Se Não For Por Acaso?

Capítulo - 7

Albert Einstein Dizia que: A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente.

Já Victor Hugor fala que: As ilusões sustentam a alma como as asas sustentam o pássaro.

- Você vai ficar me evitando até quando? - Matheus perguntou logo que o soou o sinal da última aula antes do intervalo.

- Não estou lhe evitando Matt. - Disse Benjamin, sem encarar o amigo nos olhos, mostrando de fato certa distância entre eles.

- Você sabe que é feio não olhar nos olhos de quem está falando com você? - Matheus perguntou segurando o amigo pelo braço. Amigo esse que ficou surpreso com aquelas palavras. Aquela frase lembrava a conversa dele com Miguel logo pela manhã.

- Desculpa, não estou legal! -Pronunciou Benjamin.

- Percebi!

Matheus não se importou em demostrar seu carinho pelo amigo e o abraça. Era bom Benjamin ter uma amizade como a de Matheus naquelas horas. Ele era seu porto seguro. Uma das poucas pessoas que ele podia se abrir e contar o que lhe afligia sem que houvesse um retorno reprovativo, Matheus não o julgava de qualquer forma.

- Vai me contar o que houve? - O Matheus ainda insistia naquela história.

- Bem, é que...

- Oi, oi Gente! -Jeniffer chegou toda alvoroçada.

- Olá. - Responderam em coro.

- Sabe, eu sinto que essa festa vai ser perfeita. - Afirmou Jeniffer.

- E por que não seria? - Matheus havia feito a pergunta, mas era Benjamin que pensava nela com bastante cuidado, na verdade ele não parava de pensar no que poderia acontecer.

Eles estavam sentados na sua mesa de sempre. Aquela escola tinha algo engraçado: os lugares na cantina nunca mudavam. Eram uma espécie de mapa da sociedade estudantil. E os populares, sempre no topo.

- Por que está tão animada, Jeniffer? - Matheus reparou o mesmo que o Benjamin, mas ele foi mais ousado em perguntar.

- Por que irei dar uma festa, vocês esperavam o que? - Ela dizia mordendo uma maçã, tão vermelha quanto seu batom.

- E por que não entrou na sala na última aula antes do intervalo? - Perguntou Matheus mais uma vez.

- Tinha uns assuntos para resolver! - Ela mexeu as sobrancelhas em perfeita harmonia.

- Segredos entre amigos agora? É serio isso? - Mattheus questionava ainda com um sanduíche na mão.

- Meu Deus, fiquem calmos meninos, eu não estou fazendo nada de errado. - Ela deu uma risada maliciosa.

- Jeniffer, espero que isso realmente seja verdade, pois com o Benjamin na festa, tudo deve correr como o planeja... - Mattheus dizia olhando para o amigo que estava com um olhar distante.

- Benjamin! Benjamin? - Jeniffer questionou.

- Quê? - Ele saiu de seus devaneios.

- Por onde anda essa sua cabecinha meu verdadeiro príncipe? - Jeniffer perguntou bastante curiosa.

- Ihhh, Está longe. Acredita que nem prestou atenção na aula de física? Ele nem está parecendo ele mesmo, nunca o vi não prestar atenção nas matérias. - Mattheus interviu.

- Mentira!!! -Jeniffer ria. - Posso saber o que anda ocupando a mente desse lorde? - Jennifer segurou nas bochechas do amigo, o fazendo ficar corado.

- Não é nada, meus caros. - Ele sorriu. Mas na verdade, Benjamin, o tempo inteiro, lembrava de Miguel, ou melhor, relembrava. Buscava em sua memória todas as vezes no passado que ele estava ao seu lado, que deixava de brincar de futebol, só porque Benjamin não queria ir para torcer por ele naquele dia ou porque Benjamin o chamava para fazer outras coisas, tipo andar de bicicleta. Das vezes que Miguel o protegeu dos valentões do jardim escolar. Dos jogos e vídeo game, quando eles ficavam acordados até tarde e Matheus depois pulava sua janela para ir embora. Isso até à manhã, em que Miguel lhe disse que não eram mais amigos. A partir dai, surgiu na vida dele um Miguel diferente. Surgiu um ausente, extremamente indiferente, com pinta de badboy. Que supervaloriza coisas fúteis, que esconde a família que tem para quem não o conhece, Miguel esse que por muitas vezes já ignorou o próprio irmão em um dia de extravagancia do Mattheus.