2 da manhã, e o sol ainda bate,
o sangue anseia álcool,
para me fazer esquecer que só conheço estas paredes,
estou farto destas paredes, estou farto deste silêncio,
sinto-me preso, quero fugir, deixem-me fugir!
Quero ser ignorante,
e se o meu fígado se recusar,
eu faço um transplante,
estou a queimar-me lentamente por dentro...
e esta é só mais uma noite, que durmo no teto,
enquanto observo o padrão do chão do meu quarto.
Putas das feridas que sangram à meses,
benditas sejam as drogas que me aquecem, às vezes,
sentado no colchão da minha cama,
é lá que me tento esquecer de tudo,
com álcool e cigarros à mistura,
tudo o que eu queria, era que as lembranças da tua voz
me paressem de torturar,
mas só para continuar a ouvir a tua voz,
prefiro a dor, sádico...
se não parasses todos os dias nas minhas paredes,
diria que não existias,
contudo, sinto falta do cheiro do ar que respiravas ao meu ouvido,
quero-me esconder para sempre atrás da mãos,
e fingir que nada existe,
principalmente, que eu não existo,
e que isto tudo, foi só mais um pesadelo,
mas, a sede de vingança que guardo dentro de mim,
não pode ser fictícia,
se eu apanhasse quem me fez isto,
juro que o matava, cupido!
