Capítulo 12

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Uma semana depois eu estava livre , me conduziram para uma sala onde me entregaram minhas roupas . O meu casaco ainda servia , ficava grande em mim quando tinha 13 anos , mas acabou ficando no tamanho ideal. Passei pela porta de saída e o vento veio ao meu rosto como um doce ar de liberdade. Caminhei em frente com apenas um nome na minha cabeça : Jason.

Não precisava mais daquela lista, já sabia que ele era o próximo e como eu havia escrito , ele iria saber o que é um porco de verdade.

Caminhei até o abatedouro mais próximo , ficava a uns 30 km do hospício. Entrei no local onde havia vários porcos pendurados de cabeça para baixo , a maioria de barriga cortada e com o sangue escorrendo em baldes logo abaixo. Caminhei até os fundos do local , e vi vários utensílios : Cordas, facões , alicates ... Perfeito!

"O porquinho não sabe nadar! É porco ! É porco!" veio logo na minha cabeça aquelas incessantes vozes. Nervoso, sacudi a cabeça e caminhei em direção à porta. Iria atrás de Jason , precisava de uma boa forma de atraí-lo até o abatedouro. O local estava vazio e o dono parecia ter viajado, então eu iria "alugá-lo" por um tempo.

Peguei uma faca pequena guardando no bolso e saí. Àquela hora , Jason deveria estar na escola , provavelmente na mesma escola e se meus cálculos estivessem certos, estudando no 3º ano do segundo grau.

***

Ouvi o sinal bater , alto e estridente como sempre , aguardei do outro lado da rua . Jason saiu rindo com seus costumeiros amigos. Não tinha mudado nada , a única diferença era que estava mais alto e gordo. Caminhei até ele e o barrei o olhando ironicamente.

___ Olá Jason ... Lembra-se de mim?

Ele estreitou os olhos e segundos depois caiu na risada.

___ É o porquinho ! Quanto tempo ... Pelo visto te deram bastante lavagem , porque você cresceu.

Tirei a faca do bolso e apontei a lâmina na direção da barriga dele, discretamente.

___ Pois é ... Cresci. Cresci tão bem , que eu queria lhe mostrar onde foi. – ironizei.

Jason engoliu seco e balançou a cabeça positivamente com o olhar de medo. Segui caminhando com ele até o abatedouro sem tirar a faca de sua barriga, dava para ver que ele tremia de medo. Entrei com ele no local e fechei a porta.

___ Senta ali. – falei indicando uma cadeira no centro do local e ele se sentou. – Por muitos anos, você me humilhou, contribuiu para que minha vida se arruinasse então...

___ O que você vai fazer comigo ?! – perguntou ele apavorado ao me ver pegar o facão o amolando na barra de ferro que ficava perto as correntes que prendiam os porcos.

__ Cala a boca! – esbravejei – Não me interrompa enquanto eu estiver falando. Então .. Continuando , você sempre me chamou de porco então vou te dar uma aula de como matar o "porco" que nunca se achou um. – caminhei até ele e enfiei a faca em seu tórax. – Primeiro , introduza a lâmina no lado esquerdo do peito do animal. Segundo ...

Ele gritava e se debatia mas eu continuava , principalmente por que as vozes começavam a vir em minha cabeça com a mesma força do dia em que incendiei o bar com o meu pai dentro.

___ Deixe o sangue jorrar até ele morrer... – falei girando o facão e tirando do peito dele , vendo todo aquele sangue escorrer e ele debater como um "porco" até morrer. As vozes que se relacionavam a ele pareciam desaparecer, ficando apenas as dos amigos dele enquanto eu o olhava ali.

Peguei uma corda e amarrei aos pés dele o erguendo junto aos porcos do local. Ergui o facão sujo de sangue na altura dos olhos olhando a lâmina e o joguei no chão, logo saindo do local. Não queria ser pego , principalmente no dia em que eu iria terminar a minha lista. 

Diário de um psicoloucoOnde histórias criam vida. Descubra agora