Capitulo 6

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Acordamos de 10 horas com minha mãe chamando. Ayla dormiu no meu quarto comigo de novo e espero que ela venha mais vezes. Nos arrumamos e descemos para comer alguma coisa. Eles só vão embora de noite então nosso dia tem que ser inesquecível. Esperava que esse fim de semana fosse chato, mas não devemos tomar conclusões precipitadas.
Peter me mandou uma mensagem avisando que conseguiu compor a música. Palmas para ele. Eu ainda nem comecei. Clarissa está sentada no sofá conversando com Cláudio e Ayla. Me junto a eles e tento entrar no papo.
- Eu acho você muito legal Ayla. - Clarissa diz - Você deixou meu irmão um verdadeiro galã!
- Eu não iria namorar qualquer um, mas sem ofender o Cláudio era a pessoa mais ridícula que eu já vi. -Diz Ayla.
Boto a mão na boca para não rir. Ele era realmente ridículo.
- Então vocês querem almoçar agora? - Minha mãe pergunta - Assim poderemos ir para a praia mais cedo e só voltar de tardinha.
Todos concordam e nós vamos para a mesa. Meu pai finalmente chega e agora poderemos começar a comer. Um tempo depois meu pai pergunta.
- Então, onde vocês se conheceram?
- Numa festa. - Ayla responde rápido.
Meu pai se espanta e Cláudio olha de forma repreendida para ela.
- Vocês estudantes de medicina tem tempo para festas? - Ele pergunta novamente.
- Ah... Foi uma festa da faculdade. - Desta vez é Cláudio que responde.
- Então tudo bem. Quando eu fiz não tinha tempo nem de respirar. - Começa meu pai - Vocês deviam ensinar para Claire, que ela tem um futuro brilhante garantido e o está desperdiçando.
- O quê? - Bato a mão na mesa - A minha vida quem decide sou eu!
- Eu acho que ela deve seguir aquilo que ela sempre sonhou em ser. - Diz Ayla - É mais fácil acordar de manhã para um dia de trabalho, quando você gosta do que faz.
Todos ficamos em silêncio. Amei o argumento dela, eu amo cantar e não é só por quê meu pai não gosta que eu vou deixar de cantar.
- O que você quer ser Claire? - Ayla me pergunta.
- Cantora. - Respondo
- Incrível, eu posso fazer as batidas das suas músicas?
- Você sabe fazer "batidas" - Meu pai diz praticamente cuspindo as palavras.
- Claro! Eu amo fazer! É a minha vida.
- Vamos para a praia? - Cláudio encerra a conversa.
Todos seguem rumos diferentes para se arrumar. Com certeza Cláudio não contou para Ayla que nossos pais pensam que ele está indo para a faculdade. Tremenda burrice, eu contaria para prevenir que casos como esse acontecessem.
🎤🎤🎤
Não sei por quê as pessoas gostam tanto de praias. Elas podem até serem legais mas eu prefiro piscina. Sentamos no lugar perto da praia. Chegamos faz menos que um minuto e Clarissa já está na água. Logo vejo Ayla e Cláudio indo se juntar ela.
Fica um silêncio insuportável que eu quase vou em direção da praia mas uma mulher vem falar conosco.
- Encontrei vocês! - uma mulher fala e logo abraça minha mãe.
Lembro dela. A mãe do Peter.
- Que bom ver vocês aqui. - Minha mãe diz.
O resto da família chega e Peter vem falar comigo. Ele não está com Adriana o que é bastante estranho.
- Sozinho? - Pergunto.
- Como assim? - ele responde com outra pergunta.
- É estranho ver você sem a Adriana no seu pé.
- Ah... Digamos que hoje é um passeio em família. Você não vai pra praia?
- Não sou muito fã...
- Então que tal você ir hoje? Por favor faz tempo que não venho a praia. - Ele está praticamente implorando. E eu gosto disso.
- Tudo bem.
Ele está apenas com um calção o que deixa a mostra todo seu abdômen definido. Estamos quase chegando quando a água super gelada toca em mim.
- Não vou. - Recuo. - Pode ir.
- Ah nem está tão gelada assim!
- Então pode ir sozinho.
- Vem Claire!! - Escuto minha irmã gritar.
Estou caminhando de volta para o guarda-sol quando alguém me bota no colo e me leva em direção a praia. Peter. Claro que seria ele.
- Me bota no chão. - Me contorço em seus braços afim de me libertar.
- Não. - ele diz rindo.
Quando entramos ele me joga e todo meu corpo fica duro por conta do frio.
- Eu ainda te mato!
Vamos em direção do pessoal ficar jogando.
- Então... Vocês são namorados? - Cláudio pergunta.
- An? Não! Claro que não. - digo surpresa com a pergunta.
- Eu tenho namorada... - Diz Peter.
- É uma vadia da escola. - Digo percebendo que minha irmã está.- Opa.
- Por que você chamou ela disso? - Clarissa pergunta.
- Por nada. Esqueça.
Voltamos para casa de cinco horas e daqui a pouco meu irmão vai voltar para São Paulo. Confesso que vou sentir sua falta.
🎤🎤🎤
Já são nove horas eu tenho que dormir já que amanhã infelizmente é segunda. Faz um tempo que meu irmão já foi e eu realmente estou sentido saudade. Com ele, a casa ficou mais viva, mas Ayla ajudou um pouco. Adorei conhecer ela. Eles prometeram voltar logo mas eu duvido muito. Devem ter uma vida bastante corrida.
Ainda não acredito que encontrei Peter Martin na praia. Talvez eu não devesse ter achado que ele era só mas um metido irritante... mas isso não significa que eu tenha que falar isso a ele. O relacionamento dele e da Adriana esta durando, o que é estranho. Ai tem coisa. Vou para minha cama com o objetivo de dormir mas não consigo, "invejo as pessoas que dormem em 5 segundos", digo para mim mesma.
Snow está deitado em meus pés e eu o chamo para mais perto. Amo dormir com ele do meu lado, não me sinto tão sozinha. Não tenho um milhão de amigos mas também não sou uma excluída da sociedade. Quero deixar minha marca. E pretendo conseguir.
Acordo com o despertador gritando no meu ouvido avisando que eu preciso levantar nessa maravilhosa manhã de segunda. Me arrumo rápido.
Vou para a escola com Vick hoje. Ela resolveu parar de chegar tarde e me levar todos os dias. Saímos as 6:30, o horário de aula começa de 7:15. Botamos a rádio no máximo.
- Amo essa música! - Vick exclama. - Worth it, Fifth Harmony.
- Conheço essa. - Digo. Nunca fui muito fã dessa banda.
O resto da viajem é totalmente animado. Danças improvisadas reinam no carro, um dia ainda sofreremos um acidente.
Sofia está nos esperando na sala. Ficamos conversando enquanto nenhum professor chega. Peter como sempre se senta na sua cadeira e se cala. Ele deve ter completa vergonha de falar? ou sua namorada incrivelmente insuportável não deixa? Melhor deixar o problema deles para la.
- Oi garotas. - Ele fala.
- Olha quem falou! - Digo. - Pensei que o gato tinha comido sua língua!
- Não, eu ainda tenho ela.
- Ela pode sumir a qualquer momento. - provoco - Possuo uma tesoura, e não vai ficar barato o que você fez ontem comigo!
- O que ele fez com você? - Escuto uma voz irritante que consegue fazer meus ouvidos doerem. Adriana.
- Você não soube? - Digo sorrindo para ela. - Por mais estranho que seja, estava na praia e me encontrei com seu namorado la. Ele me pegou no braço e me levou para a água.
- Deixa de mentir Claire! - Ela começa - MEU namorado nunca ia te botar no braço.
- Pergunta pra ele. - Provoco, a raiva corre em seus olhos.
- Foi verdade o que ela disse Peter?
- Em parte foi mas...
- Como assim em parte? Botou ou não?
- Botei.
Ele encara os sapatos. Ela sai da sala com raiva, as garotas e eu começamos a rir. Peter vai atrás dela. Não sei como ele a aguenta.
As aulas de segunda são sempre chatas. Metade da sala está dormindo, literalmente. O professor não liga para isso. Peter me chama e eu me viro.
- Por que você disse aquilo para Adriana? - Ele fala bem baixo que quase não consigo ouvir.
- Porque eu não gosto nem um pouco dela!
- Porque? O que ela fez?
- Longa história.
- Você vai me falar algum dia?
- Talvez.
Me viro e volto a tentar me concentrar na aula. Não suporte lembrar o que a Adriana fez comigo.
Éramos sexto ano na época, éramos amigas. Até que na minha festa de 11 anos ela rasgou todo o meu vestido e disse que não gostou da cor. Eu a perdoei mas na festa fantasia da escola foi muito pior. Ela quase me deixou totalmente sem roupa. Se não fosse a minha calcinha... Foi o momento mais constrangedor da minha vida. E até hoje faço de sua vida um inferno.
