Capitulo 2...
O dia foi corrido. Arrumei as malas, tentei estudar para as provas finais, fui pra academia dar aula e agora já passam das nove da noite. É sexta o movimento no restaurante costuma ser intenso, só estamos eu e duas funcionárias, minha mãe é cozinheira, eu tô entre o caixa e o atendimento nas mesas. Que droga, meu pai invetou de se reunir com seus amigos, barra esquisitões barra gente que não presta, logo hoje?!
_Ô garota, garota! cadê o meu pedido? Já pedi faz mais de meia hora-- nossa, mas um pra encher o saco. Olho pra ele com uma cara de poucos amigos, é o quinto já-
__ Claro. Desculpe, senhor. Já vou entregar_ falo isso, mas na verdade nem sei se vou entregar mesmo.
A noite segue assim, correria total... Vejo a Lu chegando com a cara de múmia dela. Certeza que tava em alguma festa. -- Ai! Graças a Deus você chegou. Toma, atende a mesa três__ nem olho direito na cara dela_ vai Luenny, corre!
_Oi Lucy, sim estou bem, obrigada pelo seu interesse em minha vida_ faz uma cara de coitada, nossa como ela é chata
_Luenny, sem dramas. Olha a loucura que isso tá hoje_ ela dá uma olhada em volta, acho que ela entendeu_ por favor me ajuda! _ faço uma cara de cão abandonado e claro, ela aceita.
_Tá bom, mas não esqueça da festinha que tem essa semana. Você vai e nem venha me convencer do contrário_ ela ri, com a cara de safada.
-Mas...- Sai pulando sem me deixar terminar a frase.
Droga. Luenny e suas festinhas. Nunca fui muito de curtir, álcool e Lucy com certeza, não forma um belo casal mas preciso me despedir desse lugar. As horas passam e logo me pego jogada numa mesa e Luenny do meu lado, A-C-A-B-A-D-A-S.
--Fome e exaustão me definem, por favor Lucy, não me torture mais preciso dos maravilhosos vinhos do seu pai e de um belo prato de macarronada com almondegas, que só tem aqui- Luenny e seu teatro.
--Se caso você não conseguir dar certo como psicologa, tenta ser atriz, com certeza você seria premiada-- falo me levantado da mesa- vamos lá na cozinha ver o que tem de bom " não quero te torturar mais"- falo puxando ela pelas pernas, gritando com os sustos.
Vou na cozinha e minha mãe tá no escritório, junto com meu pai e seus "amigos", que estão aqui desde cedo. Que diabos eles tanto conversam? Me aproximo mais, a adega fica perto, a porta tá aberta, então uso a desculpa de pegar o vinho pra tentar ouvir algo.
"Por favor, nos dê mais tempo. Ela logo concluirá a faculdade."
Que conversa é essa que minha mãe fala? É impressão minha ou a "pessoa" a concluir a faculdade que ela fala sou eu? Tento ouvir mais e acabo ouvindo;
"Por favor, sr.Cheslov, naquela época meu marido tava ansioso para estabelecer aqui em Moscou, tinha a Lucy, com 3 anos apenas, eu que não conseguia um emprego e ele, o meu marido, estava enlouquecendo, te súplico, aceite esse dinheiro e deixe minha pequena Lucy trilhar seu caminho, concluir a faculdade dela."
Não acredito que tô ouvindo isso, meu coração tá acelerado, minhas pernas, eu acho que não existem mais, sinto que quero desmaiar mas tapo minha boca pra não ouvirem meus soluços. Aquela história tava me deixando apavorada, mas eu tinha que ouvir tudo antes de sair correndo.
"Não, dona Pichelli, trato é trato. Não sou homem de voltar com minhas palavras. Seu marido sabia das suas promessas, da a sua filha, para que se casasse com meu filho e em troca ele teria tudo isso: casa, restaurante, dinheiro pra construir a sua vida aqui. Ele tava bem ciente de tudo"
PUTA QUE ME PARIU, como ele ou eles podem ter feito isso? Sem me dar conta, cambaleio até a prateleira e derrubo uns utensílios e acabo derrubando a garrafa que tava em minha mão. Droga só me faltava essa.
Todos olham pra minha cara, instantaneamente. São seis desconhecidos e meu pai e minha mãe. Noto que o olhar do meu pai é de derrotado e minha mãe vermelha, acho que de choro.
Ela vem em minha direção, mas me afasto dela e do meu pai...
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Um Mafioso em Minha Vida
RomanceLucy, uma jovem sonhadora, prestes a ir para Milão, com sua bagagem de sonhos e sua melhor amiga. Acaba descobrindo algo inacreditável que seus pais, tramaram ainda quando era uma inocente criança. Ela vê suas metas, indo por água abaixo. William...