17 Anos Depois

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- Papai, olha pra mim! - minha filha diz, dando uma volta no Campo florido.

Um sorriso passa pelo meu rosto.

- Está linda filha! - grito para ela.

Minha filha, coisinha que tanto amo.

Minha mão segura a da minha esposa, Cara, que está sentada no campo ao meu lado. Hoje é domingo e decidimos chamar todos para um piquenique no campo e relaxar um pouco.

Meu trabalho como advogado me deixou exausto nessa semana, foi tão puxado. Então acho que mereço relaxar um pouco e passar um tempo com minha esposa e minha filha. A minha família que tanto amo.

Esse é um bom momento para falar com os amigos e colocar o papo em dia.

Então decidimos que um piquenique seria ótimo.

- Quer um pouco de suco? - Isabela pergunta para mim.

Viro minha atenção para ela.

Quase esqueci que ela e Nick estão aqui do meu lado. Chegaram cedo para o piquenique e ficaram muito entusiasmados com o convite quando Cara e eu os chamamos.

Sorrio para ela.

- Claro - respondo.

As pontas de seu cabelo escuro estão pintadas de vermelho. Já faz 17 anos que ela sempre pinta as pontas.

Teve uma vez que ela até pintou de preto por não ter mais uma cor nova e não deu para perceber quase nada no novo visual.

Mas as pontas estão lindas agora.

O seu rosto se transformou um pouco e por um tempo ela usou aparelho dentário assim que nossa batalha com a fada acabou, mas depois tirou alguns anos depois.

Passou tanto tempo... Ela já não parece mais aquela menina que conheci, e mesmo assim ainda continua bela e corajosa. É a Isabela.

Quase matei Nick com um abraço bem apertado quando chegamos ao campo.

Desde aquele dia terrível e um tanto bom quando vencemos a criatura chamada de fada, nunca nos separamos. Tínhamos um grande história gravada nesse mundo. Uma história que fizemos juntos.

Os cabelos loiros de Nick já possuem fios brancos, assim como os meus; sinal do grande tempo que se passou. Nossas esposas ainda pintam o cabelo para disfarçar a idade, mas nós não.

E nunca esqueci oo que enfrentamos, o que passamos no passado. Várias vezes isso vem como pesadelos para me atormentar, me fazer lembrar de uma época em que quase morri.

Lembro-me bem, e nunca esquecerei.

Passamos um tempo longe e nos tratamos, tanto dos ferimentos quanto dos traumas. Por um momento foi difícil acreditar realmente que tudo tinha acabado.

Depois eu voltei para a casa dos meus pais e Hadria também voltou para sua família.

Trevor voltou para seus tios e Gabriel para o sua quitinete.

Meus pais ficaram furiosos comigo pelo tempo passado fora e me deram vários cascudos, mesmo eu tendo 18 anos, mas logo me perdoaram.

Fiz a prova da Ford pelo e-mail e me formei, graças a Deus. E o incrível foi que os diretores alugaram um salão para participarmos da colação do grau e do baile de formatura.

Depois de um tempo apresentei Cara para meus pais, que no início não aceitaram, mas depois amaram ela.

Logo consegui documentos para Cara, com uma data de nascimento que não era de cem anos atrás e fomos para a faculdade. No início foi difícil para Cara, e ela fez um curso de 2 anos e meio para recuperar o aprendizado que deveria ter no ensino fundamental e médio. Depois fizemos a faculdade.

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