4. Memórias de um Recomeço

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Olá amores! Vocês fantasminhas que andam lendo, deixem comentários por favor e me digam o que estão achando, sendo elogios ou criticas preciso muito saber a opinião de vocês !

Boa leitura!

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POOV KATNISS

''Sempre...''

Na fase final do morfináceo, Peeta sussurra uma palavra e vou atrás dele. É um mundo diáfano, em tons violáceos sem bordas salientes e com muitos lugares para se esconder. Avanço em meio a branco de nuvens e sigo trilhas tênues, capturo o aroma de canela. Assim que sinto a mão dele no meu rosto tento prende-la, mas ela se dissolve em meus dedos como se fosse nevoa.*

 Abro os olhos. Apesar de não termos dormidos abraçados hoje, sinto que o espaço ao meu lado na cama está vazio. Permaneço imóvel enquanto me lembro que tive esse mesmo sonho no distrito treze após levar um tiro. Lembro-me também da ocasião em que Peeta me dissera essa mesma palavra; depois que eu pulei a cerca eletrificada do distrito doze e machuquei o calcanhar, ele tinha me posto na cama e eu lhe pedi para ficar, então ele sussurrou algo que na época eu não entendi por causa dos remédios e no treze eu recordei que a tal palavra era ''sempre'' que voltara do fundo do meu subconsciente pra me torturar. O mesmo vazio que eu sentia naquela época eu sinto hoje, só que multiplicada por 100...

– Não é real – ouço Peeta dizer do banheiro.

 A porta está fechada. Me arrasto da cama silenciosamente e dou um passo em direção ao banheiro quando o barulho do ferro com o soro preenche todo o quarto, se não a casa. 

– Merda! – murmuro, após ver minha tentativa de chegar de esgueira até Peeta frustrada.

–  Srta Everdeen? –diz Agatha, minha enfermeira batendo na porta.

– Oi Agatha, eu já falei pra não me chamar assim! –  digo pela brecha da porta do quarto. –Não foi nada, eu só levantei pra ir ao banheiro e esqueci desse maldito soro.

– Quer que eu lhe ajude em algo? – pergunta.

– Você pode tirar isso de mim? Não consigo dormir com essa coisa!

– Tudo bem, mas colocaremos de volta logo cedo ao amanhecer –diz ela e entra no quarto.

 Numa gaveta ela pega algodão e mais algumas coisas que não presto atenção, pois meus olhos estão na porta do banheiro.

–  A luz do banheiro está acesa. – ela observa, franzindo o cenho.

– Eu durmo com ela acesa. – minto. Agradeço mentalmente á falta de claridade no quarto, que impossibilita ela ver a vermelhidão no meu rosto, pois não disse a ninguém que Peeta dormiria aqui.

– Pronto! Já pode ir dormir em paz agora! –diz, após tirar a agulha do meu braço e colar um algodão molhado de alguma coisa no lugar do buraco.

– Obrigada! –agradeço expulsando-a do quarto. 

Tranco a porta e sigo para o banheiro que está com a porta aberta. Encontro Peeta encolhido ao lado da banheira. Quando ele levanta o rosto para me encarar, seus olhos são de um negro tão intenso que seria perfeitamente lindo se não fosse tão mortal.

– Peeta... É... Vamos voltar pra cama? – digo meio incerta, já que não me ocorre nada mais útil pra falar nesse momento.

– Eu sou um bestante não sou? Você não me merece... Você nem me entende, ninguém me entende. Eu sinto tanta dor na cabeça e no peito. Acho que está mais pra um vazio sabe? Tudo por sua culpa... Fala logo o que você quer Katniss? Fingir que me ama pra me abandonar de novo? – pergunta. Suas palavras me atingem como um tiro, talvez até mais doído.

Memórias de Katniss MellarkOnde histórias criam vida. Descubra agora