CAÇA AO PRÓLOGO

131 7 0
                                    



                                                                              CAÇA AS NOIVAS

(Renan Calixto)

PROLOGO

Existe uma lenda que conta que foram as mulheres que vieram antes dos homens. O mundo era um lugar preto e branco e sem perspectiva. Quando a primeira mulher abriu os olhos tudo mudou. O chão se sentia confortável, macio, sentiu carinho quando o ser feminino caminhou sobre ele. O céu sentiu vontade de sorrir e assim suas cores brotaram. E por todos os cantos a notícia se espalhou. O cheiro, o toque, tudo era doce, e o mundo ficou colorido.

Máscara Lendária

Naquela manhã, na Ilha do Romance, Beliana, uma jovem de cabelos ruivos, ondulados, beijados pelo fogo, debruçava-se sobre a janela de seu quarto para ouvir o canto dos pequenos filhotes de grifo - criaturas esplendidas, híbridas, com patas de leão e corpo de águia - Ela os adorava, apesar de ser um canto horrível e desafinado que mais parecia sua tia Morgana resmungando de novo sobre a falta de educação dos brigadeiros deselegantes, uma guloseima muito saborosa com sabor doce, mas que tem um senso de humor amargo.

Beliana! Já se arrumou? – dizia uma voz rouca de mulher velha e antipática vindo do corredor que bateu na porta com força duas vezes e já entrou sem pedir permissão – A mulher era tão gorda que mal passava de lado. Falava tão alto, e tão rápido, que roubaria facilmente o emprego de qualquer corneteiro! Tinha bochechas tão grandes que quase escondia seus olhos, dando a impressão de estarem sempre fechados, cabelos cacheados até o ombro com uma cor de loiro duvidosa, usava um vestido cafona que mais parecia um pano de mesa com desenhos de frutas e flores pálidas, braços tão rechonchudos que até as pequenas pérolas de sua pulseira faziam força para não se tornarem uma chuva de bolinhas pelo chão. Ela era gorda mesmo! Não sei se era algum problema de obesidade, ou se era só gula, mas ela era enorme!!!

"BELLIANNAAAA!!! Você prometeu ir comigo até a feira da cidade! Se não tiver ninguém pra me segurar eu vou socar aqueles brigadeiros até não sobrar uma só gota de chocolate!"

"Foi só pensar na assombração que ela apareceu" – Beliana conversou baixinho consigo mesma. – "Já vou tia Morgana! Estou quase pronta! Só demorei porque estava pensando sobre a função das portas nos quartos.... sabe?!"

Muito engraçadinha você... – retrucou Morgana. – Desde quando eu preciso pedir para entrar no quarto da minha própria sobrinha?

Vamos ver?! (...) Talvez, desde que eu fiz quinze anos! E as garotas da minha idade gostam de privacidade?! (...) – respondeu Beliana ironicamente.

Sempre boca suja! Foi essa a educação que seus pais te deram, menina? – retruca a tia falante destilando seu veneno natural. Onde é que você aprendeu isso? Foi com aquela sua amiguinha Margareth que vem sempre aqui? Só pode! Esses jovens de hoje em dia...

Aprendi com a senhora! – finalizou Beliana com olhar de sarcasmo.

Tia Morgana, um pouco desconcertada, tenta encontrar palavras para vencer o duelo mas é interrompida pelo ronco de seu estômago. - Ande logo está bem? Vou te esperar lá embaixo. Se você demorar mais cinco minutos eu vou sem você! - Ela sai batendo a porta com força para não perder o hábito de irritar as pessoas.

CAÇA AS NOIVAS - A PRINCESA VERMELHAWhere stories live. Discover now