Um novo dia

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Eu nunca me imaginaria diante de uma guerra, vendo todos fugindo do mal lutando pela paz, dizem que sou louco por querer o bem a todos, mesmo que isso custe a minha vida.

Magda se recusou a ir atrás do garoto, ficou na parte de fora do comércio enquanto eu e Jack nos afogavamos nos salgadinhos que haviamos encontrado:
- Acho que você devia ir lá conversar com ele, leva uns doces. Jack comentou.
- Porque eu? comentei
- Sei lá, sobra mais salgadinhos pra mim. Ele respondeu rindo que nem louco.
E eu sabia que eu tinha que ir lá pois Jack não largaria de seus salgadinhos, segui até o banheiro passando pelas prateleiras pequenas até o fundo e bati na porta várias vezes, até perceber que ela não estava trancada, entrei a procura do garoto que se encontrava sentado do lado da privada chorando com os doces na mão:
- Não se aproxime. disse ele abrindo o pacote de balas, mas o que uma criança cheia de doces faria contra mim naquele momento?
Me aproximei aos poucos, o garoto estava apavorado seus olhos roxos brilhavam:
- Porque está assim? perguntei enquanto o garoto colocava o tanto de balas possíveis na boca.
- Ela não é mais a mesma desde o que aconteceu em casa. ele respondeu balançando o corpo para trás, mas mal dava pra ouvir por causa das balas e o choro.
- Porque diz isso? perguntei.
Ele ficou em silêncio, mas pude ver a cena em minha cabeça, um garoto perdendo a família e sendo obrigado a fugir com a irmã sem saber de nada, mas porque ela seria tão desumana a ponto de matar os próprios pais?
Foco.
- Escuta, não sei o porque você está assim, mas fugir dos problemas não irá resolve-los. disse a ele, mas o que eu estava falando para uma criança?
Ele continuou calado, no canto sentado apenas comendo e lamentando a si mesmo, resolvi deixa-lo em paz, voltando a frente Jack estava pegando suas coisas e colocando o que podia dentro da bolsa:
- E o garoto como está? perguntou ele todo feliz depois de comer.
- Está sentado em um canto do banheiro, mas não me respondeu nada. respondi mentindo.
Tinha que guardar aquilo pra mim mesmo.
- Está mentindo. -Magda disse olhando fixamente para mim, vi a fúria em seus olhos.
- Não estou. tentei disfarçar apesar de ser difícil, mas ela parecia me conhecer bem pra tão pouco tempo de convivência.
- Seus olhos, eles mostram a mentira. - ela continuou, dessa vez me causando medo - O que ele te disse?
- Ele não me disse nada Magda. continuei tentando manter a calma.
Algo tinha ali, algo mais do que um simples assassinato, Magda tinha planos bem piores do que só carregar dinheiro e isso estava na cara.
- Jack solta a bolsa, agora. eu disse
Ele se assustou com o tom da minha voz, soltando no mesmo segundo, isso pareceu ter deixado Magda mais brava ainda.
- O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? ela gritou, sua voz se tornou irritante.
Sabia qual decisão tomar naquele momento, e era o melhor pensamento que eu tinha, fui tomado pela adrenalina, joguei o esqueiro para Jack que na hora pensou em queimar o dinheiro, Magda correu em minha direção, passando rapidamente pelas prateleiras, minhas veias queimavam e o vermelho tomou conta de meus olhos, em questão de segundos meu pé acertou o peito dela que foi jogada com força pra trás caindo rapidamente no chão.

Ark Stuart e o Surrupiador De AlmasOnde histórias criam vida. Descubra agora