A caminho do seu coração

Capítulo 6 - Escolhas

------Narrado por Diego------

Por sorte os exames de Rebecca não apontaram nenhum tipo câncer, o que me deixou aliviado. Contudo, ela precisaria tomar algumas bolsas de sangue devido estar grávida, e posteriormente tomar doses injetáveis de ferro. Fizemos tudo direitinho e logo os dois estavam bem novamente. Rebecca realmente ficou diferente, menos ciumenta, até por que eu tinha me afastado completamente de Sofia, tanto que eu obrigava-me a não pensar na existência dela.

O ano novo foi tranquilo, fomos para uma festa em um Resort que o Gabriel estava organizando e digamos que foi até divertido, eu me permiti resgatar nosso relacionamento e com Rebecca daquele jeito, as coisas pareciam um pouco mais fáceis. Eu me segurava na figura, ainda desconhecida, de meu filho para superar qualquer lembrança de Sofia. Às vezes não era fácil, ainda mais de quando as lembranças eram dos nossos momentos mais íntimos atuais. As noites de sexo entre eu e Rebecca durante nosso relacionamento, não chegava nem perto do que era comigo e com Sofia.

Eu me odiava por isso! Por pensar em algo e fazer totalmente o oposto. Um exemplo disso foi meu convite para que Rebecca viesse morar comigo em casa. Foi um ato impensado da minha parte, mas ela aceitou e hoje esta aqui. Olho para ela com sua barriga de quase três meses e penso no quanto eu quero fazer feliz esse bebê. Era por ele que eu estava fazendo tudo aquilo.

Rebecca dormia em nossa cama, e a insônia me atingia. Depois de tanto tempo evitando Sofia ou qualquer coisa que me lembrasse dela, a bendita vai trabalhar justamente na clínica onde trabalho. Era muita falta de sorte mesmo.

E confesso que não pude deixar de sentir ciúmes dela com aquele mesmo homem do show. Ele provavelmente já deveria ser algo dela, pela forma que eles andavam e se olhavam no pouco tempo que eu os vi. Amigo estava longe de ser. E quando a vi, tão linda vestida daquele jeito, senti como se tudo dentro de mim berrasse dizendo que eu havia feito a escolha errada, por Deus como seria errado escolher dar uma família para o MEU filho? Ela acenou para mim, mas eu não tive reação, ainda estava incrédulo que ela seria a nova endocrinologista daquele lugar.

Eu a veria pelo menos duas vezes na semana quando nossos dias se encontrassem, não seria fácil ter que vê-la, ainda mais se ela estiver de caso com aquele cara. Fitei mais ainda o teto negro do quarto e olhei para Rebecca. Eu juro que tentava amá-la como ela merecia, mas estava sendo cada vez mais difícil. Ela melhorou bastante, no entanto, ás vezes me parece que ela esta incomodada com alguma coisa, que ela diz ser algo totalmente da minha cabeça.

Rebecca esta passando por uma gravidez complicada, ela sente enjoos demais, vomita tudo o que come, tem sido difícil para ela, que por conta disso acabou optando por se afastar por um tempo do hospital onde trabalhava. De repente, sinto-a levantando e sair correndo para o banheiro, e logo escuto o barulho de quem esta vomitando. Corro até ela e seguro seus cabelos.

_ O que você esta sentindo? – pergunto quando ela parece mais calma.

_ Esse bebe aqui vai acabar me matando, não aguento mais! e eu estou só no terceiro mês de gestação! – ela responde ofegante olhando para um ponto vazio como se eu nem estivesse por aqui – eu deveria ter abortado como me sugeriram! – fico aterrorizado e explodo.

_ O que? – ela me olha assustada e arrependida.

_ Desculpa Diego, mas é que, eu não aguento mais! Parece que eu vou colocar esta criança goela abaixo! – ela fala ainda com um semblante duro, mesmo aparentando arrependida.

_ Você vai melhorar, vamos! Levante-se, vou pegar um Dramim para você! – a ajudei a se levantar e fui buscar o Dramim na cozinha, dentro da caixa de remédios, e depois um copo de agua. Voltei para o quarto e ela parecia estar chorando, não quis perguntar, já imaginava que deveria ser devido aos enjoos – Tome! – eu ordenei, ela se inclinou e pegou o copo e o remédio de minha mão e tomou rapidamente.