❃ 4º Capítulo ❃

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| V A L |

-2 semanas depois-

Estou sentada no avião, com a cabeça encostada ao vidro, simplesmente a pensar e observar o solo português uma última vez.

Definitivamente vou ter muitas saudades de todos. Estes últimos dias consistiram em fazer malas, despedidas e "vou ter muitas saudades tuas". Mas isso faz parte, não é?

Falar com o "Afonso" já se tornou rotina e ele até é fixe, tirando quando é um cabrão e começa a comentar o meu corpo. Ele é muuuito mas muuuuito ciumento. Quando eu digo, «Olha, vou sair» ele pergunta-me logo com quem e se um rapaz estiver incluído começa logo a pedir-me o Facebook dele e o número. Até é fofo, mas extremamente cansativo. Desde o primeiro dia que começámos a falar por mensagens, eu avisei-o que ele não tinha hipóteses comigo, e continua a não ter, eu não o vejo mais do que o meu melhor amigo.

Remexo-me no assento do avião, de modo a ficar numa posição mais confortável, e olho á minha volta. Uma criança está com um rosto angelical a dormir, enquanto a mãe lhe faz leves festas na cabeça. A senhora ao meu lado está a conversar animadamente com um senhor que se encontra á sua frente e o senhor que está ao seu lado tem um tablet, onde está a ver... espera, aquilo é um filme erótico??

Sim, aquilo é definitivamente um filme erótico. Ele deveria ter mais senso comum, estão crianças aqui! Ainda por cima, ele tem um alto gigante nas calças. Ew.

Desvio o olhar para a janela. Como é que será a minha nova família? Disseram-me que vivem lá um casal (os meus "pais"), uma rapariga chamada Cameron de 21 anos (N/a: eu não sei se é mesmo a idade dela) e preparem-se, gémeos! Da minha idade, ainda por cima. Não posso dizer que não estou ansiosa para os conhecer a todos, porque não páro de pensar nisso!

Mr. e Mrs. Dolan foram em viagem e pelo que sei a Cameron está na faculdade, os gémeos devem ter ficado em casa. Os meus pais arranjaram-me um emprego em part-time num centro de cães, uma espécie de hotel, vá! Basicamente, terei de levar os cães a passear e alimentá-los. Vou ficar no hotel durante dois dias e depois vou mudar-me para casa dos Dolan, quando os pais chegarem.

Bocejei e senti os meus olhos a fecharem levemente.

Já que a viagem teria mais de 8 horas, mais valia dormir.

*Algumas horas depois*

-Menina, desculpe?- Abro os olhos e vejo a minha "colega de assento" a olhar para mim.- Desculpe acordá-la, é que o piloto avisou que íamos aterrar em 10 minutos.

-Não faz mal e muito obrigada por me avisar- Esbocei-lhe um pequeno sorriso e reuni as coisas que tinha trazido para o banco: fones, telemóvel e um livro.

Passei esses 10 minutos a conversar com a senhora e quando acabámos, já sabia a história toda da sua vida, bem como a da vizinha, da tia e dos primos.

"Segurem-se, vamos realizar a aterragem. Bem-vindos a New Jersey."

A seguir á aterragem, doía-me imenso a cabeça e não conseguia ouvir nada em condições.

Assim que saí do aeroporto, apanhei um táxi, dizendo o nome do hotel ao taxista. Após uns longos 30 minutos, chegámos e eu paguei-lhe, saindo do veículo.

O hotel era grande, mas não muito. Dava-lhe no máximo uns 10 andares. Era bastante bonito por fora, tinha um pequeno jardim e uma fonte antes das escadas que permitiam subir para a entrada.

Entrei, fiz o check-in e praticamente corri para o meu quarto.

Era pequeno e acolhedor, como eu já estava habituada. Os lençóis da cama eram de tom bege, assim como as paredes. O balcão da casa de banho também era mármore bege. Resumindo, o quarto era bem simples, mas perfeito para mim.

Run Away | e.d #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora