eu sei que você é. Límpido como águas de um rio. Infelizmente, quanto à Dean, temo que tenhamos que deixa-lo afastado do hospital.
O de cabelos castanhos compridos sentiu os olhos ferverem, arderem como quando os deixamos muito tempos abertos para o Sol.
– Por quanto tempo?
– Dean Winchester está sendo demitido do hospital às 19:28 dessa noite. Pelo lado bom, ele pode visitar quem quiser lá, no horário determinado. Mas se ele quer manter um relacionamento com Castiel Novak, o paciente tem que estar ciente de que Dean não é uma autoridade, e sim um amigo que quer algo muito maior entre eles.
Sam sabia que ela estava certa, mas não sabia como Dean reagiria à notícia.
Dean
Gabriel levou um susto tão grande quando Dean gritou que acabou arrancando o pônei do chão com muita força. O pequeno cavalinho de brinquedo tinha duas patas quebradas e um chumaço de cabelo de plástico entre os dedos do paciente.
– Castiel o quê? – Dean parecia estar a ponto de ter um outro colapso, e se não fosse por Sam o balançando e uma perninha de pônei voando contra o seu rosto, provavelmente ele deitaria no chão e reiniciaria sua crise de choro.
– Teve uma série de problemas desencadeados por overdose de comprimidos e está na UTI de um hospital fora do onde trabalhávamos.
A palavra não passou despercebida por Dean, nem que momentaneamente. Trabalhávamos?
– Como assim trabalhávamos? – indagou estranhando a feição do irmão, quase contorcida para não chorar.
– Yeah, babe. Como assim trabalhávamos? Vocês foram demitidos? – Gabriel também expos o seu medo. Gostava minimamente de Dean e amava Sam incontrolavelmente.
– Não. Eu não fui demitido – Sam falou, e Dean encostou a testa contra a parede do corredor. Céus, o que seriam de Charlie e Castiel sem ele?
Dean pensou nos anos de curso em que esperava ansiosamente para, por fim, poder atuar em alguma clínica, hospital. Agora estava sendo expulso do seu primeiro trabalho – para o qual se dedicou tanto tempo.
O Winchester mais baixo pensou na primeira vem em que de fato falou com Castiel, nos seus bloquinhos sendo empilhados e em como ele tremia. Também pensou no sobretudo cor de creme que ele não largaria pelo resto da vida e em como coroas de flores e a cor laranja não seriam as mesmas.
– Você pode visita-lo quando quiser, Dean. Palavras da diretora do hospital.
Os olhos verdes como a grama da primavera ficaram molhados como o orvalho da manhã pelo quintal. Dean não deixou Sam explicar a atual situação de Castiel. Ele foi até ao quarto, pegou algumas fitas que provavelmente colocaria no Impala para tocar, pescou a coroa de flores com os dedos e saiu porta afora.
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still 》fanfic destiel
FanficCastiel Novak gostava de Dean mais do que gostava do número oito e odiava ficar longe dele mais do que odiava moscas. ▪▪▪ [fanfic destiel - boys love - a supernatural fanfic - autism - scm] 2014©