Questões do Coração

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HERMIONE


Assim que o dia amanheceu, eu, Rony e Darel nos aprontamos para a viagem.

Rony me perguntou se eu tinha alguma ideia sobre onde meus pais estavam, enquanto eu embalava outra vez todos os nossos pertences.

– Olha - indiquei a ele um mapa da Austrália geográfica, com as rotas entre as cidades - papai e mamãe sempre falaram muito sobre Darwin, que fica ao norte - indiquei o caminho com o dedo até a ponta de cima do mapa - eu não tenho dúvidas de que provavelmente vão estar lá, mas de qualquer forma ainda vamos procurar informações sobre eles nas cidades pelas quais vamos passar. Se eles realmente se mudaram para Darwin, alguém nestas cidades vai ter alguma informação.

– Então o plano é pegar a rota de Sydney para Melbourne, de lá para Adelaide, atravessar a Austrália do Sul e chegar à Darwin - ele murmurou - sem sermos encontrados por nenhum bendito bruxo inglês, sem chamar a atenção de nenhum cara do Ministério da Magia australiano por enquanto, e rezando para que Darel não caguete sobre nós para ninguém. É isso ou estou errado?

Revirei os olhos.

– Tirando a parte de Darel dar com a língua nos dentes, é isso mesmo.

Rony abriu uma expressão estranha quando balancei a a cabeça. Por um segundo, pareceu quase malicioso, embora seu semblante estivesse sério.

– Você tem alguma ideia - ele sussurrou - do que eu tenho vontade de fazer quando você revira os olhos?

– Ahn, não sei - ergui a sobrancelha, risonha - o quê?

Rony sorriu de um jeito adoravelmente maldoso.

– Te dar um motivo de verdade para revirar os olhos.

Meu corpo deu um solavanco com o que Rony dissera. Minha mente recentemente pervertida já imaginou o que cargas d' água ele quisera dizer com aquilo.

Para meu alívio - ou tristeza - Darel escolheu aquele momento para abrir a porta.

Me lembrei, contente, do como os dois haviam se dado tão bem quando eu os apresentei. Rony, aquele boboca ciumento, acabou gostando tanto de Darel quanto eu. Será que Harry ficaria enciumado se soubesse? Ri mentalmente ao pensar nisso.

– Ah, desculpe - Darel olhou de mim para Rony - estou atrapalhando alguma coisa?

– Não, imagina... - Rony respondeu, sorrindo. Para quem acabara de ser interrompido durante um bizarro jogo de sedução, Rony estava completamente conformado - já vamos?

– Sim - Darel assentiu com a cabeça - tenho uma caminhonete que poderá nos levar até Melbourne em menos de cinco horas.

– Por que simplesmente não aparatamos?

– Ai, Rony, esqueci de dizer - falei, envergonhada - aqui na Austrália é impossível aparatar fora das áreas desérticas ou menos populosas... a Convenção Australiana de Bruxos, em 1845, decidiu lançar um feitiço latente e ampliado anti-aparatação em quase todo o território nacional australiano, por causa de várias aparições de gente do nosso povo no meio dos trouxas por aqui. Só povoados bruxos ou extensões do deserto possibilitam aparatar aqui.

– Nossa - Rony bufou - então, quase todo o caminho vai ser feito na marra mesmo?

– Vai - olhei para Darel, que estava com uma expressão quase entediada gerada por meu pequeno monólogo - estamos prontos.

Rony e Hermione na Terra dos Cangurus (A Saga da Lontra) - Temporada IIOnde histórias criam vida. Descubra agora