Marcado

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É preciso deixar que o vento leve aquilo que não resiste a tempestade.

A cena foi a mais rápida, porém me sentia mais vivo do que o comum em ter feito aquilo. Ela se levantou rapidamente do chão com o ódio puro em seu olhar, devia ter sido a primeira vez em que alguém havia a derrubado ou chutado com tanta força:
- Maldito seja. disse Magda se limpando
Estava procurando sua dignidade no chão.
- O que espera? perguntei, o que perecia deixar ela mais puta da vida.
Aos poucos ela foi se aproximando, pensando na forma mais pesada de revidar, Jack abriu um maço de cigarro e colocou um na boca revirando os bolsos a procura do esqueiro sem tirar os olho da cena.
Senti que aquele era meu exato momento, Magda levantou o braço para tentar me levantar como havia feito no banco, nesse momento Jack acendeu o esqueiro e eu puxei aquela pequena chama na frente de Magda que se destraiu levando outro chute no peito, dessa vez tão forte que quebrou oq havia sobrado da porta de entrada caindo na rua toda empoeirada, só ouvi seus gritos de raiva.
- Eu quero a verdade. disse a ela enquanto saia pra fora, me senti um covarde por bater em uma mulher, mas estava tomado pela adrenalina.
- Qual verdade?
- O que você fez com seus pais?
- Nada.
- Diga a verdade Magda, apenas isso.
- Eu os matei.
Foi o basta, outro chute no peito e outro tombo no chão, senti que apesar de tudo ela merecia.
Nesse momento Jack gritou de dentro da mercearia, várias vezes seguidas mas eu não pareceria conseguir dar atenção a ele por conta da raiva, rapidamente ele se aproximou chutando a parte de trás das minhas coxas a qual me vi de joelhos:
-  Que merda é essa? perguntei ainda puto com tudo
- Seus braços, olhe. respondeu ele
As manchas estavam piores, tomavam o braço através de linhas escuras subindo para o peito. Minha calma voltou naquele momento e elas foram desaparecendo de acordo com isso.
Que merda é essa? perguntei novamente, dessa vez pra mim mesmo.
Precisava de respostas logo.
Magda ficou jogada no chão tentando arrumar forças para levantar, Jack a ajudou contra sua vontade apenas sabendo que se fosse eu no lugar dele daria merda.
- A criança cresceu. ela disse apertando o estômago morrendo de dor.
- Sem dúvidas. Jack completou.
Os tempos haviam mudado.

Ark Stuart e o Surrupiador De AlmasOnde histórias criam vida. Descubra agora