Capitulo 14

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Depois de ter matado Lucas, resolvi voltar para o centro da cidade, passando por uma pequena trilha no "bosque da morte" , olhava ao redor para aquelas enormes árvores que arranhavam os  céus com suas copas majestosas. Os corvos em seus galhos me olhavam como se soubessem o que eu tinha feito. 

Eu pensava que depois de ter matado meu pai, Jason e Lucas tudo iria ficar mais leve, as vozes e as imagens sumiriam, minha vida ficaria melhor. Não. Ficava cada vez mais pesada , minha cabeça girava com imagens adicionais e minha consciência começava a me culpar. Me escorei  em uma das árvores com a respiração ofegante, não tinha como voltar atrás, e deixar meu pai se matar com o próprio álcool que já estava consumindo o organismo dele.Mas por outro lado, ao pensar em tudo que sofri, minha revolta voltava e dava razão aos meus atos. Meus devaneios foram interrompidos quando senti alguém cutucar minhas costas.

___Está tudo bem , garoto? - falou uma voz estranhamente conhecida.
Virei-me vendo um policial. Conhecia aquele homem, e tive a certeza quando li o seu nome em uma pequena "placa" costurada em seu uniforme : Matthew.

___ Estou bem , policial... - falei e ri ao ver que o homem que tinha me ameaçado anos atrás não me reconhecia.

___ Tem que sair daqui, esse lugar é perigoso.

___ Não para mim, não sou o "fraco" de antes.

Naquele momento o policial arregalou os olhos e sacou a arma a apontando para mim.

___ Gabriel! Estava aqui cometendo algum crime,é?

Aproximei-me o encarando e coloquei o revólver contra minha testa.

___ Na verdade ... Eu estava te esperando. - falei o encarando, estava me arriscando , mas não ligava para morte, já tinha chegado até ali então cumpriria minha lista.

___Me esperando? Esperando para ser preso?

___ Preso eu já fiquei por muito tempo. - segurei o braço dele o virei para cima. Ele disparou varios tiros para o alto até a arma esvaziar na tentativa de abaixar o braço e atirar em mim. Chutei o estômago dele e ele caiu erguendo os olhos para mim.

___ Devia ter te matado quando eu tive chance, quando você estava lerdo naquele manicômio.
Minha raiva por ele só aumentava e eu chutei-o na cabeça vendo ele tampar o nariz escorrendo sangue.

___ Gabriel, o psicopata! Vai fazer de mim mais uma de suas vítimas?

___ Cala a boca! - esbravejei e segurei ele pelos cabelos batendo a cabeça dele contra o tronco da árvore.

Me afastei o olhando, minha cabeça doía, não entendia o porquê, afinal minha lista tinha acabado, não tinha?

Diário de um psicoloucoOnde histórias criam vida. Descubra agora