Prólogo

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Era uma paralisia do sono, tinha certeza, daquelas que que se luta inutilmente para acordar e se mexer sem sucesso. As tentativas incessantes e inúteis de abrir os olhos era sobretudo angustiante para Emilia, e quando o fez, os fechou imediatamente por conta da luz forte e branca que atingiu sua visão como um choque. Apertou os olhos e os abriu novamente, agora calma e lentamente, a dor a atingiu e sua cabeça latejava cada vez que o "bip", que vinha de uma aparelhagem ao seu lado, ecoava no quarto que era branco, monótono e cheirava a éter. Na parede a sua direita havia uma mesinha com um vaso simples, e as flores que jaziam dentro estavam quase murchas, e ao seu lado um balão escrito "melhoras". Assimilou: estava em um quarto de hospital. Os intervalos entre os "bips" ficavam menores a cada segundo que o medo tomava conta de Emilia. O que havia acontecido? A confusão e o desespero invadiram sua mente e as lágrimas vieram, sentou com dificuldade na cama, e só então reparou. Havia um homem sentado dormindo profundamente em uma poltrona ao lado esquerdo da cama, uma grossa camada de barba cobria seu maxilar, e mesmo com seu semblante visivelmente cansado, era sem dúvida atraente. Vestia uma calça bege e um suéter azul marinho com listras brancas, que desenhavam seus braços fortes. E ele era um completo estranho pra mim. Ainda tomada pela confusão e desespero, arrancou um tubo de respiração de seu nariz que fez a maquina apitar incessavelmente , em seguida, com esforço colocou as pernas para fora da cama, e tentou levantar sem sucesso, desabando logo em seguida no chão gélido do quarto de hospital. Gemeu de dor, agora chorando e soluçando alto. Foi quando ele a tomou nos braços, e seus olhos azuis penetrantes foi a última coisa que viu antes de tudo ficar preto.


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