Insónias pt.1

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Pés em ascenção, cabeça à roda,

rodando por lugares distantes do lar,

há meses que não paro, há anos que não sinto,

se um dia não voar, é por nunca ter usado cinto,

não querendo ser mais do que sou,

ocupo-me a pintar o dia de amanhã,

mas as tintas cessaram,

só restaram o azul e o branco,

o branco não se vê, e o azul foram os porcos que deixaram,

para que possa censurar o meu próprio futuro,

corto as veias, e pinto o amanhã de vermelho.


InsóniasWhere stories live. Discover now