----Narrado por Diego----
Era feriado, as pessoas entupiam os restaurantes com suas famílias felizes, as crianças corriam pelos parques da cidade, os namorados viajavam de carro para Curitiba visitar a família, Que droga! Bati a mão em punho na parede ao lado da janela do apartamento vazio e solitário. Rebecca tinha indo para gramado com a família e eu fiquei aqui sozinho. Era sábado e eu mal sabia o que eu e Rebecca ainda éramos, por que fazia dias que ela não aparecia por aqui e a gente mal se falava.
Comprei algumas coisas para o bebê, mas ela pareceu nem se importar e senti até um certo desprezo pelas roupas azuis. Rebecca estava com uma barriga imensa, eu não via a hora de ver meu garotão. Sai da frente da janela e fui até a geladeira pegar mais uma cerveja, Sofia não tinha mais dado sinal e eu estava louco para falar com ela.
Cada vez que eu a via digitando ou que havia uma mensagem dela, sentia meu coração feliz, uma brisa de felicidade passando por minha vida infernal. Depois de umas quatro cervejas, resolvo ligar para ela, resolvo aplacar essa dor no meu peito, me declarar e pedir para que ela volte para mim, eu tinha decido que eu e Rebeca não tínhamos mais nada e eu queria Sofia para mim.
Liguei.
Chamou uma vez.
Chamou duas vezes.
E na terceira chamada, ela atendeu.
Fiquei sem ação, por que no fundo eu sabia que tinha a possibilidade dela simplesmente ignorar minha chamada, mas eu sabia que depois daquele baile algo havia mudado, eu pelo menos queria acreditar naquilo.
_ Alô? Diego?- ela falava sussurrando. Eu ainda estava mudo - Diego? Pelo amor de deus o que aconteceu?
_ Sofia...
_ Tá tudo bem? - ela perguntou preocupada. E agora que eu havia saído do transe pude notar uma barulheira de pessoas conversando alto e música alegre tocando ao fundo. Ela estava feliz. Eu não podia estragar isso.
_ Eu disquei errado, desculpa! - eu disse me sentindo um completo idiota. Ela ficou muda, e eu só escutava sua respiração - Você esta feliz? - eu perguntei, sentado no chão da cozinha com a cabeça encostada na parede fria.
_ Diego... - ela parecia suplicar.
_ Responde, por que se você disser que esta feliz Sofia, eu não vou mais te perturbar, mesmo eu te amando como amo vou sair de vez da sua vida, definitivamente - suspirei- Eu sinto tanto a sua falta meu amor... - sinto-me desgastado emocionalmente, sinto que somente ela poderia me fazer voltar a vida novamente.
_ Eu, eu estou feliz Diego! - ela diz com a voz embargada - mas não quero que você saia da minha vida! - ela diz para a minha surpresa.
_ Você ainda me ama? - eu pergunto parecendo um desesperado quase bêbado sentando no chão do apartamento com a barba por fazer a uns três dias. Que eu era.
_ Ai Diego, por favor, eu preciso desligar...
_ Você ainda me ama, Sofia? - pergunto mais uma vez.
_ Sim! - e ela desliga o telefone. Ela desligou o telefone? Como ela pode me deixar assim... Sei que eu não deveria, sei também que não deveria tentar mais nada, mas como ficar parado ouvindo-a dizer que ainda me ama? Eu lutaria por seu amor, lutaria sem dó e nem piedade, e não seria uma luta justa.
Levanto-me meio inseguro e começo a maquinar como eu faria para reconquistar Sofia. Mas antes de tudo, eu precisava definir minha relação com Rebecca, ela precisa saber que não estamos mais juntos. Penso em ligar, mas seria covardia demais. Eu preciso organizar melhor minha vida e só telefonando seria um péssimo começo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A caminho do seu coração
Short StoryDepois de um longo intercâmbio na França, Sofia retorna para o Brasil. Além da sua nova cor de cabelo, antes morena e agora loira, ela trouxe consigo mudanças importantes em sua personalidade que fará com que seu retorno se torne um dos maiores acon...