Capítulo 13

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Scarlett sentou-se na parte de trás do pequeno barco a remo, que balançava com as fortes

correntes do rio Hudson, e apertou seu sobre seus ombros para afastar a brisa fria que saia da água.

Ela tinha esquecido o quão frio o Hudson poderia ser em novembro; também tinha esquecido o quão

forte as marés poderiam ser, ela se preparou contra os respingos, parecendo ondas em um oceano.

Havia muitas pessoas à bordo – Maria, Jasmine e Becca, Blake que estava remando e uns dois

amigos seus – e Scarlett olhou para fora, tremendo, não confiando naqueles rangidos do barco antigo,

grata por ver que a ilha de Bannerman se aproximava rapidamente, a apenas trinta jardas de

distância.

Scarlett tinha sentimentos mistos sobre ir àquele lugar. Ela se lembrava de algumas vezes no

passado, quando ela gostava de ir à Bannerman, uma ilha pequena, abandonada no meio do Hudson,

com uma enorme ruína desmoronada de um castelo, uma relíquia de uma época antiga, há muito

abandonada, estruturalmente instável, carregada de videiras. Na verdade, toda a ilha era coberta de

matas espinhosas, videiras e heras venenosas, um lugar muito condenado pelo tempo, esquecida pela

história.

Scarlett gostava de imaginar como aquele local era em sua antiga glória, cem anos atrás, quando

um rico proprietário lunático vivia ali, um homem que tinha, de alguma forma, usado sua força de

vontade para erguer e construir um castelo em uma ilha no meio do Hudson. Que romântico, pensava

ela, mesmo que ele fosse um traficante de armas. Ela gostaria de tê-lo conhecido, visto como era seu

castelo em toda sua glória.

Mas isso foraem uma outra era, acabada há muito tempo. Quando ela olhou para Blake e seus

amigos, todos rindo muito alto, bebendo cerveja e jogando as latas vazias para a água, ela percebeu

que não havia mais nada romântico sobre aquilo. Toda a cavalaria, as grandes noções de romance,

pareciam ter morrido. Aquele castelo era uma prova disso. Agora era apenas uma outra ruína largada

no Hudson, um lugar onde jovens endiabrados podiam ir para beberem ou ficarem doidões ou

fazerem qualquer coisa que eles quisessem longe dos olhos de seus pais curiosos. Era um lugar onde

podia-se fazer festa a noite toda sem precisar se preocupar em destruir a casa nem ter vizinhos

ligando para a polícia. De certa forma, era uma pena que o ideal romântico de Bannerman terminara,

cem anos mais tarde, daquele jeito.

No entanto, a ilha de Bannerman era também um lugar traiçoeiro para ir – uma ilha coberta de

hera venenosa e espinhos, as estruturas perigosas estavam prestes a entrarem em colapso, era também

um lugar perigoso para se chegar, as marés tiravam a vida de uma pessoa, pelo menos uma vez por

ano em algum lugar ao longo o Hudson. E, em uma noite de novembro como aquela, não estava nada

divertido estar ali, exposta ao frio da água e do tempo. Especialmente quando Scarlett sentia-se mal

do estômago, sem desfrutar a companhia de seus amigos, sem aproveitar a companhia de ninguém. A

PredestinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora