Prólogo

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Em um dia comum em uma pacata cidade cujo o nome era lá comum embora ninguém houvesse falar, todos habitantes viviam uma vida confortável e feliz aos olhos de todos.
As pessoas tinham gerações e gerações em suas profissões de ofício desde ao mecânica na oficina da rua 44 ao médico da rua 57. As manhãs chuvosas e as tardes ensolaradas faziam daquela região uma das cidades mais férteis para o plantio.
Adam Smith é apenas um radialista da rádio local, a conhecida rádio na região por suas músicas pop onde mantia as pessoas ainda ligadas ao que as grandes cidades cultuavam de novo e suas tendências, mas apenas os mais jovens ouviam as músicas, os mais velhos ouviam as notícias que não acompanhavam na TV.

Adam era sempre um homem acomodado no que fazia, não tinha desejo ou ambição, seja na profissão ou em família. Adam acordava pela manhã antes de sua esposa Eliana, descia as escadas e abria sempre a geladeira, mesmo que nada alí fosse pego, as vezes era sua maneira de lembrar de suas tarefas diárias, proceguia ao fechar a geladeira até o banheiro do andar de baixo onde preferia usar sempre enquanto suas torradas estivessem na torradeira em preparo, Adam abria o armário de seu banheiro e olhava para seus enxaguantes bucais e pilulas, mas ao fechar a porta algo iria mudar.

Adam se olha no espelho e o vê francamente, se vê com uma escova de dentes entre os lábios e uma pele abatida, percebe que a parte da frente de seus cabelos estão falhos e que logo perderá mais cabelo, afinal não é nenhum garotão já haveria se passado 33 anos de sua vida embora ainda haveriam muitos anos por vir. Percebendo por assim dizer "ter sido pego pela rotina e conformismo entranhado em seu espírito," Adam fez algo que muitos se recusam a fazer, ele fechou seus olhos, respirou fundo enchendo seus pulmões de ar, e quando os soltou, uma pergunta se rebelava em sua cabeça como uma revolução por liberdade, está pergunta profunda que meche-ra com seu espírito era:

" Por que tudo se repete em minha vida?"

Adam acabava de encontrar a chave que abriria a porta para as respostas de sua vida, "plic!plic! Suas torradas o interrompem por um breve momento.
Entre uma torrada e outra Adam folheava um jornal para se manter atualizado, mas naquele momento sentia tudo mais do mesmo em suas ações, entre um gole de café e outro, leva a xícara aos lábios e surge uma pergunta incomum para ele:

" Eu realmente gosto de café? "

Parecia fácil para qualquer um responder um breve sim ou não, mas para ele naquela manhã parecia absurdas as dúvidas e incertezas naquela manhã chuvosa.
-Quando foi que passei a gostar de café?
-Será que foi quando meu pai saboreava pouco antes que eu pegasse o ônibus para a escola?
-E se ele não gostasse de café eu iria apreciar café como aprecio?
-Eu tive escolha?
Adam parecia perturbado com suas dúvidas, se sentia uma pedra de gelo na ponta de um aiceberg, queria derreter e mergulhar em águas profundas e não apenas boiar e pegar carona em um aiceberg.
Pela primeira vez algo tocou seu "ser", algo escoava em seu espírito em uma latente constante, ele à sentiu, se levantou como quem tem pressa e sorriu como um bobo apaixonado ao ganhar um beijo, sentiu que algo mudava apartir daquele breve momento, sentiu uma leve liberdade.

o livre par de asasOnde histórias criam vida. Descubra agora