CALUT

Capítulo 19

Duas semanas se passaram, duas frustrantes semanas. Duas semanas em que descobrimos sabe o quê? Nada!. Duas semanas de absolutamente nada de novo. Duas semanas em que muitas coisas mudaram, nós vivemos cada dia procurando informações.

Duas semanas em que o Tayle está distante, principalmente de mim, ele parece ainda não aceitar que somos caluts, diferente da Cora, que estava assim nos primeiros dias, coisa que eu entendo, mas agora ela voltou a tratar-nos normalmente, mas o Tayle não, nessas duas semanas ele não nos perdoou, talvez só fique connosco pela Cora e eu não posso mudar isso e acreditem, eu tentei de tudo mas ele simplesmente me ignora.

Duas semanas se passaram depois daquele "encontro" com aquele darcass, as palavras dele e a voz fria dele no meu pescoço ficaram impregados na minha mente e causam-me arrepios.

Agora mesmo estamos a caminho do museu e sinceremente, já não tenho muitas esperanças, bem, tento me manter positiva mas isso se torna algo difícil de ser com as coisas evoluindo a nada.

O museu é lindo, tem um modelo antigo que me faz lembrar a nossa casa pela sua tamanha originalidade e beleza, mas claro que aqui é mais bonito, melhor, é magnífico. Logo na entrada já se viam algumas coisas que nos deixavam abismados como a arquitectura, fazia-me ter várias questões sobre o que significa, eu não conseguia parar de olhar.
Eu não era a única encantada com o lugar, tal como eu os outros turístas sustentavam o mesmo olhar sobre as peças.

Um senhor veio até nós com um sorriso e cumprimentou-nos, ele nos irá guiar.

Depois de várias peças e ouvirmos várias histórias delas, surpresa surpresa, não descobrimos nada! Arghhh..
Fomos a área das armas que me interessou muito na verdade. O senhor, que descobri que se chama Igor, parou ao lado de uma arma e começou a falar

Senhor Igor: esse é o arcabuz, uma arma de fogo portátil, espécie bacamarte. É chamada vulgarmente por espingarda.
Foi inventado por volta de 1440 no Sacro Império Romano-Germânico, a actual Alemanha, sendo usada pela infantaria entre os séculos XV à XVII. Era uma arma portátil de peso por volta de 5kg e cabibre na faixa de 15 à 20mm.
Seu alcance máximo era impregado a distâncias superiores a 150 m, pois as chances de se atingir um alvo a esta distância eram despresíveis.
Espingarda é um nome genérico dada a armas de fogo portáteis usadas em Portugal no início do século XVI- ouvi uma voz no meu ouvido, o que me fez arrepiar e tirar toda atenção que eu tinha

Liam:você está tão cansada disso como eu?

Kira: você nem imagina! Minha mente já não consegue captar mais nada, mas eu gosto de ver como o senhor Igor fica animado e feliz ao contar-nos essas histórias. Nem todos têm esse amor ao seu trabalho- ele fez uma careta

Liam: feliz demais- sorri com as palavras dele. Eu não me importava se o senhor Igor estava "feliz demais", eu gostava de o ver assim apesar de sua animação me deixar exausta as vezes. O Liam pôs os óculos e eu revirei os olhos. Qual é o problema dele com esses óculos? Haaa sim, hipnotismo.

Kira: tira esses óculos

Liam: porquê? Você sabe porquê os uso

Kira: até dentro do museu? Quem você vai hipnotizar, a monalisa?- falei irônica- Além disso, eu prefiro te ver sem óculos, escondem seus olhos- fui sincera e ele sorriu

Liam: dito assim até parece que você quer se ver hipnotizada por mim- quando ele disse isso fiquei imediatamente envergonhada, afinal é exatamente esse efeito que ele tem sobre mim, fico hipnotizada. Hipnotizada? De onde saiu isso, não é para tanto.

Kira: hunmmm, acho melhor prestarmos atenção na explicação

Cora: é isso mesmo casalzinho, chega de conversa- olhei-a incrédula, casalzinho?. E como ela ouviu nossa conversa? : não me olhe assim, vocês não falam assim tão baixo e eu não sou surda- depois disso nós prestamos atenção ao senhor Igor. Vimos outras peças mas as suas histórias não eram contadas pelo Senhor Igor, apenas dizia o nome e algumas outras coisas. Reparei o olhar atento do Liam sobre uma espada, acho. O senhor Igor parece que também o notou e dirrigiu-se a ela com um sorriso.