Ação e Reação

978 64 14
                                    


RONY


A última coisa que eu vi antes do sr. Granger exclamar foi Hermione disparando como uma flecha na direção do pai.

Ela se lançou nele em um abraço que, pelo menos em minha opinião, deveria doer muito.

– Papai! Papai!

Hermione soluçava e chorava feito uma criança, pendurada no pescoço de seu pai.

Meu coração latejou ao vê-la daquele jeito. Minha pobre garota...

– Hermione? - o sr. Granger murmurou, parecendo ainda muito confuso.

Hermione ergueu a cabeça, e fiquei comovido com a felicidade que vi nele.

– Papai, você lembra! - ela arfava, tentando secar, em vão, as lágrimas que manchavam seu rosto - você lembra de mim!

– Claro que lembro, filha - ele balançou a cabeça - o que está acontecendo? Onde estamos?

A sra. Granger apenas observava, atordoada, o que ocorria ao redor.

– É uma longa história - murmurou Hermione, olhando para mim radiante e levemente risonha.

Devia estar se lembrando de quando eu havia dito isso a sra. Cattermole, enquanto fugíamos do Ministério da Magia, alguns meses atrás. Quase ri também ao lembrar de como Hermione reagiu quando a sra. Cattermole me beijou. Nossa, foi constrangedor. Balancei a cabeça, me arrepiando.

– Temos tempo para ouvir - a sra. Granger piscava, olhando confusa para o consultório - esse não é nosso consultório em Bristol... onde estamos?

Hermione pareceu ficar ligeiramente pálida quando a mãe indagou isso.

– Austrália - ela murmurou num fiapinho de voz.

A pouca cor que a sra. Granger recuperara até o momento sumiu na hora.

– Austrália?? Hermione, o que... - o sr. Granger abriu a boca, espantado - o que você fez?

Hermione baixou o olhar, tímida e apreensiva. Olhou de relance para mim, suspirando.

– Rony... - ela murmurou - acho melhor... você esperar lá fora. Vou... explicar tudo à eles...

– Mas Hermione... - comecei, surpreso por ela me querer fora dalo.

– Sério, Rony... vai logo.. - Hermione me empurrou em direção à porta, mas pude ver que quase ria ao ver minha expressão chocada.

– Ok, já vou - resmunguei, saindo do consultório. Hermione fechou a porta atrás de mim.

Olhei para a sala de espera, onde os pacientes que esperavam sua vez me encaravam, curiosos. Darel ergueu as sobrancelhas, mas ergui a mão pedindo que esperasse. Não ia falar nada agora.

Sentei em uma das almofadas da sala, esperando Hermione. Enquanto aguardava, comecei a observar as crianças trouxas que brincavam com algo estranho e macio que lembrava muito uma boca gigante.

Uma menininha de cabelos pretos, que não devia ter mais de dois anos, se aproximou de mim, erguendo uma escova de dentes. Sorri para ela, fazendo um cafuné em sua cabecinha, piscando para os pais dela, que também sorriam, assistindo a estripulia da filha.

Fiquei preocupado quando passou-se quase uma hora e meia, sem haver o menor sinal de Hermione ou seus pais. Os pacientes já começavam a reclamar do atraso; alguns foram embora amaldiçoando o inventor da odontologia, e outros pareciam até preocupados com os Granger.

Rony e Hermione na Terra dos Cangurus (A Saga da Lontra) - Temporada IIOnde histórias criam vida. Descubra agora