| E T H A N |
Pego no seu braço e "arrasto-a" até ao meu quarto, fechando a porta atrás de nós.
-Grávida?! Como assim grávida?!- Digo, elevando o meu tom de voz.
-Queres mesmo que eu te faça o desenho?!- Valerie responde, no mesmo tom de voz que eu.
-Ok, desculpa. Mas como é que podes estar grávida?
-Ethan, nós não usámos proteção. Eu não estou a tomar a pílula. O meu período está atrasado. Tenho náuseas e vómitos. São todos os sintomas!
-Temos de ir ao hospital, Valerie.
-Eu não posso ter um bebé. Não posso.- A minha namorada senta-se na minha cama, soltando um pesado suspiro.- Os meus pais iam-me matar.
-Calma, bebé. Vamos arranjar uma solução para isto. - Ela fuzila-me com o olhar. – Desculpa, não foi o uso de alcunha mais apropriado para a situação.
Apesar disso, consigo arrancar-lhe um pequeno sorriso da cara.
- Queres dormir comigo esta noite?- Pergunto.
- Preciso de estar um pouco sozinha, de pensar.- Valerie levanta-se e dirige-se a mim. – Amo-te.
- E eu a ti. Vou estar do teu lado, aconteça o que acontecer. – Dou-lhe um pequeno e suave beijo nos lábios, vendo-a depois a abandonar o meu quarto, fechando a porta atrás de si.
Visto que já estava de pijama, abri os lençóis e deitei-me na minha cama, adormecendo ainda a pensar neste assunto.
*de manhã*
Decidi acordar a Valerie de uma maneira agradável, por isso, fui fazer-lhe o pequeno almoço.
Primeiro, fiz-lhe sumo de laranja. A seguir, tentei fazer panquecas, que saíram extremamente queimadas.
Subi as escadas com o tabuleiro nas mãos, abri suavemente a porta do seu quarto com o pé e aproximei-me da cama, pousando o tabuleiro na mesa de cabeceira que apenas se encontrava com algumas fotografias e lembranças que vieram com ela de Portugal.
Parecia um anjo a dormir. A cara não aparentava preocupação, apenas uma expressão descansada.
-Val...- Abano levemente o seu ombro e pouso um beijo na sua testa.
Os seus olhos abrem-se e a morena projeta um tímido sorriso na minha direção.
-Bem, isto foi querido, mas estas panquecas estão um bocado queimadas, não achas?
*
Quando ela já tinha tomado o pequeno-almoço ( que tive de refazer, porque aquilo era impossível de comer, de tão queimado que estava ) , foi vestir-se e eu fui esperar para a porta da frente da casa.
Passados 10 minutos, chegou ao pé de mim e eu agarrei-lhe a mão de uma forma carinhosa, começando a andar até ao hospital.
- Nós vamos passar por isto juntos. – Digo- Eu NUNCA te vou deixar.
| V A L |
Quando chegámos ao hospital, o Ethan ficou na receção e eu entrei para o consultório. Um senhor que devia ter por volta de 45 anos recebeu-me com um sorriso que eu não consegui retribuir.
-Boa tarde, sou o Dr. Hauptmann, o que a traz cá hoje...- Olha para o seu pequeno caderno-... Valerie?
-Dr., eu estraguei a minha vida! Isto não me pode estar a acontecer, eu sou muito jovem... Os meus pais vão passar-se comigo, percebe?! Quando eles souberem, vou ser uma rapariga morta! – Descarreguei nele, pensando que ele estava completamente a par da minha situação.
-Ok, Valerie. Tenha calma! Pode deitar-se ali- Aponta para uma cama forrada com aquele papel típico de hospital- E eu vou avaliar a situação.
Dirijo-me para o sitio que ele apontou e deito-me lá, continuando a sentir-me bastante desconfortável.
O Dr. Hauptmann pega num aparelho que eu desconheço e passa-o sobre várias zonas do meu corpo, enquanto me perguntava se eu sentia alguma dor. Obviamente, queixei-me quando ele passou pela barriga.
Depois de mais alguns testes na zona que me doía, ele arrumou o seu aparelho e eu ia voltar a sentar-me, quando ele disse:
- Isso passa, vou só aqui receitar-lhe alguns medicamentos para acelerar o processo.
Juro que estou mesmo confusa, como assim "Isso passa"??
-Desculpe, o que quer dizer com isso?
-Ai, estas adolescentes de hoje em dia... Uma intoxicação alimentar não é o fim do mundo, rapariga!- Entrega-me o papel que continha os medicamentos que eu precisava.
INTOXICAÇÃO. ALIMENTAR.
EU NÃO ESTOU GRÁVIDA!!!!!!!!!!!!!!
Senti literalmente que me tiraram um peso gigante dos ombros. Agradeci ao doutor e corri para a receção, onde o Ethan me esperava com uma cara bastante nervosa.
-Então...?- Ele pergunta, pondo uma mão na minha cara.
-Intoxicação alimentar.
-O quê?- Ele mostra uma cara confusa, mas percebe logo de seguida- O QUÊ?
-Sim...- Eu mostro o meu maior sorriso, ao qual ele corresponde.
O meu namorado pega em mim e começa a rodar-me no ar, enquanto eu deixo escapar alguns risos para o seu pescoço.
-Tu sabes que eu gostava de ter muuuuitos filhos contigo.- Diz, quando finalmente me pousa.- Mas agora não era bem a altura certa...
Eu dou uma sonora gargalhada e de seguida junto os nossos lábios num beijo apaixonado, como se tivéssemos todo o tempo do mundo.
E na realidade, tínhamos mesmo.
***
9.1K DE VIEWS, EU ESTOU NO CHÃO.
OLÁ!
Não me esqueci de vocês! Peço desculpa por ser tão irregular a publicar, mas estou em ano de exames, então é um pouco difícil.
Obrigada por ainda lerem, adoro-vos imenso!
themagcongal
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Run Away | e.d #Wattys2016
Fanfic"Eles odiavam-se, ao menos convenciam-se disso, talvez por serem loucos ou talvez para se abstraírem do desejo que tinham um do outro" themagcongal, 2015