CAPÍTULO 1 :COMECEM LOGO ESSE CASAMENTO!

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                                                                               CAPÍTULO 1



                                                           Comecem logo esse casamento!


As decisões que tomamos nos seguem por toda eternidade. Nossas vidas são como um papel em branco que vai sendo usado até que se complete. O resultado final pode ser uma folha amassada jogada no lixo ou um incrível desenho que será colocado na moldura para que seus sucessores admirem.

Rei Atilat VII



Beliana completara quinze anos. Idade mais que suficiente para se casar segundo as leis de Elberoth, a cidade-montanha. Os costumes dos elberothiens (pessoas nascidas em Elberoth) dizem que nenhuma mulher de suas terras pode deixar este mundo sem ter vivido uma vida de real valor para as Deusas do Amor. Interpretada pelos antigos e passada as futuras gerações como uma vida ao lado de um homem que possa protegê-las de qualquer mal que possa recair sobre elas. Ou seja, acima de tudo, seu Homem deve ser mais poderoso do que elas. Mas devido à força imensa das mulheres dessa cidade, que a protegiam das mais diversas criaturas, acabaram gerando uma geração de homens relaxados, que aos poucos foram assumindo funções mais leves nas obrigações do dia a dia. Os poucos que ainda tinham vontade de casar, treinavam dia e noite, mas ainda assim, não alcançavam o nível das mulheres, e por isso a cidade necessitou de homens que viessem do mundo exterior, sejam eles homens bons ou homens maus.

Quando a primeira filha do Rei Atilat VII e da Rainha Zinid II nasceu, a cidade comemorou o que seria a chegada do ser perfeito. A união do homem mais forte com a mulher mais forte traria ao mundo um ser com capacidades jamais vistas, que traria prosperidade ás próximas gerações. Em homenagem as duas Deusas do Amor, Lianna e Ibellis, a bebê recém nascida recebeu o nome de Beliana. E durante todo seu crescimento as pessoas a exaltavam e oravam as duas deusas, agradecendo a chegada da escolhida.

Desde sua chegada muito mais embarcações acabaram aparecendo na ilha, o que ocasionou em mais mulheres se casando, mas curiosamente a própria Beliana jamais possuiu força extrema como as outras, motivo esse que a deixou desesperada, pois tinha alcançado a idade para se casar e ela ainda não poderia vencer nenhum daqueles homens.

Seu destino seria mesmo se casar com um homem que nunca viu antes? Sua presença ajudaria a cidade prosperar mas, e quanto a ela mesma? Sua vontade própria não serviria de nada? Todas as mulheres na cidade cresceram com o sonho de se vestirem de noiva e terem um marido forte. Mas ela não era como as outras. Seu desejo era ficar com alguém que ela realmente gostasse, assim como as Deusas fizeram em suas histórias. Todas essas memórias borbulhavam na mente de Beliana que recebia os últimos retoques para seu casamento.

O salão do castelo estava completamente cheio. Do lado de fora, pessoas subiam umas em cima das outras buscando uma brecha qualquer para ver sua princesa em trajes brancos. Morgana, como sempre trajando um vestido cafona, olhava para os lados para ver se ninguém a observava retirar doces de dentro de seu decote - seus dedos ficavam todos melados - Não vendo outra saída, ela limpava suas mãos nas cortinas atráz de seu banco. Parecia mais preocupada com o começo do banquete de cem dias do que com o casamento de sua sobrinha de linguajar até que apropriado para a rebeldia da idade.

CAÇA AS NOIVAS - A PRINCESA VERMELHAWhere stories live. Discover now