A caminho do seu coração

Capítulo 12 - Missão " A caminho do seu coração "

----Narrado por Deigo----

Ri sozinho em meu quarto com o pensamento bobo de intitular o processo de reconquista como " A caminho do seu coração ". Era fato que Sofia me queria distante, mas eu não iria desistir. Não depois de ter me dado conta de que eu estava no caminho errado, minhas escolhas me levaram para caminhos obscuros em que a felicidade era uma coisa rara ou distante.

Sofia era minha felicidade. E eu queria muito reconquistar seu amor. Eu queria muito fazê-la feliz e tê-la ao meu lado. E foi por isso que eu comprei quase 1000 rosas vermelhas e mandei para a sua casa, especificamente para o seu quarto. Escrevi um bilhete mais do que apaixonado, eu estava ansioso e nervoso, e porra, eu precisava reconquistar seu coração.

Hoje era o dia que eu trabalhava no postinho de saúde de Caxias, e eu não via a hora de receber alguma ligação, alguma mensagem, ou um sinal de fumaça qualquer.

_ Diego, rapaz, é impressão minha ou você está ansioso... Teus dedos não param quietos! – constatou a recepcionista do postinho enquanto eu olhava alguns prontuários passados no balcão.

_ Estou mesmo Rosa!

_ E seu filho, quando nasce?

_ Está marcado para essa semana! Outro fator  ansiogênico! – celular apita, mas sei que nao é Sofia, ela ainda está na clínica e eu esperava que ela viesse dormir na sua casa hoje, sozinha, preferencialmente. Era uma mensagem da mãe de Rebecca informando que elas já estavam preparadas, só estavam aguardando algum sinão do bebê. Meu filho já estava a caminho.

O resto do dia passou muito devagar, não era possível que justo hoje, na primeira operação da missão de resgate , o dia demoraria tanto. Já eram 19:30 da noite, nenhum sinal de vida, nada além de mensagens da operadora chegavam no meu celular. Resolvi ir até a casa de Sofia, eu ficaria nem que fosse lá na frente esperando ela chegar. Peguei minhas chaves, e eu sentia meu coração palpitar cada vez mais rápido, era Incrível como a remota possibilidade de Sofia me aceitar de volta me deixava assim. Eu sei que flores não seriam suficiente, mas eu mantinha a esperança de que ela me visse como uma possibilidade na sua vida, que eu capaz de fazê-la feliz.

Ligo o carro e a música invade automaticamente o ambiente. Era de certa forma bom ouvir alguma coisa que não fosse meus pensamentos ansioso. Quinze minutos depois estaciono em frente a casa dela. Não consigo saber se ela já chegou ou não, não dá de ver seu carro daqui de fora. Eu não suportaria ficar parado aqui esperando por alguém que eu não sabia se já havia chegado. Por isso saí do carro e apertei a campainha da casa. Aguardei alguns segundos até que a voz de Sofia ecoou pelo interfone.

_ Alô? Alô?

_Sofia? – ela fica muda e eu tento compreender se aquilo é um bom sinal ou não. Segundo depois ela está na minha frente. Sinto meu corpo inteiro responder automaticamente a sua presença, eu queria tocá-la, colocar uma mecha do seu cabelo para atrás da orelha, acariciar sua bochecha, beijar sua boca...Ela estava com os olhos marejados e eu não sabia como me portar diante daquilo.

_ Por que você fez isso? – ela perguntou chorosa – Você...

_ Por que eu te amo! Eu posso te fazer feliz! – aproximo-me devagar e coloco minha mão em sua nuca, ela fecha os olhos e limpa uma lágrima teimosa. Com o polegar eu  toco seus lábios, eu queria tanto beijá-la – volta pra mim! – eu sussurro com a testa colada a sua.

_ Eu não posso! – ela responde no mesmo. Seguro sua mão e ela abre os olhos para me olhar, em seguida me mostra sua mão, havia um anel ali... Um anel de noivado. Volto meu olhar para o dela, sinto como se alguém tivesse arrancado meu coração, sinto como se ela o tivesse arrancado e pisado em cima dela, mais uma vez.