2(Tobias)

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NOTA:O COMEÇO DO CAPÍTULO FOI EXTRAÍDO DO CAPÍTULO 51 DE CONVERGENTE,PEÇO PARA QUE COMENTEM,PRECISO SABER DA OPINIÃO DE VCS,SEM MAIS DELONGAS,BOA LEITURA .


A viagem de volta para o complexo é lenta e escura. Vejo a lua desaparecer e reaparecer atrás das nuvens enquanto seguimos chacoalhando. Quando alcançamos o limite da cidade, começa a nevar de novo, em flocos grandes eleves, que rodopiam diante dos faróis. Será que Tris está assistindo à neve flutuar sobre o chão e se amontoar ao lado dos aviões? Será que ela está vivendo em um mundo melhor do que o de antes, entre pessoas que não lembram mais o que éter genes puros?Christina inclina o corpo para a frente a fim de sussurrar ao meu ouvido.

 – Então, você conseguiu? Funcionou? – pergunta ela.Faço que sim com a cabeça. Pelo espelho retrovisor, vejo-a levando as duas mãos ao rosto e sorrindo, cobrindo a boca. Sei como ela se sente: segura.Estamos todos seguros.

 – Você vacinou a sua família? – pergunto.

 – Sim. Encontrei-os junto com os Leais no edifício Hancock – diz ela. – Mas a hora da reprogramação já passou. Parece que Tris e Caleb conseguiram impedi-la. Hanna e Zeke conversam em voz baixa durante o caminho, maravilhados com o mundo estranho e escuro que atravessamos. Amah oferece as explicações básicas durante o trajeto, olhando mais para eles, no banco de trás, do que para aestrada, o que me deixa incomodado. Tento ignorar minhas ondas de pânico quando ele quase bate em postes de luz ou barreiras de estrada e me concentro na neve.Sempre odiei o vazio que o inverno traz, a paisagem branca e a diferença gritante entre o céu e o chão, a maneira como as árvores se transformam em esqueletos e a cidade parece um terreno desolado. Talvez, neste inverno, eu consiga mudar de ideia.Passamos pelas cercas e paramos diante das portas da frente, que não estão mais sendo vigiadas por guardas. Saltamos da van, e Zeke segura a mão da mãe para equilibrá-la enquanto ela caminha pela neve. Ao entrarmos no complexo,tenho certeza de que Caleb foi bem-sucedido, porque não há ninguém à vista.Isso só pode significar que eles foram reprogramados e que suas memórias foram alteradas para sempre.

 – Cadê todo mundo? – pergunta Amah. Atravessamos o posto de segurança abandonado, sem parar. Do outro lado,vejo Cara. A lateral do seu rosto está muito machucada, e há um curativo em suacabeça, mas não é isso que me preocupa. O que me preocupa é a sua expressão perturbada. 

– O que foi? – pergunto.Cara balança a cabeça.– Onde está Tris?

 – Eu lamento, Tobias.– Lamenta o quê? – diz Christina, áspera. 

– Conte logo o que aconteceu!

 – Tris entrou no Laboratório de Armas no lugar de Caleb – diz Cara. – Ela sobreviveu ao soro da morte e lançou o soro da memória, mas... foi baleada. E está em coma. Eu lamento.Geralmente, consigo perceber quando as pessoas estão mentindo, e isso deve ser uma mentira, porque Tris continua bem, com seus olhos brilhantes, suas bochechas ruborizadas e seu pequeno corpo cheio de poder e força, parada sob um raio de luz no átrio. Tris ainda está viva. Ela não me deixaria sozinho. Não entraria no Laboratório de Armas no lugar de Caleb. 

– Não – diz Christina, balançando a cabeça. – Não pode ser. Deve haver algum engano.Os olhos de Cara se enchem de lágrimas.É quando me dou conta: é claro que Tris entraria no Laboratório de Armas no lugar de Caleb. É claro que faria isso. 

-Então - digo tentando ao máximo me controlar - me diz aonde ela está,eu eu ... preciso vê-la .

-Não dá -Cara diz com lágrimas nos olhos - ela está passando por um processo para a remoção de balas.

Christina está caída no chão,acredito que ,assim como eu ela está tendo dificuldades sérias de processar o que está escutando,eu também estou,mas já que não posso ver a Tris,posso confrontar o irmão dela,e ele já está vindo em minha direção .

-Porque0-digo de maneira ríspida quando Caleb se aproxima -PORQUE???

-Quatro me desculpe eu iria sem sombra alguma de dúvida mas ela ... ela queria passar algum tempo comigo e de uma hora para outra ela decidiu que eu não iria e então foi no meu lugar .

Sei que o que ele diz é verdade,pois essa é a Tris,aquela que foi a primeira a pular,me enfrentou logo na sua primeira noite na audácia,que se colocou no lugar de All onde ela sabia que eu poderia machucá-la,é ela.Minha Tris aquela de olhos grandes e azuis,pequena mais porém com uma personalidade forte.

Olho para Caleb,digo da forma mais calculada e calma que consigo:


-Saia daqui antes que eu te mate.

Fecho os olhos e respiro fundo,e quando os abro Caleb não está mais lá .

Vou para o compartimento que dividi com as pessoas do experimento  sem me dar conta de nada que está  acontecendo ao meu redor,ignoro todos os olhares confusos em minha direção,me pergunto onde está David , eu quero matá-lo .Ainda não me acostumei a dizer isso, experimentos éramos muito mais do que isto.

Me deito e desabo,se eu não posso ver a Tris posso ao menos manter ela comigo,nos meus pensamentos,levanto e vou para o lugar onde ela costumava dormir . Me deito e inalo o cheiro dela,torça para que corra tudo bem com ela e não aconteça o mesmo que ocorreu com Uriah,fecho meus olhos e sonho com ela feliz,correndo e se divertindo comigo em um campo ao ar livre.


E se ... convergenteOnde histórias criam vida. Descubra agora