Pés em ascenção, cabeça à roda,
rodando por lugares distantes do lar,
há meses que não paro, há anos que não sinto,
se um dia não voar, é por nunca ter usado cinto,
não querendo ser mais do que sou,
ocupo-me a pintar o dia de amanhã,
mas as tintas cessaram,
só restaram o azul e o branco,
o branco não se vê, e o azul foram os porcos que deixaram,
para que possa censurar o meu próprio futuro,
corto as veias, e pinto o amanhã de vermelho.
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