Capítulo 22

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Aléxia

Já se passou mais de uma semana desde o dia em que o Carlos Eduardo falou mais sobre sua família e eu estou totalmente perdida e constrangida.

Estou com a minha consciência pesada pois preciso dizer sobre todo a questão da empresa para ele, mas da onde arranjarei coragem para falar sobre isso? Toda a vez que estamos juntos eu abro a minha boca para contar, mas a minha voz some. O que está acontecendo comigo? Eu nunca me senti assim: perdida.

Como queria ser eu mesma nesse momento, em ser corajosa em falar as coisas e não me esconder. Eu estarei ferrada quando isso acontecer.

Nesse momento estou na frente do espelho, olhando a roupa que escolhi ficou agradável. Estou com um vestido branco, com mangas 3/4, levemente justo na região do busto e soltinho no quadril. Ele está a um palmo acima do joelho; mas minhas sandálias são de salto agulha, na cor dourada e de tiras finas. Provavelmente estarei na altura do Cadu, que vai odiar o vestido e gostar das sandálias.

Estava tão perdida em meus pensamentos que nem percebo quando a campainha do meu apartamenro começa a tocar. Olho para a minha imagem no espelho mais uma vez, conferindo a maquiagem, e vou andando em direção ao desesperado que a aperta mais de mil vezes.

- Já vai! - e a pessoa continua - Já estou indo atender porra - Imaginando que seja o Carlos Eduardo.

Quando abro a porta me decepciono pois não é ele e sim o porteiro. O que ele veio fazer aqui?

- Boa no-noite Srta Alvarenga! - Fala gaguejando.

- Boa noite Seu Cícero - digo sendo simpática - Aconteceu alguma coisa?

- N-não! É que chegou uma encomenda para vo-você e como tinha que trazer algumas coisas para a dona Mirtes do andar debaixo resolvi trazer a sua. Fiz bem? - Porteiro cara de pau. Nunca fez isso e agora veio fazer gracinha.

- Não precisava pois eu mesma iria pegar, bastava o senhor interfonar pra mim - falo séria - e o meu rosto está mais acima senhor e não em minhas pernas.

- Me des-desculpa do-dona Alexia. Essa é a enco-comenda que chegou pa-para a senhorita - Diz gaguejando e me entrelando uma caixa de tamanho médio, na cor preta e com um laço lindo na cor azul.

- Obrigada seu Cícero. O senhor pode se retirar - falo quando percebo que o velho não vai sair da minha porta.

- Sinto muito - diz se desculpando. E quando penso em responder...

- Será que você não percebeu que a minha noiva já mandou o senhor sair daqui? Será que preciso te jogar escada a baixo? - Diz meu homem lindo e gostoso, que está andando em direção ao meu apartamento. Eu o vejo e quase meus ovários explodem ao vê-lo tão gostoso e deliciosamente lindo. O filho da mãe estava vestido com uma camisa azul marinho, calça social preta que estavam marcando seu quadril, casaco preto e não estava usando gravata. Estava com o seu cabelo bagunçado e com seu lindo rosto sério. Puta merda! Meu foninho despencou aqui - O senhor sairá, por bem ou por mal, da porta do apartamento da minha noiva - Fala cerrando os punhos. Ele vai socar o velhinho? Deus meu! Preciso interferir.

- Calminha meu lindo - Ando até a sua direção e acaricio sua barba mal feita. Ô delicia de homem gostoso! Como pode ser um homem lindo, rico e de pau grande, grosso, gostoso e guloso? - O seu Cícero já estava de saída não é? - pergunto pro cara se tocar que está atrapalhando.

- Si-sim, estou de saída. Me perdoem pe-pela intromissão - Se desculpa e sai praticamente correndo daqui de medo do doutor Carlos Eduardo Andrade.

Então me viro e fico de frente para meu homem das cavernas, que está com o semblante sério. O que aconteceu com ele, está menstruado? Dormiu de calça jeans? Será que ofereço um OB para o rapaz?

Chefe CretinoOnde histórias criam vida. Descubra agora