Para Recuperá-la

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Eles se concentraram em permanecer em silêncio por alguns instantes. Já faz um bom tempo que saímos do hospital, e digamos que a nossa saída foi tão "animada" que é muito estranho nos encontramos nesse estado monótono agora.

Não consigo entender qual é o motivo dessa atitude deles Quer dizer... poxa, eu quase morri agora. Se tem uma coisa que eu não quero é que eles fiquem calados.

Mas, mesmo assim, eu me sento muito grato por eles terem ido ao meu pedido de socorro. Foi realmente algo muito difícil, que poucas pessoas fariam.

Eu me sinto tão cansado agora, e perigosamente confuso também. Apanhei mais que lutador nesse noite. Mas já ignorei tudo agora; acho que essa é uma coisa dessa noite que eu pretendo esquecer.

Ana e Kaya me deram um cobertor e me cobriram com ele; agora estou sentado no chão umido e frio, parado, esperando que alguma coisa aconteça em meio à esse silêncio chato.

Olho para o céu.

As estrelas se tornaram menos brilhosas; é como se muitas delas tivessem ido embora de uma hora para outra.

Cheguei em um nivel tão estranho da minha vida que eu nem sei ao menos como dar o próximo passo à diante.

Cara anda até mim com uma caneca fumegante de chá. Ela fez uma pequena fogueira e esquentou algum chá que provavelmente comprou quando trouxe o nosso jantar.

Já contei a historia para eles, tudo o que aconteceu lá dentro. Parecia que era uma dor forte demais para ser lembrada.

- Não quero - eu digo, afastando o chá que Cara me oferece.

- Não tem escolha, Holt - ela diz. - Ou bebe por livre vontade ou te obrigo.

Pego a caneca ao revirar os olhos. Não estou bem no ponto de discutir; a única vontade que eu poderia ter sumiu.

O silêncio cai sobre nós novamente; ninguém fala mais nada por vários minutos até que eu decido quebrar o silêncio:

- Precisavam de mais um - Eu digo.

- Como assim? - James pergunta me analisando.

Suspiro.

- Eram 25 fantasmas. São 26 letras do alfabeto - explico. - Era para mim ser o último à interar o grupo diabólico, e então o plano da fada seria concretizado. Eles queriam que o plano que ela estivesse armando desse certo, mesmo sendo maléfico. Não queriam que suas mortes tivessem sido por nada, para no final ser em vão eles terem partido.

De novo o silêncio permanece.

- Era verdade. Soubemos disso, mas apenas quando entramos no andar - Ana quebra o silêncio.

- Se sabíamos ou não, agora não é de importância que isso seja falado - diz Nick.

É a primeira vez que o vejo concentrado em mim e não em Isabela, e a minha raiva sobe, por ele não querer agir para salvá-la. Só que também tenho raiva de mim, porque ele está aqui focado em mim enquanto deveria estar com Isa. Mas eu não posso demostrar isso agora, só criaria mais confusões.

- Por que o anel fez com eles sumirem? - pergunto, agora curioso com esse fato e querendo desviar a minha atenção.

Eles suspiram e me encaram com uma espécie de dor no rosto.

- Bem... Eles eram fantasmas e pernaceram na escuridão pesada do hospital - Ana começa. - ''Escuridão" - ela enfatiza. - Bem, eles queriam o mal, então por isso estavam mergulhados em trevas. Mas, ao serem vistos, sentidos e tocados por uma força de luz, eles não conseguiram permanecer e sumiram. Mesmo que fosse apenas a imagem de um estrela, era forte demais para que eles suportassem.

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