Um dia comum

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Adam tem um velho hábito, o de sair correndo de casa todos os dias após o café matinal, como sempre saíra antes de sua família acordar, aproveitou a chuva fina para dirigir mais rápido à caminho do trabalho, Adam entra em seu carro e liga seu rádio na programação local concorrente à de seu emprego, resolve variar, o que parece comum de se fazer em dias especiais como este.

Adam dirige dois quarteirões rapidamente próximo a reserva florestal de seu município, ele se vê correndo em um dia igual o que vivera até então, Adam diminui a velocidade e reflete ao som de Elvis Presley ao observar a reserva.
PUC!!! Adam se assusta rapidamente e pisa no freio, o carro derrapa e gira exatas duas vêzes, Adam imagina ter tido sorte por ter diminuído a velocidade quando podia, era muito cedo e sofrer um grave acidente, poderia significar horas agonizando por ajuda e socorro.
Adam coloca as mãos atrás da cabeça em um entrelaçar de dedos ao encostar a cabeça no volante, se nega descer para olhar o que haverá de ser que atropelou.

Adam finalmente desce do carro, sua demora foi de vinte segundos embora para ele parecessem intermináveis, foi quando avistou a apenas quinze metros uma hiena, Adam sente seu coração acelerar e sente desespero ao ouvir o animal agonizar, ao se aproximar se depara com a pata da frente direita quebrada e, uma parte dos chifres partidos em frangalhos.
Adam vive um dilema moral interno entre ir embora e fugir da situação ou encararar a situação pedindo ajuda, encarar o fato de que iriam sacrificar o animal parecia perturbar Adam naquele instante. Perguntas se passavam em sua cabeça sem que ele pudece evita-las.
- Se sou capaz de matar outro ser vivo por mera distração, o que impedirá que não façam o mesmo comigo?
-Esse animal vivia uma liberdade na reserva mas não podia sair devido aos perigos que corria fora dela?
-Será que vivo em uma reserva e estou com medo de correr riscos também?
-Se até mesmo este animal correu riscos para vivenciar está liberdade, por que eu não corro os mesmos riscos?
-Deveria correr riscos mesmo sabendo dos perigos mundanos?
-Valerá a pena viver sem os riscos ou arriscar ?
-vou morrer saindo da reserva ou ficando nela?
Eram perguntas complexas que meche-ra com seu espírito prestes à despertar.

Adam ligou para o cherife da cidade que acionou os guardas florestais, Adam passou três horas na delegacia, onde pagaria uma multa de $1000 dólares pelo prejuízo ao patrimônio do estado que seria da reserva florestal municipal.
Adam na volta pra casa, ao perder um dia de trabalho, refletia constantemente.
-Um outro ser vivo é um patrimônio?
-Possui valor? Em dinheiro?
-Eu teria participado de uma caça involuntária onde paguei pela vida de outro ser vivo?
-Matei um ser cujo ansiava por liberdade fora da reserva, recebi um prêmio de liberdade por isso?
-Posso ser um ótimo marido e pai para minha família sabendo que já tirei uma vida?
Adam parecia insatisfeito com as consequências e efeitos daquela manhã, Adam partia para casa com muitos mais coisas na bagagem do que havia imaginado.

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