Abrindo o jogo pt. II

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Ele ficou parado na minha frente durante alguns segundos sem falar nada, o meu nervosismo foi tão grande que não consegui falar fiquei esperando ele falar algo. Não conseguia identificar o que ele estava sentindo naquele momento, ele ficou todo aquele tempo lá fora esperando para falar comigo, e se ele ouviu algo?

-Frank, eu...

Ele correu pra cima de mim e me beijou, me agarrando em seus braços com força me fazendo ficar todo mole, seu beijo foi diferente do outro que aconteceu na sua casa, agora eu podia sentir mais desejo, ele queria mais, muito mais. Ele me soltou e me olhou fixamente, se antes eu não conseguia falar, agora eu mal conseguia ficar em pé.

- Eu quero uma explicação. - Falou mudando como se não tivesse acontecido nada.

Eu tive que me afastar um pouco dele, meu corpo pedia mais.

- Eu saí de casa Frank.

- O QUE? EDWARD, POR QUÊ?

- Briguei com meus pais e saí de casa.

- O que aconteceu? - Ele começou a ficar diferente.

- Não importa. Agora vou trabalhar aqui.

- VOCÊ SÓ PODE ESTA BRINCANDO COM MINHA CARA. - Gritou sem intenção.

- Não, estou falando sério. - Fiz um sorriso forçado.

- Edward, me conte o que aconteceu. - Falou olhando para mim seriamente.

- Eu já disse que não importa não se preocupe.

- VOCÊ NÃO ESTA ENTENDENDO, IMPORTA SIM.

- Você já tem muita coisa na cabeça, eu resolvo minhas coisas.

Ele segurou meu braço com força e me encostou na parede.

- Eu acho Edward que você não esta querendo enxergar ou ouvir o que estou falando. - Disse baixinho mas com um tom bem grosso. - Eu acabei de te beijar, eu esperei que nem maluco lá fora para saber o que aconteceu e sabe por quê? - Balancei a cabeça fazendo o gesto que não. - Por agora você é muito importante para mim, eu não consigo parar de pensar em você, eu nunca fiquei assim por ninguém, somente minha mãe teve todo meu amor mas você conseguiu roubar esse amor. Se você olhar ao seu redor, tudo que eu fiz foi para ficar perto de você, agora na minha vida existem duas pessoas que amo muito e nunca vou deixar e uma delas é você, então pare de querer esconder coisas de mim e me conte o que aconteceu.

- Depois que eu saí da sua casa fui direto para minha, meu pai e minha mãe estavam me esperando, nós começamos a discutir o que aconteceu no colégio e meu pai perdeu o controle, disse que eu não podia mais te ver, mandou eu me afastar de você. Eu perdi a cabeça e aumentei a voz, me trataram como criança e disseram que enquanto eu morasse em baixo do teto deles eu deveria seguir as ordens deles, então decidi sair de lá.

- Isso tudo por causa de mim? - Falou se afastando

- Não, isso tudo por causa de Mike, ele plantou mentiras na cabeça do meu pai sobre você e eu não consegui aceitar isso calado.

- O que ele disse?

- Não...

- EDWARD. - Gritou.

- Ele disse as mentiras da lanchonete e falou que você trabalhava aqui, minha família não aceitou e começou a falar várias coisas preconceituosas e sem nenhum sentido.

Ele se afastou mais e sentou no sofá, colocou as mãos atrás da cabeça e baixou.

- Tudo culpa minha.

- NÃO, EU JÁ DISSE, NÃO FOI CULPA SUA.

- A culpa é minha, você deveria se afastar de mim e voltar para sua casa, ainda dá tempo de pedir desculpa...

Eu corri em sua direção e dei um soco em se rosto.

- Nunca mais, nunca mais me mande eu me afastar de você. - Ele me olhou com os olhos arregalados. - A culpa não foi sua.

- Edward, você me deu um soco.

- Dei e dou mais se for preciso calar essa sua boca. - Peguei em seu braço e levantei ele do sofá. - Eu nunca vou me afastar de você, eu mais nunca vou ficar calado ou parado quando alguém falar mal de você e sabe por quê? - Ele fez um gesto com a cabeça sinalizando não. - Porque você me mostrou o que é a vida, você me tirou de um buraco fundo e escuro, você me salvou literalmente e figurativamente, e tudo isso me fez eu te amar, eu te amo Frank e nunca disse isso para ninguém, nem para uma garota, nem para um garoto, nem para meus pais, nem para aqueles que eu pensei que fossem meus amigos e estou aqui na sua frente olhando para você e dizendo que EU TE AMO E QUE NUNCA VOU TE DEIXAR.

Lágrimas caíram do seu rosto o fazendo baixar a cabeça novamente. Eu puxei para mais perto ainda e o abracei forte.

- Há algumas semanas atrás eu não abraçaria ninguém desse jeito que estou fazendo com você agora. Eu quero que você entenda que não importa o que você faça ou diga, eu nunca vou deixar de te abraçar assim, nunca nada vai nós separar Frank.

Ele começou a chorar baixo sobre meu ombro e passei a mão em sua cabeça.

- Sua vida...

- Minha vida agora é você, não importa o que os outros falem.

- Edward, eu também te amo. - Falou ainda chorando sobre meu ombro.

- Era o que eu queria ouvir.


Do Lado de Fora (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora