Não há o que escolher

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- Que belo dia. Para morrer.

- Que isso, Niall.

- Que isso eu que falo. Estamos na quinta-feira da terceira semana de aula, como já pode ter prova? Eu não fui feito pra essa vida, não fui feito pra viver essas torturas.

Niall se joga dramaticamente para trás, batendo as costas no gramado verde do pátio do colégio. Os três garotos estão sob a sombra da enorme árvore próxima a fonte, comendo seu almoço. Pela primeira vez em muitos dias, finalmente estava ensolarado, agradável.

- Sempre foi assim, não sei porque você se dá o trabalho de reclamar todo ano.

- É que a dor nunca passa.

Nessa manhã havia sido anunciado o calendário de provas do bimestre, sendo a primeira de física daqui a quatro dias. E é óbvio que aquilo só podia significar uma coisa: segundo round.

Se no primeiro trabalho do ano Harry e Louis tiraram a mesma nota, nessa prova não aconteceria a mesma coisa. Harry nunca deixaria Louis igualar a sua média ou ultrapassá-la, mas Louis também não seria deixado para trás.

Até agora, desde o terceiro horário daquele mesmo dia, nenhum dos dois havia falado algo. Nada de provocações ou humilhação. Tudo estava sendo guardado para o vencedor.

- Bom, realmente adorável ficar aqui com vocês, mas eu tenho que ir.

- Pra onde você tá indo?

- Casa, tenho algumas coisas pra arrumar lá.

- Você vai estudar, não é?

- Viciado em escola. Escoólatra.

Harry levanta com sua mochila no ombro e arruma sua blusa enquanto os dois meninos no gramado rolam de tanto rir.

- Não, só responsável. Você vai pra casa que horas, Louis?

- Não sei, vou pra casa de Zayn hoje estudar.

- Devo fazer janta só pra mim?

- Eu te aviso.

- Okay. Falou, garotos.

Harry sai andando e escuta Niall reclamar ao fundo antes de gritar.

- Você vai ter overdose de física!

- Blá blá!

Harry caminha apressado até a saída do campo, indo direto pra rua. Enquanto caminhava pela calçada com uma mão na alça da mochila e a outra no bolso da bermuda, um carro vermelho diminui a velocidade e começa a acompanhá-lo. Harry fingiu não ver.

'' - Ei, gatinho. Quer uma carona?''

O garoto de cachos olhou para a rua com um enorme sorriso no rosto, reconhecendo a voz como a de Nick. Ele praticamente corre para o carro e entra no mesmo sem nem pensar duas vezes. Seu namorado o puxa pelo pescoço assim que a porta é fechada e o beija com saudade.

- Só se você me levar para sua casa.

''- Eu posso te levar pra onde quiser, amor. ''

Harry sorri com os lábios encostados no de Nick e volta a o beijar, sentindo uma mão agarrar sua cintura e adentrar por baixo de sua blusa.

- Nicky, para. Estamos no carro.

''- Ei, não é minha culpa que você me deixou sozinho por três semanas.''

How To Stay Away From YouOnde histórias criam vida. Descubra agora