O sinal toca e somos liberados para o intervalo. Hoje é segunda, o dia de ficar com o namorado. Como não tenho mais fico com o grupo de dança de amanhã. Elas me dizem que Manu disse a elas que amanhã dançaremos "Pompeii". Dançamos essa coreografia ano passado e só iremos repassar os passos para ver quem ainda se lembra.
🎤🎤🎤
Em casa sozinha recebo uma mensagem de Peter. Ignoro ela de primeira mas depois resolvo ler.
Peter : Você vai falar agora o que aconteceu com a Adriana para vocês se odiarem?
Claire : Corrigindo, o que aconteceu comigo você quis dizer!
Peter : Certo, o que aconteceu com você?
Claire : Prefiro falar pessoalmente.
Marcamos de nos encontrar ainda nessa tarde as 16:00. Como não tenho carro ele vai vir me buscar aqui.
- Onde vai me levar?
- Para um café aqui perto.
- Ok.
O caminho é silencioso. É estranho está no carro de um garoto. Fernando só tinha moto e confesso que adorava a adrenalina de subir na garupa da moto. Me lembra um livro de romance que eu li uma vez...
- Chegamos.
Estacionamos o carro e descemos. Sentamos em um lugar afastado das poucas pessoas que preenchem o lugar. Uma garçonete vai anotar os pedidos e eu peço um suco de laranja e ele pede o mesmo.
- Então. Pode começar a falar.
- Está bem.
Explico tudo sem esconder nada.
- Esperava que fosse uma coisa mais forte.
- Claro, não foi você que ficou pelado na frente de toda a escola!!
- Bom... Foi errado da parte dela mas esse é o típico drama adolescente. Inimigas para sempre.
- Ata falou o adulto que não tem inimigos.
- Não tenho.
- Af, você é chato.
- Ata.
Terminamos o suco e ele se oferece para pagar. O que é ótimo. Quando estamos saindo um homem ja velho vem falar conosco, ele é o dono do café.
-Isso aqui é pra vocês! - ele nos entrega um chocolate em formato de coração. - Para que o amor de vocês seja doce!
-Não somos namorados. - digo.
-Ah deixe disso, eu conheço um casal apaixonado quando vejo um!
-Tudo bem! - não vou discutir com um velhinho.
Voltamos para o carro mas ele não me leva para casa. Já vai anoitecer, passamos mais tempo do que deveríamos no café.
- Para onde você está me levando?
- Para um lugar que eu sei que você vai gostar.
Fico repassado todos os lugares da cidade e não vejo nenhum que eu vá gostar. Eu gostei na primeira vez que vi. Ele está nos levando para o farol. São 17:50.
- Preciso ligar para avisar aos meus pais que vou chegar um pouco tarde. Me empresta seu celular?
- Claro.
Ligo para meus pais e eles deixam eu ficar até tarde. Se eu pedisse para usar drogas eles deixariam. Qualquer pessoa na minha idade acharia isso ótimo mas as vezes é bom ter um pouco de atenção.
Descemos e aqui está um frio muito forte. Ele pega um casaco no carro e me oferece.
- Aqui é bem calmo essa hora.
- Também acho.
- É diferente de todos os lugares que eu já viajei.
- O Brasil pode ser uma bosta mas tem seus pontos positivos.
- Pois é.
Ficamos olhando para o céu. Todas as estrelas estão brilhando. Ele olha para mim e me encara. Não estou afim de encarar de volta, vai ser estranho. Percebo que ele ainda não parou de olhar e estou ficando inquieta.
- Para de olhar pra mim! - Digo.
- Desculpe vossa alteza.
- Agora beije meus pés.
- Por que?
- Sou sua alteza. Beije meus pés. - Debocho e ele ri.
- Te trouxe aqui para você ter inspiração para a música.
- Ótimo lugar.
- Amanhã se você tiver tempo te trago aqui e passamos a tarde falando sobre isso.
- Topo.
Ele me deixa em casa e quando já estou no meu quarto percebo que ainda estou com seu casaco. Adriana vai adorar. Clarissa entra no quarto.
- Você saiu com aquele gato?
- E estou com o casaco dele.
- Estão namorando?
- Não.
- Mas você gosta dele?
- Não.
- Então por que está vermelha? - Ela ri.
- Blush natural. Você ainda vai aprender muito sobre ele maninha.
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Oii gente, tão gostando? Estou aqui falando com vocês. Queria pedir para comentarem o que estão achando! Bjos!
Com amor, Madu.

Antes que a música acabe. {Livro completo}Onde histórias criam vida. Descubra agora