Capítulo 12

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Kyle percorria a Rota 9, sentindo como se tivesse nascido de novo, mais forte do que nunca, ele

revivia em sua mente mais uma e outra vez a morte daqueles policiais. Nada lhe dava mais alegria.

Ele mataria mais, se pudesse.

Kyle forçou seu braço, flexionando seus músculos, ele não conseguia entender de onde sua força

recém-descoberta vinha. Ele sentia o bombeamento de sangue em suas veias a uma velocidade

insana, como se tivesse recebido dez infusões de sangue. Ao dirigir ao longo da estrada, ele se sentia

como um garoto de dezoito anos, invencível, pronto para enfrentar o mundo. Mal podia acreditar

quanta energia ele tinha sob seu controle; sentia que estava pronto para festejar a noite toda.

Kyle sabia que ele deveria ter medo, sabia que ele era um assassino de policiais agora, e que em

breve todo os oficiais estariam procurando por ele. Também pensou que, provavelmente, ele não

deveria estar andando visivelmente pela Rota 9, como se ele não tivesse medo do mundo.

Mas, por alguma razão, ele não tinha medo. Mais do que isso, sentia-se ousado, invencível até.

Ele havia deixado todo o medo para trás, tinha a sensação mais louca que não importasse o que

acontecesse, ele não poderia ser morto. Ele sentia a maior confiança de sua vida, e queria testá-la.

A estrada, à noite, estava escura, os primeiros sinais da aurora estavam apenas começando a

aparecer no horizonte, o céu ainda tinha uma cor cinza do crepúsculo e Kyle estava determinado a

testar seus limites. Em vez de ficar ao longo do acostamento, ele foi para o meio da estrada. Ele

andava lentamente, casualmente, bem no centro, sabendo que os carros não poderiam vê-lo a tempo –

sabia que iriam acertá-lo.

Ele queria que eles o atingissem. Ele queria ver se ele realmente era invencível.

Em pouco momentos, luzes inundaram o horizonte e uma van veio acelerando pela Rota 9. Kyle

ouviu os pneus no pavimento, seguido por uma estridente buzina e o grito dos pneus cantando. Kyle

se manteve firme e enfrentou a colisão, sorrindo, sabendo que era tarde demais para que eles

parassem.

Os ocupantes o viram, seus rostos apavorados se chocaram contra o pára-brisa quando houve a

colisão.

O impacto quebrou o pára-choque da van, depois seu pára-brisa, o que fez a van parar logo em

seguida – como se ela tivesse atingido uma parede. O motorista e o passageiro, um casal de meiaidade,

voaram através do pára-brisa e caíram na calçada, em um conjunto sangrento, imóvel. A van

ficou lá, soltando fumaça, a sua buzina estridente tocando permanentemente.

Kyle ficou ali se examinando e percebeu, espantado, que saíra ileso. Havia alguns hematomas em

seus braços, mas era só isso – e, ao olhar para eles, eles se curaram diante de seus olhos.

Kyle abriu um largo sorriso.

Nada pode me parar agora, pensou. Se ao menos eu tivesse esse tipo de poder na prisão... Ele

PredestinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora