Capítulo 4

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Amanheceu, espero que o socorro ja esteje chegando, a noite foi tranquila tirando o medo que eu estava de que uma cobra ou qualquer animal venenoso nos atacasse. Fernando arrumou um lado com os meninos e as meninas do outro. Por sorte, se é que nessa condição que estamos podemos dizer sorte, na mala que conseguimos tinha um repelente, oque nos ajudou contra os mosquitos.

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Não fazia idéia de que horas eram, mais pelo sol, julgava ser entre meio dia à uma hora da tarde. Os rapazes tinham saído pra procurar alguma coisa pra comer e nós meninas, algo pra beber.

- Bom meninas, já que o destino nos pregou essa peça, vamos nos conhecer né? - Eu disse com um sorriso meia boca
- Acho uma boa idéia - disse Laura com um sorriso simpático
- Fazer oque! - Bufou Andréia com cara de poucos amigos
- Se não quiser, não precisa entrar na roda Andréia, você ta bem crescidinha pra fazer o que bem entender da sua vida, não acha? - Disse Mariana, gostei dela.
- Calma meninas! - Eu disse tentando aliviar os ânimos, a última coisa que deve acontecer aqui é uma briga. - Bom, eu me chamo Joana, tenho 25 anos, sou médica, estava nesse vôo porquê iria para África ajudar os necessitados, não me perguntem quanto ganho pra fazer isso, realizo esse encargo por amor.
- Nossa, que legal! - Disse Laura animada - Me chamo Laura, tenho 22 anos, sou psicóloga, estava nesse vôo porque iria visitar a África, sempre quis conhecer os animais selvagens frente a frente!
- Ui, essa é das minhas!- Disse Mariana, todas rimos, menos Andréia- Meu nome é Mariana, tenho 24 anos, estava nesse vôo porque eu estava realizando meu sonho que é rodar o mundo atrás das culturas locais e a África seria o 3º pais que visitaria.
- Me chamo Maria, tenho 35 anos, estava indo pra África a mando de Deus, sou evangélica e missionária, então, ia la estabelecer um ministério. - Ela olhou pra baixo e depois pra mim - Joana, caimos aqui não por acaso minha querida, cair aqui digamos que foi ... humm.. necessário!

Arregalei os olhos, tinha me esquecido, mais antes de o avião cair eu ouvi uma voz suave dizendo "é preciso Joana", até agora nao tinha entendido nada. Por que um Deus que dizem ser tão bom me queria aqui, no meio do mato, com 11 pessoas totalmente desconhecidas? Não entendia.

- Eu sei que você não esta entendendo nada, nem eu. Mas lembre-se sempre de uma palavra que se encontra la no livro de Isaías 55:9 "Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos."
- Amém!- foi o que disse, era a única coisa que conseguia falar naquele momento.

Depois disso, ninguém mais se apresentou, fomos em busca de água, mais nao achamos nada, fiquei preocupada mas por algum motivo, eu sabia que nada de ruim iria me acontecer.
Voltamos para o acampamento atrás dos meninos porém eles ainda não tinham chegado. Me afastei das meninas, fui andando sem saber muito pra onde, só queria ficar sozinha e pensar.

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Não fazia idéia de quanto tempo tinha se passado, só sei que eu estava ali, deitada no meio do mato, acho que dormi, o Sol estava se pondo e levantei rapidamente sacudindo minha roupa. Voltei para onde estávamos reunidos, os meninos acharam apenas umas mangas um pouco verdes, entretanto, sem dúvida alguma era melhor que nada. Peguei a minha e me retirei novamente, me sentei um pouco afastada deles para pensar, não demorou muito e senti uma mão no meu ombro, sorri pensando que era o Fernando, mas quando olhei pra trás vi que era o loiro bonito que cuidei de um ferimento no braço.

- Oi - dei um sorriso sem mostrar os dentes - E ai, como vai o braço?
- Melhor, vim aqui te agradecer pelo curativo.
- Que nada, é o meu trabalho.
- Voce é enfermeira?
- Não, na verdade eu sou médica, mais ja fiz curso de enfermagem.
- Assim, bom saber que temos uma Doutora em nosso meio, me sinto mais seguro.- Ele disse num tom divertido e rimos

Alguem tossiu atrás de nós, quando olhei era Fernando.

- Atrapalho?
- Claro que não, fique a vontade! - Disse o rapaz loiro e saiu.
- Educado ele né? - eu disse
- Sem dúvidas - respondeu Fernando com um tom de ironia na voz. - Sabe Joana, eu vim aqui mesmo pra te pedir desculpa - ele disse se sentando ao meu lado.
- Pelo o que?
- Pelo oque nos aconteceu ontem, no trânsito.
- Tudo bem, me desculpe por ter te chamado de debimental
- Eu mereci! - Ele disse e nós rimos
- É verdade - eu disse com um sorriso no rosto
- Bem, acho bom a gente ir dormir sabe? Amanhã, vamos ter que ir atrás de água e alguma coisa melhor para comer.
- Concordo! Ja sinto sede.
Fernando apenas me olhou, se levantou e estendeu a mão pra me ajudar. Quando me levantei ele passou os braços pelos meus ombros, eu passei os meus por sua cintura e fomos assim até o nosso projeto de acampamento.

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