Capítulo 2

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- A CULPA É MINHA - DISSE REACHER. Crystal balançou a cabeça.

- Você não matou o cara - disse ela. E olhou para ele firmemente.

- Matou? - Eu o levei à morte - respondeu. - Qual a diferença? O bar tinha fechado à uma da manhã, e estavam sentados em duas cadeiras, lado a lado, perto do palco vazio. As luzes estavam apagadas e não havia mais música. Nenhum som, a não ser o ruído do ar-condicionado funcionando a um quarto da potência, sugando o cheiro de fumaça e suor para lançá-los no meio da noite calma das Keys.

- Eu deveria ter contado a ele - disse Reacher. - Eu deveria ter dito, Claro, que sou Jack Reacher. E então ele me diria o que tivesse a dizer, estaria de volta em casa agora, e eu poderia continuar a ignorar a história do mesmo jeito. Eu estaria na mesma, e ele ainda estaria vivo.

Crystal vestia uma camiseta branca. E nada mais. Uma camiseta bem longa, mas não o suficiente. Reacher não estava olhando para ela.

- Por que você se importa? - perguntou ela.

Era uma pergunta das Keys. Não indiferente, apenas impressionada por ele se preocupar com um estrangeiro vindo quase de outro país. Ele olhou para ela.

- Me sinto responsável - respondeu.

- Não, você se sente culpado - disse ela.Ele concordou.

- Não deveria - disse ela. - Você não o matou.

- E tem alguma diferença? - perguntou ele novamente.

- Claro que tem. Quem era ele? - Um detetive particular. Estava me procurando.

- Por quê? Ele balançou a cabeça.

- Não faço ideia.

- Aqueles outros caras estavam com ele? Ele balançou a cabeça outra vez.

- Não. Aqueles caras o mataram.Ela olhou para ele, assustada.

- Foram eles? - É o que eu acho. Com certeza não estavam com ele. Eram mais jovens e mais ricos. Vestidos daquele jeito? Com aqueles ternos? Não pareciam seus subordinados. De qualquer forma, ele me pareceu um solitário. Então, aqueles dois estavam trabalhando para outra pessoa. Provavelmente lhes disseram para segui-lo até aqui e descobrir que diabos ele estava fazendo. Ele deve ter pisado nos calos de alguém lá no norte, criado algum problema. E aí veio descendo para o sul. Eles o pegaram, deram-lhe uma surra para que dissesse o que estava procurando. E também vieram me procurar.

- Eles o mataram para saber o seu nome? - Parece que sim - respondeu ele.

- Você vai falar com a polícia? Outra pergunta das Keys. Envolver a polícia em qualquer assunto era tema para debates longos e sérios. Ele negou com a cabeça outra vez.

- Não - respondeu.

- Eles vão rastreá-lo e logo estarão procurando por você também.

- Não de imediato. Não tem nenhuma identidade no corpo. E nenhuma impressão digital. Podem levar semanas para descobrir quem ele era.

- E o que você vai fazer? - Vou procurar a Sra. Jacob. A cliente. Ela está me procurando.

- Você a conhece? - Não, mas quero encontrá-la.

Alerta Final - Jack ReacherOnde histórias criam vida. Descubra agora